CAPÍTULO 6

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POV RONAN

Estamos no meio de uma Church, mas minha mente está presa no apartamento na parte de cima do complexo. Porra, a imagem dela vestida apenas com meu cut de couro me fez ficar duro como pedra.

— E quem é a garota? — a pergunta chama minha atenção, viro-me para encarar Voron, meu Sargento de Armas.

— Sim, é a primeira vez que te vejo interessado por uma mulher sem estar fodendo-a. — Drakon ri.

Interessado nela? Não estou interessado, estou obcecado. Desde que a vi, ela não sai da porra da minha mente.

— Ela era uma das garotas no clube, eu a trouxe pra cá. Sinto que ela está envolvida em algo, até mentiu o nome para mim.

Não sou burro de cair em seus joguinhos fracos, ela hesitou e olhou para os lados antes de responder, claramente nervosa.

Achei fofo ela pensar que poderia me enganar, no entanto. Nem espiões treinados conseguiram, quem dirá uma garotinha assustada.

Emi, bufo, fala sério. Por enquanto vou fingir cair em seu papinho furado, mas logo arrancarei seus segredos dela.

Adoro um bom desafio e ela se mostrou ser um delicioso.

— Será que ela gosta de homens tatuados e com pau grande? — Volk brinca e os outros riem.

Sinto meu sangue ferver.

— Nenhum de vocês tem permissão para encostar em um sequer fio de cabelo dela. Ela não é uma das putas do clube. — falo severamente e todos acatam minhas ordens.

Batendo o martelo, dou a Church por encerrada.

Todos vão embora menos Veter, meu VP e melhor amigo de infância. Ele é a única pessoa no mundo em quem confio com a minha vida, crescemos como verdadeiros irmãos.

— Qual é a da garota? — pergunta.

Permito-me relaxar.

— Não sei. — respondo sinceramente. — Eu só... senti uma necessidade estranha de trazê-la comigo.

— Ah cara, você tá apaixonado. — ele zomba.

Fecho a cara imediatamente.

— Claro que não, porra. Meu instinto disse que ela não era só uma garota comum, e a cada segundo descubro ser verdade.

Isso atiça sua curiosidade.

— Como assim?

— Ela mentiu o nome para mim, em primeiro lugar. Por que isso?

— Talvez ela seja procurada pela polícia.

— Não, ela é inocente demais para ter cometido um crime, e além do mais, também não somos os maiores seguranças da lei, então por que mentir?

Ele coloca as mãos no bolsos, pensando.

— Talvez ela esteja envolvida com algo?

— É isso que tenho pensado, só não tenho certeza em quê ela está envolvida. Bom, não demorarei em descobrir.

Terminando de conversar com Veter, vou em direção ao meu apartamento no complexo e direto para minha nova obsessão. Porra, o que acontece comigo quando estou perto dela não é natural, e tenho quase certeza de que não é saudável.

Abro a porta e ao entrar no apartamento encontro-a dormindo encolhida na enorme cama, mal ocupando espaço nela.

Sento em uma cadeira e a observo dormir. Linda não chega nem perto de descrevê-la, ela tem uma daquelas belezas raras que só se vê uma vez na vida.

Krasavitsa.

Meu celular toca no bolso, antes que eu pudesse fazer um movimento para pegá-lo, ela pula na cama, sentando encolhida contra a cabeceira. Ela olha frenética para os lados, quando me encontra seus olhos estão cheios de terror absoluto.

Mas ela não está aterrorizada por mim, ela parece procurar um fantasma.

Interessante.

Quando ela parece ser dar conta de que sou eu, vejo-a relaxar um pouco, minimamente. Curioso, penso, o que faz ela pensar que o monstro em seu sonho é pior que o na sua frente? O que fizeram com ela?

Tantas perguntas...

Está na hora de ter algumas respostas.

— Pesadelo? — questiono, me levantando da cadeira e sentando na beirada da cama. Agora sim seus olhos brilham de medo por mim.

— Não te interessa.

Sorrio com seu atrevimento.

— Tudo que envolve você me interessa.

Vejo-a ficar sem palavras. 

— O que quer de mim? — pergunta.

— Simples, eu quero você. Seu passado, seu presente e futuro.

Ela para de respirar.

— Não vou te dar nada.

— Então terei que arrancar tudo de você. — digo, seco. — Vamos, seja inteligente, me provocar não vai ajudá-la em nada. O quê? Não se sente segura?

— E eu deveria? — ela atira.

— Dos outros? Com certeza, ninguém vai encostar um dedo em você.

— E de você?

Se ela está segura perto de mim? Oh...

— Não, de mim, não. Então é melhor você cooperar comigo, porque não há ninguém que possa salvá-la de mim.

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