CAPÍTULO 17

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POV NOEMI

Sento na mesa, perto de Ronan. Eu não quero, mas devo admitir que tenho medo dele quando seu humor está assassino.

E ele está. Ronan parece prestes a matar alguém – eu, já que sou o motivo do mau humor.

Olho para o prato na minha frente, italiano, como ele sempre faz quando compra comida.

Ir contra Ronan já é uma coisa que está além de mim, como se fosse um impulso meu que eu não consigo controlar. Então quando ele começa a comer, fico parada, apenas olhando a comida.

— Coma. — sua voz reverbera pelo meu corpo. O tom autoritário me deixando fraca.

— Não estou com fome. — falo.

— Não perguntei se estava com fome, e também não me importa se você quer ou não comer. Você vai comer.

— Não. — me recosto na cadeira.

— Vou ter que começar a castigá-la por sua desobediência, Noemi? Talvez, aprenda algo se sofrer.

Meu corpo gela.

Ronan empurra sua cadeira para trás.

— Venha.

— O que vai fazer?

Seus olhos brilham ao sentir meu medo.

— Venha e descubra.

— Não. — solto.

— Um. — ele conta.

— O que está fazendo?

— Dois.

Levanto, querendo me distanciar dele.

— Três. Vamos, Noemi, quando mais você dificultar, pior será.

Me aproximo dele, receosa do que ele fará. Obedecerei apenas dessa vez.

— Sente-se. — ele dá um tapinha em sua coxa.

Minha boca abre em horror.

— Tem cadeira aqui... — não consigo terminar de falar, Ronan me agarra pelos quadris e me senta em seu colo. Me ajeito para que minha bunda não fique em seu colo, me equilibrando em suas pernas, quase caindo.

Ele pega uma garfada de comida e para em frente a minha boca.

— Coma.

Bufo, resignada.

— Nem meu sobrinho Maximus aceitava comida na boca.

Não consigo evitar o comentário ao lembrar de um Maximus de 5 anos que jogou todo seu prato de comida na carta de Vicenzo. Me seguro para não rir da lembrança. Isso foi em uma chamada de vídeo que fiz com Aurora. Parece que foi há uma vida atrás.

— Seu sobrinho pode não aceitar, mas você vai.

Mantenho a boca fechada, achando a situação humilhante.

— Abra. A. Boca.

Dessa vez, Ronan não espera que eu obedeça-o. Minha bunda, que está para fora do seu colo, arde com o tapa que ele me dá.

Meu núcleo lateja com a leve dor e mordo meu lábio inferior para conter um gemido. Ele sussurra em meu ouvido:

— Minha paciência com você está no limite. A cada vez que você me desobedecer, eu irei castigá-la, então pense duas vezes antes de me enfrentar, e tente ser inteligente ao escolher suas batalhas. — ele tenta força a comida em minha boca. Abro-a e como.

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