CAPÍTULO 10

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POV NOEMI

Quando chegamos no apartamento Ronan se vira para mim.

— Arrume-se, terá uma festa hoje à noite.

— E eu posso ir? — a excitação borbulha dentro de mim.

— Decidi te dar o benefício da dúvida.

***

Quando entro na festa ao lado de Ronan, não consigo conter meu horror ao ver a cena. Há uma música rock tocando muito alto, mulheres seminuas para todos os lados e a coisa mais leve que vi é um casal que parece querer engolir um ao outro.

— Isso é uma festa? — questiono, incrédula.

— No melhor estilo Dark Rider. — Ronan parece bem humorado.

— Isso é... — nem tenho palavras para descrever.

— Incrível?

Horrível!

Ronan olha para mim e dá um sorriso de canto.

— Hoje vou te mostrar o que é uma festa de verdade. — fala, me guiando até um sofá onde Daria e seu marido Voron estão.

Ronan vai na frente me guiando, e quando se senta no sofá, me puxa para seu colo.

— Tem espaço para eu me sentar. — digo nervosa, mas ele não parece me ouvir, na verdade, ele apenas passa seus braços ao redor da minha cintura e aproxima a boca perto do lóbulo da minha orelha.

— Eu sei, mas eu quero você aqui. — mas antes de se afastar ele morde a ponta da minha orelha, enviando vários arrepios pela minha espinha.

Ele percebe, e como provocação aperta mais os braços ao meu redor, fazendo com que eu me aproxime mais dele.

Desconfortável, me remexo em seu colo, e sinto-me pegar fogo ao sentir algo embaixo de mim.

Puta que pariu.

— Cuidado. — ouço sua voz rouca no meu ouvido. — Se você continuar me excitando, vou te levar de volta lá pra cima, e se eu fizer isso é melhor você começar a rezar.

Senhor...

Fico parada em seu colo, mas uma pequena parte de mim implora para que eu continue, só para descobrir o que ele tem em mente.

— Estou com sede. — digo.

Me soltando, ele se levanta para pegar algo para eu beber. Depois de alguns minutos, ele volta com um copo em mãos e estende, me entregando-o. Sem me importar com o que tem dentro, tomo uma grande golada, mas acabo tossindo ao sentir queimar e meus olhos se encherem de lágrimas.

Ronan ri e diz:

— Kvass, uma bebida nacional russa que é conhecida como uma bebida para quem não aguenta vodca.

— É horrível! — limpo as lágrimas que insistiam em cair.

— Com o tempo você acostuma.

Me acostumar com o quê? Com a bebida ou essa vida? Não, balanço a cabeça, eu vou embora, só preciso descobrir como. Depois de mais alguns goles na bebida, me pego bem mais solta e relaxada.

Uma música com uma batida energética começa a tocar e Daria de anima imediatamente. Pegando minha mão, ela começa a me puxar para a pista de dança, onde todos dançam de uma forma estranha, parecia vulgar.

— Vem, Noemi. — chama.

O meu lado racional diz que é melhor não, mas meu lado imprudente, aquele que está regendo meu comportamento essa noite – provavelmente por estar bêbada –, me faz segui-la. Mas não sem antes lançar um olhar para Ronan. Ele está conversando com Voron, os dois com bebidas nas mãos. Só deixo Daria me levar para o meio de todos depois que Ronan acena para mim, dizendo que está tudo bem.

Na pista da dança, Daria começa a se mover de uma forma sensual, e meus olhos correm para seu marido, esperando vê-lo com raiva e vindo reprová-la. Nada. Voron está rindo com Ronan e, ocasionalmente, olha em nossa direção e sorri ao ver a esposa de divertindo.

— Dança. — Daria quase manda ao me ver parada.

Pegando minhas mãos, ela começa a me guiar em alguns passos hesitantes, eu ainda não estou segura. Depois de mais algumas bebidas, estou tendo a melhor noite da minha vida.

Acho que nunca fui tão livre ou me diverti tanto sem sentir nenhum medo, medo do que meu pai faria ou a sociedade diria.

Sinto um braço musculoso rodear minha cintura e me puxar contra si, minhas costas batendo contra seu peito. Eu não sei porquê, mas sei que é Ronan até mesmo antes dele sussurrar em meu ouvido:

— O você quer, Noemi? Que eu mate cada homem nessa sala por estar olhando para você?

Sinto meu corpo inteiro ficar quente e fecho os olhos com a sensação. Viro-me para ele e me concentro em seu rosto. Maxilar travado e olhos pegando fogo. Ele me olha de um jeito estranho, ninguém nunca me olhou assim antes.

Sem pensar – provavelmente guiada pela bebida –, ergo a mão entre nós e vejo-o prender a respiração. Começo a passar a ponta dos dedos por seu rosto, primeiro traçando a linha afiada de seu maxilar, depois, sigo o desenho de seus lábios, sentindo a maciez.

Ronan envolve sua mão em meu pulso, tirando meu toque de sua pele. Seus olhos estão vidrados em mim, o que antes eu achei que fosse fogo em seus olhos, agora é um incêndio.

Antes que eu pudesse digerir o que está acontecendo, seus lábios estão nos meus. Fico estática no lugar, me sentindo ficar um pouco mais sóbria pela surpresa.

Os lábios de Ronan são quentes contra os meus, o gosto de bebida e menta rodando em minha boca. Sua língua roça a costura dos meus lábios, exigindo abertura. Quando o faço, sinto minhas pernas fraquejarem. Ronan toma minha boca com sua língua, os braços ao redor de mim me segurando firme perto dele.

Finalmente, me rendo ao beijo. Passando as mãos por seu cabelo, puxo seu rosto para mais perto do meu, entorpecida pela emoção. Ronan morde meu lábio inferior e um gemido escapa de mim. Ele me beija mais forte, com violência, como se quisesse me domar – me dominar.

Apenas derreto contra ele, sentindo o interior das minhas coxas doloridas.

— Me diga, Krasavitsa. — ele começa, fazendo uma trilha de beijos pelo meu pescoço até a curva que liga o ombro. — Você está molhada para mim?

Ele lambe meu pescoço antes de sugá-lo em sua boca. Gemo, sentindo seus dentes arranharem contra minha pele sensível.

Aperto minhas coxas uma na outra, sentindo uma sensação latejante entre elas.

— Porra, se você não estivesse bêbada...

A boca de Ronan volta para a minha, me tomando com uma urgência incansável.

Alguém pigarreia atrás de nós, me fazendo congelar. Coro profundamente quando vejo Veter. Ronan se separa de mim e encara o seu VP.

— Algum problema? Estou meio ocupado agora.

— Temos um problema. — diz.

O rosto de Ronan fica sério.

— Já vou, só vou deixar Noemi com Daria.

Ele então me guia até onde Daria está, já na companhia de outras Old Ladys.

— Fique com elas. — ele manda. — E sem mais bebidas.

Sem me dar tempo, ele se abaixa, deposita um beijo na minha bochecha e vai embora.

Fico parada estática no lugar vendo ele se afastar, meu coração batendo forte no peito.

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