CAPÍTULO 18

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POV NOEMI

A porta da frente se abre e Ronan entra em passos pesados, sinto o ambiente ficar mais sombrio, é claro como o dia. O maxilar dele está travado em uma linha afiada, os olhos estão escuros e em alerta total. Ele mais está parecendo um animal do que um homem.

Faz um dia inteiro desde que nos vimos pela última vez, quando ele me obrigou a comer. Do mesmo jeito que se foi, ele voltou – sem mais nem menos.

Durante essas 24 horas, tentei me convencer de que não me importava, que ele poderia morrer que eu daria graças à Deus, mas quando as horas foram passando e a noite se transformava em dia, e o dia em noite...

Merda. Não posso evitar de sentir o coração bater aliviado ao vê-lo. Eu não deveria sentir isso, eu não quero sentir isso.

Nunca darei a esse homem o que ele quer, seja lá o que for. Como também nunca irei admitir como minha noite de sono foi terrível. Meus pesadelos voltaram para me atormentar, as memórias ainda frescas em minha mente. Em um segundo, que só posso definir como de fraqueza, acordei suada e chorando, procurando pelo homem que desde que comecei a dormir ao lado, vem afugentando meus demônios.

Odeio ele por ser o homem a fazer isso, mas me odeio muito mais por ainda ser sensível sobre algo que está no passado.

Observo Ronan do meu lugar ao sofá, onde estou lendo um livro. Ele está rígido como pedra e sei que algo está errado, e eu sinto que tem algo a ver com o traidor.

Porque a pessoa que me ajudou a fugir é isso, um traidor dos Dark Riders.

Ronan joga um pequeno objeto dourado sobre a mesa de jantar e vai tirando a jaqueta conforme vai entrando em casa. Os movimentos são certeiros e masculinos, e não posso evitar de me sentir quente.

Que droga, Noemi!

— Por que está me olhando assim? — a pergunta vem, e sinto uma nota de cansaço em sua voz.

— Assim como? — questiono, me segurando para não perguntar o que realmente quero. O que aconteceu com ele?

— Esses olhos, como se quisesse me beijar.

Reviro os olhos apesar de sentir meu coração pular uma batida.

— O cansaço deve estar te fazendo alucinar, eu nunca olharia para você como se quisesse beijá-lo. Eu não quero.

Vejo sua postura mudar. Ele se vira pra mim e, com passos lentos, vem em minha direção.

— Não, é? — a ironia pinga de sua voz,  e acabo por me afundar no sofá. — Então, você está dizendo que não se derrete contra mim toda vez que a beijo, ou que só um toque meu não te deixa encharcada...

Ele vem até mim e coloca uma mão no braço do sofá e outra no encosto, me encurralando. Seu rosto está muito próximo do meu e posso ver seus olhos dourados brilhando com uma energia predadora. Respiro com dificuldade.

Ronan tira a mão do encosto do sofá e começa a acariciar minha perna com deliberada lentidão.

— Vai dizer que não está molhada para mim agora, Krasavitsa? — sua voz está baixa e rouca, quase não ouço-a.

Aperto minhas coxas uma na outra, sentindo a sensação incomoda. Ronan esboça um de seus sorrisos arrogantes. Sua mão sobe com propósito agora, criando uma trilha de fogo por onde toca em minha pele.

Ele luta contra a pressão que faço em minhas coxas, mas não demora em enfiar a mão por debaixo da minha saia e direto em minha boceta carente e pulsante.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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