cap 7

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Exausta. Era assim que Natália se sentia; Ulisses havia abusado de seu poder e feito Natália trabalhar muito mais do que o normal, incluindo ter que buscar café do outro lado do hospital para ele várias vezes.

Ela sabia que isso aconteceria, pois o senhor Thorpe não estava lidando muito bem com o fato de ela, ainda não estando formada, pegar um caso tão raro e importante quanto o de Carol. Carol era um milagre da medicina e, apesar do pouco tempo que estava acordada, seu nome já se destacava nas principais manchetes por todo o país. Juntamente com seu nome, se destacava o nome de todos os médicos e envolvidos no tratamento, obviamente o sobrenome Cardoso ficaria conhecido dentre o cenário da saúde, e, certamente, Ulisses gostaria de seu nome estar junto.

Natália fez o favor de deixar o homem aínda naquela lista, não por ele obviamente, senão por Carol, mas o homem não parecia satisfeito com isso, afinal tantos anos de carreira não serviram para tirá-lo do cargo de auxiliar em uma manchete importante, ele se sentia humilhado, provavelmente.

A menor tomou um banho rápido no próprio hospital e se dirigiu ao quarto de Carol. Esther a recebeu com a mesma gentileza de sempre e disse que já havia deixado na recepção a autorização para ela passar a noite com Carol, explicou também que sobre a mesinha havia seu número anotado em um papel. Natália o anotou em seu celular por garantia, ela era desastrada havia tempo o suficiente para saber que um pedaço de papel poderia ser facilmente destruído de várias formas.

Carol não queria que sua mãe fosse, mas quando
Natália explicou que Esther precisava dormir
em uma cama confortável e comer algo saudável Carol acabou concordando com Natalia.

— ei , carol, minha cunhada tem algumas bonecas em minha casa. Ela mora aqui, mas às vezes vem me visitar. Gostaria que eu trouxesse para brincarmos? - Carol fez uma careta e negou.

— Eu não gosto de bonecas. Natália riu e assentiu.

— Para ser sincera eu também nunca gostei. Carol assentiu sem sequer olhar para Natália - Hey, o que você tem?

—Nada. Carol disse baixando seus olhos para suas mãos.

— E o que está gerando essa carinha triste, então? Addison começou a piscar rápido demais para Meredith considerar algo normal. Carol, você está bem? - Os olhos não pararam de piscar, tendo Carol os pressionando fortemente no momento seguinte e então Natalia segurou sua mão. Eu vou chamar um médico, espere.

— nat... - Carol disse, segurando sua mão apressadamente, fazendo a menor lhe fitar novamente. - Não!

— Então respire. Tudo bem? Sente alguma dor? Algo fora do comum? Natália perguntou, subindo na cama e embalando Carol em seus braços. Carol negou lentamente, começando a parar de piscar tão rápido. Nat ficou acariciando suas costas até a garota voltar 30 normal.

— Desculpe. - Carol pediu baixinho, afundando seu rosto na curva do pescoço de Natalia

— Não tem por que se desculpar, anjinho. - nat disse calmamente. Eu vou precisar comunicar o médico sobre isso, de qualquer forma, tudo bem para você?

Não, por favor. Carol pediu, começando um choro baixinho. Não me deixa sozinha.

Shhh, tudo bem. Não vou sair do seu lado. Esperarei alguma enfermeira vir para a ronda noturna, mas se algo mais estranho acontecer eu precisarei ir, tudo bem? Carol assentiu, virando seu rosto na direção de nat, prestando atenção em casa detalhe.

— Eu não sou normal? A garota perguntou subitamente, fazendo Natália olhar na direção de seu próprio ombro, que era onde o rosto de Carol estava.

— Por que está me perguntando isso? - Carol enrusbesceu e Natália notou os olhos voltarem a piscar muito rápido, deixando a sensação de preocupação inundar seu ser novamente. Natália decidiu se virar e apertar o botão ao lado da cama, que era usado somente para emergências. Depois se desculparia por isso, mas precisava de alguém ali.

— O moço da TV falou de vida amorosa, que era normal na minha idade, mas eu... Os olhos não pararam de piscar e Natália começou a balançar lentamente as duas, como se estivesse ninando a garota. Eu não sou normal? A voz saiu baixa e triste.

Natália não pôde responder àquela pergunta, pois o quarto fora invadido por toda uma equipe de médicos, com equipamentos prontos para uso. Natália sorriu sem graça e desceu da cama.

— Então, eu precisava de alguém aqui. - Natália começou sua explicação, um pouco  envergonhada. - Mas eu não podia sair do quarto então eu...oh céus, sinto muito.- Ela disse. Algumas pessoas reviraram os olhos e saíram, mas um médico ficou.

— Pois não? Ele perguntou gentilmente.

— Estávamos conversando e, de repente, ela começou a piscar muito rápido e às vezes pressionava os olhos fortemente. Eu fiquei preocupada, isso não é normal. Natália disse.

— Era para tentar parar. Carol disse e então o médico se aproximou da cama.

— Tentar parar o quê? O doutor perguntou, acendendo sua pequena lanterna nos olhos da garota. Siga meu dedo com os olhos. Ele pediu e Carol o fez.

— De piscar. Carol replicou. - Eu apertei os olhos fortemente para tentar parar de piscar.

— Sentiu algo? Tontura, dor, mal-estar? Algo diferente? - Carol pareceu pensar e logo assentiu.

— As minhas bochechas arderam. O médico assentiu, olhando para Natália.

— Sobre o que falavam?

— Nat, não!- Carol pediu com veemência, enrusbecendo; seus olhos começaram a repetir o mesmo de alguns minutos antes de piscarem rapidamente. Carol apertou fortemente eles e negou com a cabeça. Não param! Argh! Carol disse.

— Vou levá-la para uma ressonância e precisarei que você toque neste mesmo assunto com ela quando estivermos lá. Ele disse, fazendo Natália assentir.

— Devo ligar para a mãe dela? - Natália perguntou aflita, cruzando os braços. O doutor apenas sorriu e negou.

— Se for o que eu estou pensando então não tem com o que se preocupar. Ele disse calmamente. - Vamos fazer a ressonância, hm? Depois disso se o resultado for negativo você chama a mãe dela, mas eu acredito que não será necessário. -- Natália assistiu, vendo o homem acariciar seu braço sem malícia, apenas a confortando.

— Hey,meu bem ... Natália chamou assim que o médico salu, se debruçando sobre a cama. Vamos fazer um exame rápido em você, tudo bem? Eu vou estar lá com você.

— Vai doer? Carol perguntou assustada.

—  Não. O médico só vai tirar uma foto do seu cérebro. Ela disse, sentindo os dedos de Carol se entrelaçarem nos seus.

— Igual o moço da TV? - Perguntou curiosamente e Natália negou com a cabeça.

— De jeito nenhum. O moço da TV é um homem bobo. Não quero que pense que você tem algum problema ou que é anormal, tudo bem?

— Mas eu não sou igual a maioria da minha idade. Eu deveria ser. Ela disse, sentindo Natália acariciar seu rosto.

— Vou contar um segredo. Ela disse baixinho. Ninguém é igual a ninguém. Não quero que se sinta triste com o que ele disse, tudo bem?

— Você promete que não liga? - Natália sorriu e assentiu.

— De dedinho. Natália respondeu, entrelaçando seu dedo mindinho com o de Carol.

—  Então eu deixo o médico tirar foto do meu cérebro. Carol disse sorrindo, fazendo Natália sorrir também, porém internamente ela sentia um medo avassalador. Mesmo com o médico achando não ser algo preocupante, Natália só se acalmaria quando soubesse do que se tratava aquele piscar de olhos.

Em um piscar de olhos - adaptada versão Narol Onde histórias criam vida. Descubra agora