capitulo 38

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Cansaço era o que resumia Natália naquele momento.

Sua maior vontade era ter corrido para a casa de Carol e acertado as coisas, contudo, cansada do jeito que estava não resolveria nada. Ela havia trabalhado duas horas mais, tentando se esquecer de seus próprios problemas enquanto ajudava seu paciente. Sem contar que perdeu um bom tempo lendo os papéis que assinou para sua contratação.

Enquanto jogava sua chave na mesinha de canto na sala, se surpreendeu ao ver a Thaís abraçada com Pedro, assistindo filme.

- Sem sexo? - Natalia indagou surpresa. - Esse dia está mesmo estranho. - natalia disse, fazendo Thais rir.

- Acho bom não descer para beber água durante a madrugada, pois nos verá até de cabeça para baixo. - Thais disse, fazendo Pedro enterrar o rosto no travesseiro, tamanha era sua vergonha.

- Não se preocupe com isso, pois pretendo desmaiar hoje. - Natália disse, subindo as escadas e indo direto para seu quarto.

Ela tomou um susto assim que viu, sobre sua cama, o corpo de Addison.

A menina estava abraçada em seu travesseiro e lhe olhou tristemente.

- Desculpe ter gritado? - Carol pediu, fazendo Natália amolecer na hora e se aproximar da cama, se ajoelhando no chão para ficar cara a cara com sua namorada.

- Eu que devo me desculpar. -Natália disse baixinho.- Você vai dormir aqui hoje?

- Se você deixar...- Carol disse receosa e Natália sorriu

- Não seja boba, você pode dormir comigo sempre que quiser. - Disse. - Posso ir tomar um banho para conversarmos? - Carolina assentiu, sentindo os lábios de Natália tocarem a pele de seu rosto antes de ir para o banheiro.

Assim que Natália saiu do banheiro ela viu que Carol havia se trocado, ela usava sua camisa branca larga que cobria suas coxas e, como estava deitada, Natália podia ver que estava somente de calcinha por baixo.

Não pode deixar de sorrir com a fofura da cena, se enfiando em sua calça de moletom e em uma camisa qualquer de dormir antes de engatinhar na cama até sua namorada.

Carol se enroscou em seu corpo e se acomodou, virando o rosto para encará-la.

- Eu estraguei seu aniversário, Nat Me desculpe. -- disse baixinho.- Eu não sei o que deu em mim. - Natália riu suavemente e deu um beijo em sua tempora.

- Isso se chama TPM, amor, e todas temos. - Natália disse, mordendo o lábio inferior antes de falar novamente. - Ou talvez seja você em sua fase rebelde. - Brincou antes de suspirar. - Eu realmente fui tão superprotetora assim?

- Sim, mas você não tem culpa. - Carolina esclareceu.

-Claro que tenho, eu deveria....

- Não, nat - Carol a silenciou, levando o dedo indicador até seus lábios. - Você não é adivinha, não poderia adivinhar que isso me incomodava. - Disse encarando as orbes verdes. - Eu jamais te disse.

- Conversou com sua mãe, não foi? - Natália perguntou franzindo os olhos e Carol riu, assentindo.

- Ela é muito boa em dar conselhos. - Carol disse e a Natália concordou.

-Vamos fazer um trato? - Natália sugeriu e Carol franziu o cenho. - Você me diz quando algo te incomoda e eu te ensino a dirigir. Que tal? - Os olhos de Carol brilharam com aquela proposta.

- Você jura? - Ela perguntou animada e Natália riu diante de tanta empolgação.

- Juro. - Disse,sentindo os lábios de Carol tocarem os seus.

- Eu te amo, te amo, te amo. Muito, garota. Argh. - Carol disse antes de abraçar Meredith fortemente.

- Eu também te amo muito. - Respondeu sorrindo.

- Mas o Bruno val emprestar o carro? - Carol perguntou confusa.-  Podemos pedir para minha mãe

- Não.- Natália a cortou. - Amanhã cedo você vai comigo à uma concessionária. - Natália informou.-  Está na hora de eu comprar meu carro e preciso de sua opinião nisso.

- Minha opinião? - Natália  perguntou surpresa.

- Claro. Você tem bom gosto, além do que, eu sou péssima em escolher. Me apaixonarei por uns quinze carros e não me decidirei entre nenhum. - Disse rindo baixinho. - Está disposta a me ajudar?

- Sim. Carol replicou animada. - Fiquei triste por ter brigado com você. Eu não gosto disso, nat.

- Eu também fiquei, amor. - Natália disse, acariciando a cintura de sua namorada respeitosamente. - Como veio, à propósito?

- Peguei um táxi,

- Avisou sua mãe? - Carol assentiu. - Ótimo, não gosto de deixá-la preocupada.

-Nem eu. - Carol disse.

- Sabe que eu tenho uma novidade? - Natália disse sorrindo.

- Como eu saberia? - Carol brincou e Natália riu, semisserando os olhos.

- Hey, você não era assim. - Natália disse e Carol deixou um beijo em seu rosto.

- Vamos, me diga. - Natália disse ansiosa.

- Bem, Ulisses conseguiu que eu me formasse antes do prazo, então agora vou receber para ir para o hospital.

- Jura? Ele tem um coração, afinal. - Carol disse rindo e Natália assentiu.

- Sim, mas não estou interessada em falar dele. Que tal me dar alguns beijinhos para curar a dor que senti por termos brigado, hm? - Natália sugeriu e Carol  sorriu.

- Também doeu em mim. - Carol avisou.

- Então terá que me dar o dobro de beijinhos, assim curará as duas. - Natália disse.

- Sinto que você está tirando vantagem de um ser humano inocente igual eu. - Carol brincou.

- Nem vem com seus joguinhos mentais, hm? - Natália disse sorrindo. - Já entendi que não é tão inocente assim.

- Que calúnia! - Carol disse fingindo aborrecimento e iria dizer algo, porém Natália a calou com um beijo.

- À propósito... - Natália sussurrou contra a boca de Carol. - Ainda falta alguns minutos para acabar meu aniversário, então você não estragou nada. - Carol sorriu ao ouvir aquilo.

- Tenho que te dar vinte e três beijinhos. Um para cada ano. - Carolina disse e Natália assentiu.

- Já pode começar... - Natália sugeriu com uma sobrancelha arqueada e Carol  se inclinou.

- Um... - Disse, após dar um demorado selinho em Natália. - Dois... - E parou ali, afinal Natália pediu passagem com a lingua, transbordando alegria por tudo ter voltado a ficar bem.

- Assim não vou acabar nunca. - Carol disse arfando assim que o beijo se encerrou.

- Essa é a intenção. - Natália disse rindo.

Carol não descumpriu sua promessa, deixando vinte e três beijos em Natália, antes de namorarem mais um pouquinho e finalmente caírem no sono, abraçadas e satisfeitas.

Em um piscar de olhos - adaptada versão Narol Onde histórias criam vida. Descubra agora