— Quando uma pessoa sofre um acidente, sua primeira reação é fechar os olhos. O médico começou a explicação de forma mansa. - Ela provavelmente fez isso no acidente. O cérebro de Carol reteve essa informação, então quando o corpo dela acha que ela está em perigo, ele automaticamente faz seus olhos tremerem daquela forma.— Mas isso não pode se tornar nada perigoso? -- Natália perguntou temerosa.
— Não, é apenas uma espécie de pequena sequela. Ele respondeu. Afeta sua área emocional, então é bem provável que quando ela se sinta envergonhada, com medo, raiva, enciumada ou fora de sua zona de conforto, isso aconteça.
— Oh, graças a Deus. – Natália disse mais aliviada.
— Às vezes pode ser que isso não aconteça, mas provavelmente vai acontecer com bastante frequência. Ele disse. Não apresenta nenhum perigo para a saúde, ela só vai precisar aprender a lidar com isso.
_ Certo. Muito, muito obrigada Doutor. De verdade. Eu nem dormi de preocupação. - Natália disse cruzando os braços, afinal estava um pouco frio aquela hora da madrugada.
— Você realmente se preocupa com ela, hm? - Ele disse sorrindo de forma terna e Natália assentiu.
— Sim. Ela é especial. - Natália respondeu.
— Tudo bem, senhorita. Agora vá descansar. amanhã vocês terão um longo dia. - Natália assentiu e desejou um boa noite para o médico antes de entrar e fechar a porta.
— Me conta uma história? - Carol perguntou bocejando assim que viu a menor e Natália assentiu, pegando sua blusa de moletom e a colocando, pois estava frio. A menor, ao ver Natália dar leves batidas na cama indicando que ela deveria voltar para lá, subiu na cama e sentiu Addison se aconchegar no calor de seu corpo.
— Frio? - Natália perguntou ao ver os pelinhos de seu braço eriçados e Carol assentiu. Na mesma hora Natália retirou o moletom que havia acabado de vestir e colocou em Carol, voltando a se deitar e sentir Carol se acomodar em seu corpo novamente. - Melhorou?
— Sim. - Carol disse baixinho. Natália assentiu e começou a acariciar as costas de Carol, iniciando outra história. Em poucos minutos Carol já dormia.
Natália suspirou e se permitiu olhar para ela. A garota era tão linda, tão doce; de forma alguma merecia ter perdido tanto tempo de vida.
A menor dormiu algum tempo depois, sentindo a respiração quentinha e ritmada de Carol tocar a pele de seu pescoço.
[...]
— Natália? - A voz de Esther fez Natalia abrir os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso da mulher. Seus olhos analisaram o próprio corpo: Estava enganchado ao de Carol.
A maior tinha uma perna entre as de Natália e seu rosto estava afundado em seu pescoço.
No braço de Carol abraçava Natália possessivamente enquanto os de Meredith se mantinham, um sobre as costas da maior e o outro em sua cintura.
— Bom dia, dona Esther. Ela disse se espreguiçando. Que horas são?
— Bom dia, querida. São oito da manhã. - Ela respondeu gentilmente, enquanto Natália se esquivava vagarosamente de Carol para não acordá-la. - O doutor me disse o que houve pela noite. Você não deve ter dormido nada.
— Não se preocupe comigo. Natália replicou. - O importante é que ela está bem.
— Sim. Ela deu muito trabalho?
— De forma alguma. Carol é um amor. - Respondeu sinceramente. Eu vou dar uma passada em casa apenas para pegar um uniforme limpo e comer algo. Uma da tarde passo aqui para irmos juntas para a fisio, tudo bem?
— Claro. Obrigada por ter cuidado dela para mim, de verdade. Eu não tenho o apoio de ninguém e isso... Esther disse, limpando a garganta antes de prosseguir. - Definitivamente, significa mais do que imagina para mim.
— Não me agradeça. Natália respondeu. - Dormiu bem? Se alimentou direito? e assentiu. Esther riu
— Oh, criança, você cuida melhor dos outros do que de si própria. A mulher disse docemente. Um anjo que nem você precisa se cuidar também.
— Me cuidarei, não se preocupe. - Ela disse, olhando para Carol antes de se inclinar e depositar um delicado beijo em seu rosto, parando por alguns segundos para acariciar seu rosto.- Diga a ela que não demorarei, caso ela pergunte.
— Direi. - Esther respondeu em um meio sorriso.
— Obrigada. Até mais tarde. Natália disse, se atrevendo a deixar um beijo sobre a pele da testa da mãe de Carol antes de pegar sua bolsa.
— Está frío lá fora, não trouxe blusa? - Esther perguntou confusa ao ver os braços desnudos de Natalia
— Trouxe, mas ela está sendo bem usada neste momento. - Natália respondeu, sorrindo e deixando a sala.
Esther franziu o cenho, mas quando olhou para sua filha, sorriu. O moletom Branco da garota estava em Carol. Definitivamente um anjo, pensou Esther
— Por onde esteve, doida? - Bruno perguntou ao ver Natália se jogar no sofá.
— E aí, doido.- Saudou da forma que tratava seus dois melhores amigos. No hospital com Carol.
— Quem é Carol?
— Taís não te contou sobre a menina do coma? Temos um milagre? - Perguntou rindo, sentindo suas pernas serem levantadas unicamente para ele se sentar ali e colocar suas pernas sobre seu colo.
— Então é verdade mesmo? Ele perguntou surpreso. Pensei que ela estava brincando. Quer uma cerveja?
— Não posso beber hoje. Já já tenho que ir para o hospital para as aulas práticas.
— À noite a gente bebe, então? Amanhã é sábado. Você não terá aulas práticas.
— Com certeza à noite beberemos. - Ela respondeu.
— Oh, quase esqueci. Helena vem esta noite. - Ele disse, vendo Natália bufar.
— Pensando bem, deixa para bebermos amanhã, estarei cansada demais esta noite.
— Você está mesmo fugindo de sexo?
— Não. Estou fugindo da Helena. - Respondeu rindo.
— Ela é gostosa e quer ficar contigo, não te entendo. Você precisa transar sabia? Não dá para viver para sempre se satisfazendo apenas com sua mão.
— Na verdade dá. Natália respondeu, vendo seu amigo lhe olhar sem reação. Ela disse que me ama ontem. Natália confessou, vendo seu amigo arregalar os olhos.
— O poder Natália cardoso. Ele disse rindo. Quem manda ser gostosa. A mina gamou.
— Estou falando sério, Bruno. Você sabe que ela é ex do Jonas. Eu jamais olharia para ela com outros olhos.
— O Jonas é trouxa, não conta. Transa com ela para ver qual é a sensação...
— Você sabe que não transo só por transar.
— Por isso está solteira e tendo que usar a mão para alívio pessoal. Ele zombou, levando um tapa no braço.
— Melhor do que transar com várias garotas diferentes e no final da noite não ter a quem abraçar. - Retrucou.
— Você, por acaso, dormiu abraçada com alguém essa noite? Acho que não, então estamos quites.
Ele disse com um sorriso vitorioso no rosto, mas, ao ver um sorrisinho bobo nascer nos lábios de Meredith, franziu o cenho.
Natália parecia que havia viajado para outro lugar, pois negou com a cabeça, como se tivesse espantado algum pensamento.
— Que cara foi essa, nat? - Perguntou desconfiado.
— Nada, Bruno .Vou tomar um banho.
Ela avisou, se levantando rapidamente e correndo,sabendo que seu amigo correria atrás dela. Se trancou no banheiro antes de ser alcançada, fazendo Bruno ficar confuso.
Por que caralhos ela havia sorrido daquela forma?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um piscar de olhos - adaptada versão Narol
RomansaAna Carolina Rozelli tinha apenas seis anos quando seus decidiram tirar as tão famosas férias. Iriam pro Canadá, porém o destino lhes foi cruel, causando o choque em um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o caminho para o aerop...