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A cada surra que eu levava dele algo dentro morria, era como se tudo que eu conversava com Deus era em vão, será que as coisas iriam mudar?

Flashback On

No quarto deitada como sempre escuto os passos do Rafael pelo corredor, fecho os olhos fingindo que estou dormindo só pra ele não me atazanar, escuto a porta ser aberta com brutalidade e logo a luz é ligada.

ZL -Acorda filha da puta- Sinto os tapas na minha cabeça, abro os olhos devagar.

Mayara -O que foi agora, não posso dormir mais?-

ZL -Enquanto eu não estiver satisfeito não!-

E ali começou mais uma sessão de tortura, sinto ele puxar com toda agressividade a coberta e logo vim pra cima de mim, arrancando a minha blusa e assim chupando os meus seios com força deixando machucado.

Sim, até abuso sexual eu sofria e era sempre quando ele cheirava, não havia mais amor, paixão ou qualquer palavra romântica que antes existia pra nós, mas eu não via, jurava que era só um ato de perdão ao invés de palavras ele me abusava sexualmente. Era isso que eu achava.

Com ele arrancando todo o resto de roupa que ainda tinha em meu corpo logo sinto ele penetrar em minha buceta sem ao menos uma lubrificação e sim com força, na mesma hora senti uma dor horrível.

Mayara -Ta doendo Rafael- Assim que terminei de falar sinto um tapa em meu rosto e a mão dele na minha boca.

ZL -Ninguém te perguntou, cala a boca e aguenta, você não gosta? Então aguenta-

Eu realmente não gostava.. e com mais brutalidade ele foi me fudendo, ele se divertia, sentia prazer e eu só fechava os olhos e tentava ao máximo aguentar a dor, após um bom tempo com ele me comendo sinto ele gozar dentro da minha buceta e logo sair dali como se nada tivesse acontecido, se veste bate a porta do quarto e sai dali.

E lá estava eu mais uma vez usada, largada, nua, confusa e com dor, muita dor mas pra quem eu podia reclamar ou então pedir ajuda?

Flashback Off

Por muitas vezes eu perguntei pra Deus pq me manteve viva esse tempo todo e pra falar a verdade nunca tive respostas, pq a cada pergunta ele aparecia me batia e sumia, isso pra mim sempre foi uma resposta. Pra bom entendedor meia palavra basta, certo?

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Respiro fundo fechando o caderno e entregando pra psicóloga da penitenciária, eu conversava com ela, mas eu gostava de escrever pq falar doía papo de chorar e até perder a voz, pra ser sincera, nem motivos pra tá presa eu tinha, eu só tava ali.

Perla -Mayara você tá se expressando muito bem, fiquei sabendo que eles querem te liberar-

Mayara -Eu não tô pronta pra ir-

Perla -Ainda tá com medo?- Balanço a cabeça em concordância e fecho os olhos respirando fundo. -Você sabe que matou ele, não precisa mais ter esse medo, você um dia vai precisar viver-

Mayara -Eu não tenho certeza de nada, eu só atirei-

Perla -Fica calma, caso você saía eu ainda estarei aqui, pego até o seu contato pra você continuar conversando cmg-

Mayara -Doutora, você não entende.- Pego em suas mãos esboço um sorriso de canto. -Obrigada viu-

Carcereira -Acabou a hora vamos!!- Disse alto entrando na sala e me puxando tirando dali.

Caminho de volta pra minha cela e encontro as meninas que vivem na mesma cela que eu, se vocês acham que prisão é um amor, tudo do bom e do melhor tá enganada. A única coisa que temos de bom e direito é lavar a cela uma vez por mês e olhe lá.

Vou me sentando no meu canto onde fica o meu papelão e aí fico quieta como sempre. Outro fato cada um no seu canto aí vivemos em paz, mas depende também tem vez que as mulher daqui dão de maluca e quer brigar com todo mundo. Eu por exemplo evito ao máximo, mas nem sempre saio ilesa, aqui todas já comentaram por alto a sua verdadeira história, quando contei a minha poucas acreditaram pq por incrível q pareça sempre dão a razão pro homem.

Desde que caí aqui não tive uma visita sequer a não ser da psicóloga que fazia questão pelo meu bem mental, agora mãe, pai, família? Não existia, deixou de existir desde que tomei a decisão de me casar com o capeta. Mas não ligo, se fosse antigamente isso me deixaria muito deprê, mas como tudo na minha vida mudou não ligo pra quem fica e quem aí embora da minha vida, é algo que não me afeta.

Se eu tinha planos pra quando saísse daqui? Tinha, o primeiro seria recomeçar direito a minha vida, retomar os meus estudos, tudo o que eu perdi por conta de um casamento infeliz. Se me perguntarem se é bom casar não vai ter uma boa resposta, até pq o que eu vivi talvez você não viva, pode acontecer de tudo só basta você ter limites e não permitir isso.

Mayara [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora