GABRIEL

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Estou no meu auge dos 23 anos. Loiro olhos verdes, 1,85 de altura, religioso, casado. Neto de espanhóis. Não parece, mas minha avó é brasileira e minha mãe também. Meu pai a puxou muito, então sou bem claro. Mas tenho o formato do rosto de espanhóis. 

Sou formado em administração e já cuido da parte administrativa das empresas de meu pai, que é do ramo de segurança.

Sinto-me um homem vazio. Casei-me com Larissa há três meses. Foi uma cerimônia linda, na igreja, mas a contragosto. Entrei em controvérsia, deve ter pensado. Mas é porque o grande amor da minha vida, a pessoa que eu queria casar na igreja e constituir família não era Larissa.

Meu amor não correspondido, evaporou-se, sumiu da minha vida. Na época não disse nem para meus pais que iria embora. Estava cheio de interrogações na minha cabeça, pois ela não era assim. Meus pais sabiam que eu sofria, não entendiam minha tristes. Não sabiam o verdadeiro motivo de ser uma pessoa sem vida.

Minha esposa Larissa vive me cobrando que não conhece minha família que mora na Espanha. No início do nosso namoro, tumultuado, eu não podia falar de ninguém da minha família. Meu pai estava no Brasil para sua última missão. Ele é da Interpol, se chama Daniel e minha Mãe Maria Clara Guitierrez. Mas aqui, todos nos conhecem por Daniel Santos Maia e Maria Clara Santos Maia. Sou filho único deles, também conhecido no Brasil, como Daniel Santos Maia.

Antes de casar, fui correto com Larissa, contei tudo sobre a profissão do meu pai. Esta se encerrou mês passado com sua aposentadoria. Ela deu um show, até pensei em como uma pessoa podia ser tão mimada.

Ela era muito fútil as vezes, na verdade, praticamente sempre. Vivia de dieta, comia pouco, para manter a beleza. Mudou muito de quando éramos jovens. Nós conhecemos na igreja, mas quem me chamou a atenção foi sua amiga e afilhada de seus pais Heloisa. 

Ela era uma jovem morena de cabelos bem ondulados, negros, um olho que dividia doçura e ao mesmo tempo uma brasa ardente. Faz 5 anos que não tenho notícias dela. Quando seu avô Miguel faleceu, ela foi embora, sem dizer nada a ninguém. Nem mesmo Larissa e seus pais sabiam onde ela teria ido. 

Sofri muito, muito mesmo. E, ainda sofro sua ausência, pois meu coração é dela e sempre será. Ela quem sabe, deve estar casada, com filhos. Não sei. Mas o que adianta agora, eu que estou casado. Não sei como isso aconteceu, mas aconteceu.

Estamos aqui rumo ao aeroporto. Lá encontraremos meus pais e partiremos para a casa de minha avó Amália Gutierrez. Ela é viúva e tem mais dois filhos legítimos Tia Andreia, que tinha uma filhinha super inteligente chamada Isabel e Tio Estevan, pouco mais velho que eu, temporão, solteiro e boa pinta. Há uns longos 8 anos que não nos víamos pessoalmente. E, alguns meses que não nos falávamos, pois ligaram para mim no dia do meu casamento para me parabenizar, pois só vovó veio.

Vagamente, lembro-me que meu pai me disse que tinha uma irmã também adotiva, mas não disse nada sobre ela. Não sei porque, sempre ele foge de falar quem é ela. Acho estranho, mas também normal, para quem viveu uma vida se escondendo como agente especial.

Chegamos no aeroporto. Larissa veio até minha mãe, que a tratou bem. Mas ambas não se suportam. Minha mãe veio de origem humilde, e mesmo nós tendo uma situação confortável, ela continua simples. 

O que desagrada muito Larissa, que gosta de estar na moda e as conversas delas não batem. Ela é nutricionista e vive só falando em alimentação e beleza. Não que minha mãe precise de mudar algo, mas ela fica corrigindo-a sempre. Esse comportamento da minha esposa, deixa minha mãe sem paciência. No entanto, sei que por mim ela faz um esforço de "aguentar" a nora. 

Meu pai nem liga para Larissa, somos muito parceiros. Ele diz que não entende o porquê me casei com ela, pois não pareço feliz. Eu desconverso, pois não quero dar nenhuma brecha para problemas com meu casamento e minha família.

Entramos os quatros no jato particular da família. E, partimos rumo a Espanha. O tempo todo Larissa me cobrando os lugares que queria conhecer: Park Güell em Barcelona; Alhambra em Granada; Catedral de Sevilha; a Grande Mesquita de Córdoba; o Parque Nacional de Doñana, o Palácio Real de Madrid e por aí vai. Estava ela lendo sua pesquisa.

Não dei muita atenção. Determinado momento já estava dormindo. 

Chegamos em Madri de madrugada. E, seguimos para a casa de minha avó paterna.

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