VERDADEIRO AMOR!

CAPÍTULO 1 - LEMBRANÇAS DOLOROSAS

Estou aqui sentada no meu pequeno apartamento, que alugo, refletindo minha vida..

Sabe aquele momento que você para, com o intuito de refletir quem é, o que está fazendo da sua vida, como têm sido suas escolhas? É este é o momento.

Eu, Heloisa Vianna, uma jovem de 22 anos, pele morena-clara, cabelos ondulados, medindo até a cintura. Sei que muitas olham no meu cabelo, e ficam com inveja dos meus cachos, do meu sorriso largo...

Minhas lembranças mais DOLOROSAS...

Lembro-me sempre de um tio irmão de mais novo de meu pai, que dizia quando eu chegava às festas da família: "Chegou o sorriso mais lindo da festa!!" Eu ainda mocinha fica encantada com suas palavras.

Ambos falecidos. Uma tragédia na verdade abateu-nos há 5 anos. Meus pais (Maria Antonia e Renan Vianna) e dois irmãos de meu pai (Sergio Vianna e Saulo Vianna, gêmeos) foram em um casamento, de um filho dos primos de meu pai em Santa Catarina. No caminho de volta, com o tempo muito ruim, colidiram com um caminhão que tomou a pista contrária. E, todos morreram, praticamente, no momento do acidente. Eu só não estava com eles, porque minha vó estava doente e eu sempre cuidava dela. E, minha mãe acolheu meu pedido de ficar com ela. Afinal, casamento era coisa para eles, eu nem conhecia esses filhos de primos deles.

Foi algo que deixou meus avós arrasados. E, eu, também, não conseguia assimilar o que havia acontecido. Mas como eu era perseverante na igreja, na minha fé, Deus me ajudou a vencer aquele momento. E, agora tinha Vovó e o Vovô que precisavam de mim. Fui morar com eles.

Dois anos depois dessa tragédia, nossa família, passou outro momento difícil, minha vó Maria faleceu de depressão. Esta que a consumia desde a morte dos três filhos e da nora. Meus pais e tios. Restava eu o vovô.

Tinha neste momento 17 anos e participava ativamente da igreja. Tinha um conhecimento grande na cidade pequena em que vivíamos em São Paulo. Na verdade todo mundo conhecia todo mundo. O conhecimento que me rendeu um emprego de meio período em uma livraria de meus padrinhos José Alfredo (51 anos) e Estela (49 anos). Não eram as melhores pessoas, mas do jeito deles me ajudaram muito.

Eles tinham uma filha chamada Larissa, também de 17 anos. Ela era mais magra que eu, parecia muito a sua mãe, mas puxara o rosto arredondado do seu pai e os olhos dele também. Eles a mimaram muito e sentia que muitas vezes, eles não queriam fazer algo para mim, devido às implicâncias de Larissa. Mas eu não ligava. Ela era minha melhor amiga. Pelo menos era o que eu achava.

E tinha meu melhor amigo, que era Gabriel Santos Maia, também de 17 anos. Ele era lindo, educado, muito calado, quase não falava de sua família e eu respeitava isso. Seus pais eram maravilhosos, amigos e me adoravam. Não saia da cada deles.

Até meus sete anos, era muito magrela. Depois fui aumentando de peso. Até que quando meus pais morreram eu aumentei mais ainda, devido a séria ansiedade que passou a me abater. Principalmente, nos dias de chuva forte, pois essa foi a que levou meus pais de mim. Pois o motorista de caminhão não tinha visão da pista e saiu desta vindo a colidir fortemente com meu pai. Mas Deus sabe o que precisamos e ele sempre me deu forças para enfrentar.

Aos quase 19 anos, novamente outra tragédia anunciada, mais um momento de provação na minha vida. Lembro-me que esperava na sala do hospital, a notícia da saúde de meu avô Miguel, que naquele momento estava internado e sua saúde estava cada vez pior. Os médicos disseram que não tinham mais nada o que fazer. Ele apresentou um quadro irreversível de pneumonia e seu estado era crítico, pois, além disso, tinha pressão alta, diabetes tipo II, e nos seus 67 anos mostrava-se bem debilitado.