JOÃO VITOR

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No outro dia.

Acordei cedo. Arrumei-me como de costume. Segui para o hospital, com combinei com meu pai, passaria o dia com mamãe, já que ele passara a noite toda. Tomei café e segui direto. Estava com o coração tão apertado como se algo ruim fosse acontecer. Nem sei o que pensar. Até fui mais depressa, pensei que minha mãe poderia ter piorado.

No hospital falei com papai, que disse ter brigado já com meio mundo. Esse era ele quando se tratava de minha mãe. Nunca vi casal mais apaixonado. Ele a amava, a venerava e era assim tudo o que ele tinha na vida. Sei que iria sobrar para o meu lado, agora com mamãe doente e ele com seus 60 anos a pouco completados, iria dar uma parada no trabalho para cuidar dela. Relutante meu pai deixou o hospital. Iria para casa e, com certeza, descansaria pouco tempo e iria para o trabalho.

Sentei-me na poltrona no quarto de minha mãe e passei a olhar para longe pela janela. Lembrava de tanta coisa do passado, dos meus pais presentes, meus avós, primos, tios, tanta gente. A casa sempre cheia e como erámos felizes. Mas algo doía no meu peito, sem saber o que era. Não pude deixar de lembrar-me de Heloisa, sua história de vida e de que era sozinha. E fui despertado por uma mãe curiosa e extremamente atenta.

- Filho bom dia! Daria um presente para saber esses pensamentos onde tanto vagueiam. Sei que não é nessa velha que vos fala, pelo suspiro que deu agorinha. Seria um amor??? – disse já risonha.

Mãe, bom dia, como está? – disse a olhando, feliz por vê-la bem.

- Estou bem filho. Não fuja da minha pergunta João Vitor Moretti. – Sabia que dizer meu nome todo não era coisa boa, então deveria falar.

- Estava pensando na nossa família, em como somos privilegiados, em sermos tão felizes e tanta gente junta. E, depois me lembrei de uma amiga que é sozinha no mundo. E meu coração apertou.

- Amiga é? E que faz o coração apertar? Ah! Filho pare com isso, você está apaixonado. – disse eufórica, pois o que ela mais queria era que eu encontrasse alguém e lhe desse netos.

- Mãe, não diria apaixonado, mas sim pela primeira vez amando. – fui sincero, não consegui ser diferente com ela.

- Nossa, que isso. Filho, estou acamada e me recuperando. Não me faça passar mal novamente, pois a minha maior alegria é ver você com seu amor e me dando netinhos lindos. Casa cheia. – Terminou sorrindo. Como era lindo seu sorriso. Também achava o de Helô maravilhoso.

- Mas diga, quem seria este amor? Conheço? Fala filho. – Estava quase desesperada e agora sim fiquei com medo dela passar mal.

Logo fomos interrompidos pela enfermeira trazendo suas medicações e dizendo que a refeição seria bem leve e que em meia hora estaria sendo servida. Assim foi. Ela ficou chateada, pois disse que só iriamos continuar depois do almoço. Assim que ajudei, fui até a cantina do hospital almoçar também.

Chegando ao quarto seguimos nossa conversa.

- Filho prontinho, pode matar a curiosidade desta moribunda. – sorriu.

- Mãe para com isso. Mas sei que não irá sossegar se não falar. Ela é uma garota que conheci na Universidade, também faz Administração. É muito autêntica, agradável, doce, extremamente amorosa. Você até a conhece. – disse rindo e ela arregalando os olhos.

- Gente trocaram meu filho? Ou essa moça é um tesouro achado. E, eu a conheço? De onde filho? – Agora sim ela estava curiosa.

- Ela se chama Heloisa. Por sinal a mesma que estavam querendo que eu me aproximasse. Não é? Vi que era ela que trabalhava com o papai, quando comecei lá ontem. – olhei e seu sorriso agora sim era grande. Até achei que era emoção demais para ela, pois estava vermelha. Fiquei preocupado.

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