Eu devo ter adormecido o caminho todo até chegar em casa, pois fui acordada pelas mãos grandes de Nate me chacoalhando levemente. Despertei forçando meus olhos a focarem nele, e seus braços me ergueram do banco do carona.Ele não havia me pegado no colo daquela vez, mas me segurou forte para que conseguíssemos subir os poucos degraus que davam até a porta. Ao sentir meus pés tocarem o chão, eu percebi que estava sem as botas. Ele deve ter tirado em algum momento, que eu não me lembrava.
Dentro de casa e no meio do escuro, eu mal conseguia manter meus olhos abertos, mas ainda estava perfeitamente "consciente" quando adentramos o meu quarto. Eu não sei por qual razão, comecei a rir, talvez, porque me lembrei de quando eu invadi o quarto dele com ele bêbado, e ali naquele momento, era eu quem estava ali naquela situação.
— Do que está rindo? — ele perguntou seriamente enquanto caminhávamos em direção à minha cama.— Ah esquece, bêbados riem atoa! — ele resmungou e me colocou sentada na cama, mas eu acabei tombando o corpo para trás, me deitando.
— Estou rindo de você... bobão ... — eu consegui dizer enquanto encarava o teto. Então apontei o dedo para ele, tentando me sentar. — Por quê está me ajudando? Você não gosta de mim...
— Quem disse que não gosto de você? — ele disse me encarando a uma distância segura.— Mesmo nessa situação, não se lembra do que eu te disse? Cole já te fez esquecer? — seu tom era irritado.
— Você, ele... vocês são dois mentirosos...! — eu disse seguido de uma risada.— Parece um prêmio caro... mas, meu coração vale tão pouco assim? Alguns milhões?
No entanto, as últimas frases não tiveram humor nenhum, e sim dor. Eu não sabia se era devido ao álcool, a sensibilidade repentina que me abateu, mas quando menos percebi que já chorava enquanto tentava me levantava, mesmo cambaleante.
— Eu odeio você, Nate, eu odeio Cole, eu odeio Alex, Paul e essa maldita casa... — ri em meio às lágrimas.
Por quê raios eu não parava de falar? No fundo eu sabia que estava entregando o jogo para ele. Em algum lugar do meu subconsciente eu sabia que estava deixando claro para ele que eu sabia de alguma coisa sobre a aposta ridícula. Mas as palavras atropelavam meus poucos sentidos naquele momento e simplesmente saíam.
Toda a mágoa dentro de mim sendo posta para fora, enquanto eu dava passos vacilantes para frente e empurrava o peito do cara à minha frente, que nem mesmo havia saído do lugar, enquanto me encarava.
— Você não vai dizer nada? uh? Eu sou tão sem sal assim??? — questionei com certa amargura em uma tentativa falha de empurrá-lo novamente.— Mentiroso!
Eu praticamente gritei em total frustração consciente e inconsciente. E quase, por muito pouco mesmo fui ao chão, mas então sua mão rodeou minha cintura pela terceira vez naquela noite, me mantendo no lugar. Ele ainda não falava nada, como sempre.
Ele era completa incógnita! Uma incógnita de merda!
— Eu odeio o seu silêncio... — murmurei baixinho, porém em um tom ressentido.
Pude sentir bater contra meu rosto, o ar pesado que deixou suas narinas quando ele suspirou profundamente. Seus olhos me encaravam, mas não era exatamente para os meus que eles estavam focados, mas talvez em um ponto mais em baixo. Eu não tinha certeza.
Minha visão não estava cem por cento digna de confiança.
— Você — disse com a voz firme enquanto sua mão livre ia até o meu queixo me forçando a olhar para ele — tem valor, não preço, Maxine — sua mão que estava em minha cintura a apertou levemente e ele umedeceu os lábios antes de continuar — Nem o carro mais caro do mundo, vale mais que você e meu único erro, foi não ter impedido aqueles imbecis de começarem essa merda!
Eu arregalei os olhos levemente tentando sair de seus braços após ouvir suas palavras, mas ele me segurou mais forte e eu não fui capaz de continuar lutando. O álcool podia estar correndo em minhas veias, mas ele não era o suficiente para fazer meu coração bater feito louco dentro da minha caixa torácica.
— Meu silêncio...— ele continuou, tirando uma mecha de cabelo da frente de meus olhos. — me torna parte dessa idiotice, ainda que eu não me sinta apostando você e os seus sentimentos, eu me sinto atraído sim por você, bem antes desse acordo idiota, eu te disse. Mas sei que você não acredita mais nisso e acha que estou mentindo para ganhar o maldito carro, mas Maxine...eu... vou provar para você que eu não faço parte desse jogo ridículo.
Não sabia o que dizer após suas palavras, eu não conseguia pensar em nada. Primeiro porque minha cabeça estava girando e porque eu não conseguia formular palavra ou frase alguma. Mas eu me sentia estranha.
Não era o álcool, definitivamente não era a embriaguez.
Mas era aquela vozinha bem no fundo da minha consciência que queria acreditar nele.
E diante do meu silêncio, ele acabou aproximando seu rosto do meu e quando viu que eu não recuei, mas apenas fechei meus olhos, seus lábios se grudaram aos meus.
Foi como se um choque estivesse passando por todo o meu corpo naquele momento, e num ato tão bobo pois, não teve língua, foi apenas um desajeitado movimentar de lábios, mas que foi o suficiente para me deixar balançada.
— Você provavelmente não vai se lembrar de nada disso amanhã, a conversa ou o beijo. E eu vou fingir que não sei que você já sabe sobre a aposta.— ele disse quando se afastou.— Porque meu objetivo não é atrapalhar seja lá o que você está tentando fazer, mas é provar para você que eu não sou tão idiota assim, eu posso ter sido babaca com você no início e sim, eu sou babaca, eu admito, mas eu quero você, me dei conta disso todas as vezes que me tirou do sério ver você com algum deles, mas eu vou fazer de tudo para você ver que eu não estou mentindo e me querer também...
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REPÚBLICA DE TESTOSTERONA
Teen FictionEm andamento, portanto possui erros de digitação. Quando a obra for concluída, os erros serão corrigidos ✓ Maxine Smith havia acabado de receber um e-mail confirmando sua admissão na universidade de seus sonhos. Porém, devido a um problema no siste...