Cap 2 - Os machos e eu

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Paul nos deixou alguns minutos sozinhas no quarto, alegando que era para ficarmos à vontade e poderíamos tirar fotos e enviar para o "nosso cara" se quiséssemos

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Paul nos deixou alguns minutos sozinhas no quarto, alegando que era para ficarmos à vontade e poderíamos tirar fotos e enviar para o "nosso cara" se quiséssemos.

O único problema, era que não havia cara nenhum. O cara era eu. E com certeza eles não me aceitariam, na minha cabeça só se passava duas coisas.

1- Eu vou perder minha vaga se eles não me aceitarem.

2- Eu me disfarço de homem e venho morar na Testosterona. Eu já havia visto filmes em que garotas se passa por garotos, não devia ser tão difícil.

Errado.

Apesar de não ser "atraente" de acordo com os padrões da sociedade, eu era muito feminina. Cheia de curvas, uma bunda imensa, peitos gigantes, um corpo muito feminino, de uma garota acima do peso, mas ainda assim, era muito feminino. E, ainda que eu usasse roupas largas, não daria conta de disfarçar. Ódio.

— Estamos ferradas, não existe cara nenhum. Você ouviu, eles estão buscando por um homem, Julie.... — eu digo apreensiva e encaro minha irmã que tentava não demonstrar, mas também estava nervosa.

— Calma, é só a gente dizer que você é um homem trans, você pode usar umas roupas pretas, masculinas...apenas quando estiver aqui e...

— Você é doida! — resmungo descrente. — Não se usa orientação sexual ou identidade de gênero para isso, enganar, ou mentir, eu sou uma mulher cis, eles querem um homem cis, não vai dar certo!

— Então vamos contar a verdade. Que apesar de você ser mulher, você precisa muito da vaga. — ela suspira e me encara seriamente.

Não havia como discordar dela, a única coisa que nos restava era dizer a verdade, nua e crua. Eu com certeza seria rejeitada a ficar ali, mas pelo menos, tentaríamos. Eu não me sentiria culpada por perder a vaga na universidade depois.

Nos encaramos brevemente e Julie agarrou a minha mão, enquanto deixávamos o quarto. Caminhamos pelo longo corredor até estarmos na sala de estar, onde se encontravam todos os garotos. Até mesmo o quarto, que devia ter chegado em algum momento enquanto estávamos no quarto surtando.

Ele era loiro, porém, bem mais loiro que o Cole. Eu considerava Cole loiro porque ele tinha o cabelo castanho claro e olhos claros, mas o garoto novo, sentado ao lado de Paul, possuía os cabelos bem dourados e na altura do ombro, olhos esverdeados e um sorriso lindo. Meu Deus.

— Ah, vocês estão aí...— Paul foi o primeiro a nos notar ali, paradas. — E então, o que ele disse? Vocês falaram com ele? — quis saber.

E de repente a atenção de todos estava em nós. Fui obrigada a encarar meus próprios pés para não entrar em colapso.

— Sobre isso, precisamos falar com vocês...— Julie disse meio sem jeito.

— Sim, ele não vai querer? Não tem problema... geralmente o pessoal não está querendo devido a distância, é compreensível... — Paul diz meio cabisbaixo.

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