Any
Um galpão, um enorme galpão. Era onde eu estava agora.
Eu realmente não devia estar nada bem. Pois ainda não acreditava no que deixei Beauchamp fazer com sua mão por baixo da mesa naquela lanchonete.
— Está calada demais.
Me vi em uma situação de que se Beauchamp fosse um abusador, ele conseguiria fazer absolutamente qualquer coisa comigo.
O galpão era moderno. Com uma enorme TV ao canto e sofás. Ao meio parecia uma pista de dança. Um galpão do qual ficava no meio do nada. Longe de qualquer ajuda se eu precisasse.
Nunca confie em homens... Mamãe dizia para mim.
— Sabe... pra você seria muito fácil, sabia?
Me virei para ele. Assisti sua expressão ficar confusa.
Sentir excitação por ele e ficar com medo do que poderia acontecer entre nós aqui era algo muito perto, muito linear.
— Seria muito fácil se você quisesse... — Respirei fundo e olhei para os meus próprios tênis sujos de areia — Sabe, se eu negar transar com você... seria extremamente fácil pra você me pegar e fazer a força.
Voltei olhar pra ele. Beauchamp tinha uma péssima expressão em seu rosto. Até parecia que havia algo amargo em sua boca.
Ele não disse nada enquanto fiquei parada no meio do galpão. Ele me deu as costas e foi em direção ao um armário de madeira.
Consegui enxergar alguns cobertores entre outras coisas. Ele os tirou de lá e caminhou em direção aos sofás. Ao chão começou a cobrir com os cobertores e almofadas.
Dei pequenos passos, observando ele trabalhar em silêncio.
Depois de alguns minutos Beauchamp se levantou e em suas mãos havia uma corda.
Ele começou a se aproximar. Meu coração bateu rápido e meu instinto me mandou correr.
Josh Beauchamp parou na minha frente e me ofereceu a corda.
— Me amarra. — Mandou ele. — Se acha que não consigo me controlar e sou a porra de um doente amarre as minhas mãos, princesa.
Arregalei os olhos.
Atômica com aquela atitude.
Minhas mãos não foram rápidas para pegar a corda. Porém, a peguei. Mas não era medo, era outra coisa. Por isso peguei a corda.
Ele juntou os pulsos e esperou.
Pensei por alguns segundos sobre toda aquela situação.
— Você não quer fazer sexo comigo? — Perguntei em um murmúrio.
Seus olhos pareciam que iam me queimar da forma que me fitou.
— Acha que eu trouxe aqui pra fuder você? — Ele inspirou tão irritado que já estava me deixando nervosa. — Puta merda com que caras que anda saindo?
Dei de ombros e passei por ele ainda com a corda nas minhas mãos.
— Como uma garota eu sei das consequências em dizer não ao um cara.
O sofá parecia confortável.
Me sentei e permaneci olhando para o nada.
— Não tenho a força suficiente para parar um homem. — Falei. — Se for isso que você quer então eu que fui-
— Jesus, pare de falar agora!
Agora ele estava andando de um lado para o outro como uma galinha siscando o chão.
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Amar Traz Consequências
RomanceDizem que a juventude é a parte mais difícil de uma garota. Eu discordo. A minha vida começou a dar errado muito antes da minha primeira menstruação. Eram péssimos anos para ser uma garota. E ficaria pior após eu receber a fatídica notícia que iria...