Capítulo 6 - Manhã nublada

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(Lee)

Naquele momento, eu não queria pensar em mais nada. Eu já estava completamente rendido por ela. Não havia mais nada que me parasse de continuar o que queria, e ela também queria. Sentia isso ao tocar sua pele, seu rosto, seu corpo. Eu queria saciar a minha sede que estava sentindo desde que a vi pela primeira vez, bebendo aquele drink que pedi que levasse para ela. A conexão que senti foi instantânea, e a amizade que construímos em tão pouco tempo só me fez me apaixonar mais ainda por ela. Como tudo na minha vida tem começo, meio e fim, minha história curta com ela também acaba aqui. Mas quero levar comigo a melhor lembrança que puder, porque não sei se nos cruzaremos novamente. Poderia até soar canalha da minha parte, mas eu via que a estava usando, ela sucumbiu e eu também, mas iria embora no dia seguinte e ela só no final de semana. Não sei quando nos encontraríamos, por um momento lembrei que nem telefone trocamos aqui e queria de alguma forma encontra-la na Coreia, mas vou pensar nisso quando voltar.

— O que tanto pensa e tanto me olha? — perguntou Bia.

— Como você é linda — respondi.

— Olha, gostosa até posso ser, mas linda não sei.

— Nunca disseram que você tem um rosto e um corpo perfeitos? Seus cabelos são lindos e macios, amo o perfume deles, seus olhos são expressivos e sinceros. Como puderam te magoar tanto?

Beijo novamente aquela boca, mas agora de uma maneira apaixonada. Não quero sair desse beijo nunca mais. Tiro o que sobrou da roupa dela e da minha e deito na cama por cima dela, olho em seus olhos e pergunto mais uma vez:

— Posso continuar?

— Pode sim — ela responde.

Intensifiquei o beijo, mordendo seu lábio inferior, o que fez ela soltar um gemido baixo, me deixando com mais tesão. Enquanto segurava sua cabeça com uma mão, desci a outra por sua barriga até chegar no meio de suas pernas e senti-la entre meus dedos. Ela gemeu novamente, então a penetrei com um dedo. Ela abriu os olhos por alguns segundos e arqueou seu corpo. Abocanhei um dos seus seios e fui descendo, enchendo seu corpo de beijos molhados até chegar no meio de suas pernas. Neste momento, ela já estava totalmente entregue para mim.

(Bia)

É tão bom se sentir desejada. Antes de me separar, minha relação com Daniel era boa na cama, tive outros dois parceiros antes dele, e eu pelo menos achava que era. Mas agora, com o Lee, é uma sensação muito diferente de qualquer outra experiência que tive. O jeito que ele me segurava forte, o jeito que ele me beijava, passava a mão pelo meu corpo, tudo era bom e novo para mim. Como ele me tocou e me desmanchei nos dedos dele.

Ele me penetrava com força, do jeito que eu queria e gostava. Sim, eu estava enlouquecida com isso. Me colocou em posições que nunca fiz. Me sentei em cima dele e cavalguei bem fundo, com ele dizendo meu nome.

— Não para — disse ele, segurando na minha cintura e conduzindo o ritmo junto comigo. E assim chegamos ao paraíso juntos.

Acordei e senti a cama vazia. Eram 5 da manhã e já estava amanhecendo. Depois de transarmos a noite inteira, dormi profundamente. Levantei e fui procurá-lo. Não estava no banheiro, na sala e nem na piscina. A cozinha também estava vazia, ele deve ter ido até seu chalé.

Tomei um banho rápido e vesti uma roupa. Fui até o chalé dele e vi a porta aberta, com pessoas limpando o lugar. Perguntei para uma das camareiras onde estava o hóspede e ela disse que ele já tinha ido embora. De repente, senti um aperto no peito e meu coração na garganta. Fui até a recepção do hotel e dei o número do chalé dele. Ele tinha partido faziam duas horas. Ele foi sem se despedir.

A gente passou momentos tão felizes que em nenhum momento lembrei de pedir seu telefone ou ele o meu. Talvez eu tenha pensado em postergar para quando ele estivesse indo embora, que seria em dias, mas ele foi embora antes e não se despediu. Aquilo me quebrou de uma tal maneira que comecei a chorar. Foi um choro de desespero. A recepcionista ficou preocupada e chamou outro funcionário que me levou para uma sala e trouxe água. Senti tudo ficar escuro na minha frente e apertei meus olhos para não desmaiar.

Senti meu peito ainda mais pesado e meus braços formigarem. A sensação era horrível: estava tendo uma crise de ansiedade. Um médico foi chamado, me deu um calmante e fui levada de volta ao meu chalé.

Fiquei trancada nele até o final da minha estadia lá porque todo canto do resort me lembrava ele. O que era para terminar como férias merecidas acabou como férias frustradas. Eu não entendo porque senti tanto a partida dele. Por mais que não tenhamos prometido nada um ao outro, me senti usada. Comecei a imaginar que todo aquele enredo foi para me levar para a cama.

No último dia de férias, arrumei minhas malas e mandei uma mensagem para minha amiga da Coreia avisando que chegaria no dia seguinte. Enfim, Bia, bora recomeçar novamente. Recolha seus cacos e deixe todas as lembranças do Lee aqui na Tailândia.

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