Capítulo 19 - Não se preocupe

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Terminei meu trabalho com os meninos, agora posso focar só na Unholy. A impressão que tenho é que estou deixando meu trabalho a desejar fazendo várias coisas ao mesmo tempo, mas segundo Hani e Lee, está tudo em perfeita ordem e sintonia com os prazos. Hani já retomou parcialmente suas atividades, o que me deixa feliz e aliviada com a carga de trabalho.

Sendo a Coreia um país ainda conservador, tive uma ideia e ajuda da Pearl sobre as drags. A Coreia do Sul possui duas muito famosas no meio, então foram as primeiras que contatei. Estou programando minha ida a Nova York. Não sei quanto tempo ficarei por lá, mas sei que neste período o Nam estará ocupado também, então acabou casando as agendas. Estamos em casa colocando o papo em dia. Tem sido corrido, mas lindo, nossa relação. Ele vai ficar um período longo ausente e teremos uma maratona pela frente para conciliar agendas. Não quero cobrar nada dele e espero que ele não cobre nada de mim. Nam se mostrou um homem por vezes inseguro por eu ser uma mulher do ocidente que não pede permissão para ir e vir. Percebo que isso o assusta um pouco e, lá no fundo, ainda sinto que ele não tem 100% de confiança em mim, mas estou procurando não ficar paranoica com isso.

"Você tem uma ideia de quantos dias ficará em Nova York?" ele pergunta.

"Ainda não. Espero que não seja mais do que quinze dias porquê..."

"Quinze dias?! E eu, como fico? Morro de saudade?"

"Vida, mas você fica isso ou mais tempo longe. Não me pressione, por favor. Estamos na reta final do lançamento e não quero que fique criando historinhas na sua cabeça."

"Desculpe, mas é tanto tempo que parece eterno."

"Você vai sair em turnê logo mais e serão MESES. Você tá vendo eu surtar por isso?"

"Não, você é tão equilibrada que às vezes penso se você se importa mesmo comigo", ele fala fazendo bico.

"Claro que me importo. Talvez porque eu não seja army, alguém obcecada por vocês que vive em função do que vocês fazem, pode parecer que não me importo, mas me importo, e muito."

"Eu sei, vida. Me desculpe, eu não quero te pressionar. Se pudesse, eu iria com você, mas não posso e isso me mata por dentro. Vou tentar não ser chato e dependente de atenção."

"Precisa, né? Imagina se o negócio dá certo. Vou precisar viajar mais vezes e não quero que isso seja um obstáculo entre a gente." Ele me abraça apertado e me dá um beijo na testa. "Não vai ser, eu prometo."

Ouvir o Nam me preocupa. Não quero pensar nisso, mas não sei se ele realmente achou que eu ficaria quietinha aqui na Coreia esperando ele chegar de cada compromisso que tem.

"Posso fazer uma pergunta? Já contou a seus pais sobre nós?" Vejo o semblante dele mudar e os olhos ficarem mais escuros. Ele não respondeu por um momento, como se não esperasse essa pergunta.

"Contei que estava conhecendo uma pessoa. Não dei detalhes porque a gente não tinha se acertado ainda, então falei só contando com a minha esperança da gente se resolver."

"Parece preocupado quando te perguntei, mas me preocupo também. Então acho que, se você tiver alguma coisa para me contar, a hora é agora. Se você quer levar isso a sério mesmo, preciso saber com quem estou me relacionando de verdade."

"Não tem nada para se preocupar, amor. Na hora certa eu vou levar você para conhecer minha família. Deixa minha agenda acalmar e a sua também."

"Sua mãe é a coreana tradicional que escuto falar? Você é filhinho de mamãe?" digo sorrindo. "Nam, sou 10 anos mais velha que você. Imagino que não sou exatamente a pessoa que sua mãe espera conhecer, então isso me incomoda um pouco também."

"Não vamos falar da minha mãe agora." Ele me beija, encerrando o assunto e me levando para o quarto.

"Olhe nos meus olhos então e diga que não tenho que me preocupar."

"Você não tem que se preocupar."

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