Capítulo 24 - Novo encontro

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(Nam)

Quando saí da casa de Bia, a angústia tomou conta de mim. Ela tinha razão, e a maturidade que eu não mostrei me incomodava profundamente. A verdade é que eu sou impulsivo com meus sentimentos, algo que não se alinha com o Kim Namjoon do trabalho, que é racional e focado. Fico à deriva quando se trata de questões pessoais, e isso pode ser um grande problema para mim.

Dirigindo de volta para casa, as lágrimas começaram a escorrer ao lembrar como Bia me olhou ao abrir a porta, como ela pulou nos meus braços enquanto eu me mantinha frio. Senti que, com essa minha atitude, poderia ter perdido algo muito especial.

Meu telefone tocou e, por um instante, pensei que poderia ser ela, mas ao ver o nome "Lyani" na tela, meu coração afundou. Não era quem eu esperava, e definitivamente não era a conversa que eu precisava naquele momento.

"Oppa, tudo bem? Estou em Seul até sábado, quero muito te ver. Será que conseguimos?"

"Oi Lyani, tudo bem? Estou bem ocupado essa semana, não sabia que estava em Seul, se não teria agendado alguma coisa com você."

"Não tem problema, Oppa, posso te ver quando for almoçar com sua mãe, ela me convidou, mas queria ver você sozinho."

Essa notícia me gelou. Minha mãe estava tentando nos juntar novamente, algo que eu vinha evitando há tempos. Saber que Lyani estaria com ela me deixou ainda mais preocupado e desconfortável.

"Preciso desligar, a gente se fala depois." Não esperei por uma resposta e desliguei rapidamente.

Imediatamente, tentei ligar para Bia, mas só chamou. Enviei uma mensagem, esperando que ela pudesse me dar outra chance para explicar e talvez consertar as coisas.

(Bia)

O som da porta batendo ainda ecoava em minha mente. A dor e o choque foram imensos, e eu sabia que tinha que me priorizar. Já passei por relações onde sempre cedia, sempre era a compreensiva. Não queria mais isso, nem por Nam.

Vi a mensagem dele e parte de mim queria correr para seus braços, mas a razão falou mais alto. Eu estava magoada, e qualquer conversa naquele momento só traria mais brigas.

Então, o telefone tocou. Era uma mensagem de Jin, algo que não esperava e que me distraiu dos pensamentos turbulentos.

"Sr. Kim, em que posso ajudá-lo?"

"Me fez parecer um velho de sessenta anos agora com esse 'senhor'. Devo te chamar de ajumma?"

"Como é?"

"Desculpe a piada. Acho que não liguei em uma boa hora."

"Tudo bem, estou com alguns problemas, mas já estou resolvendo. Lee me disse que houve alguma mudança com sua roupa, mas ele já está atuando, então não se preocupe."

"Foi por isso que liguei, fiquei pensando se seria necessária sua interferência, mas vejo que está tudo andando como combinado. Espero te ver quando eu retornar na prova da roupa novamente."

"É possível, mas como ando ocupada com outro projeto, provavelmente Lee vai tocar esse assunto com você."

"E onde ficou o atendimento personalizado que você daria para nós?"

"Mas já está recebendo, tem meu número pessoal, imagino que esse seja o nível de atendimento personalizado que precise."

"Todos os outros têm seu número, não acho isso exclusividade. Sendo o mais velho dos sete, deveria ter prioridade em outras coisas. Que tal um café para me desculpar por te chamar de 'ajumma'?"

"Não é necessário, não me sinto velha, e não fiquei ofendida. Tenho orgulho da idade que tenho, isso é mais respeito do que ofensa."

"Mesmo assim, Bia, deixa eu ser feliz e te pagar um café e me desculpar corretamente. Quando o certo era te chamar de "nonna", já que nossa diferença de idade é pouca. Vou te ligar até você ceder."

Dei um longo suspiro, sabendo que Jin podia ser insistente quando queria. Olhei a agenda para ver quando ele viria ao ateliê e marquei para o dia seguinte.

"Eu te encontro após a prova, não conseguirei participar dela, mas a gente pode tomar um café depois. Precisa ser rápido porque terei outro compromisso."

Jin: "Com certeza, "nonna".

Fechei o telefone e respirei fundo. Não estava pronta para lidar com Nam ainda, mas Jin, de alguma forma, trouxe um leve sorriso ao meu rosto com sua insistência gentil e sua forma de ser. Talvez um café com ele pudesse realmente me fazer bem.

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