Eu te amo

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Depois de ter enrolado o máximo que eu podia, voltei!

Comentem e me deixem saber o que acham da história. :)

*

A visão da cidade era ampla, a lua sendo a única iluminação sobre elas. Uma conversa alta já se fazia presente entre elas devido a quantidade de vinho que fora ingerida.

Verônica estava sentada entre as pernas da loira, apoiando sua cabeça na clavícula da delegada que fazia um carinho nos cabelos castanhos.

Sentadas juntas no chão em uma colina qualquer na cidadezinha do interior que a morena cresceu, a lua sendo a única testemunha das declarações de amor que eram ditas ali ao som da musica baixa que soa dos altos falantes do carro, ambas as mulheres sabiam que o mundo poderia acabar, mas o amor continuaria vivo.

- Eu te amo tanto, morena. - Anita diz enquanto desliza o nariz sobre o pescoço cheiroso da sua mulher. Berlinger estava com o corpo apoiado na lateral do carro enquanto o corpo que estava em seus braços se derretia aos poucos com as caricias.

- Eu tenho certeza que eu te amo mais. - Um sorrisinho convencido escapava dos lábios de Anita.

O amor quando ele chega ele não vem rápido, ele vem de foguete. Ele fura o sinal e não está nem aí. Ao furar o sinal, ele acabou atropelando os corações de Verônica e Anita, que estavam sem capacete.

- Pois eu digo que você está errada.

- Ah é? Pois então agora eu que digo que você está errada. - Uma risada escapa dos lábios delas.

A loira leva a mão que não afagava os cabelos de Verônica, ao seu bolso interno da jaqueta de couro tirando de lá uma caixinha vermelho bordô com duas alianças prateadas, abrindo a mesma e colocando na frente da morena.

- Namora comigo e deixa eu te mostrar o quanto está errada. - Berlinger dizia ao pé do ouvido de Verônica, a outra mulher sentia os olhos encherem de lágrimas enquanto se virava e sentava no colo da loira, encarando os orbes azuis apaixonados.

- Eu te namoro a muito tempo, meu bem. - Anita interrompe o sorriso enorme de Verônica com um beijo apaixonado, deixando com que sua língua explorasse a boca que ela já conhecia tão bem mas nunca cansaria de explorar um novo pedaço.

- Você pode por favor dizer que aceita? Estou me tremendo toda. - Verônica ri do desespero da sua namorada, jogando a cabeça para trás.

- Para de ser boba, amor! É claro que eu aceito.

[...]

25/03/2024 - segunda-feira

O barulho da porta de vidro sendo aberta abruptamente afastando as memórias de Anita sobre o segundo melhor dia da sua vida, o primeiro fora quando beijou Verônica pela primeira vez.

Olga Ribeiro atravessar a porta de sua sala sem nem mesmo bater antes. Anita encara os olhos dos olhos de Olga, encarando a vidraçaria de sua sala e constando o que ela já sabia, Verônica a encarava do lado de fora, com uma feição nada agradável aos olhos da loira.

- Bom dia, delegada! Atrapalho? - Anita volta a encará-la, gostaria de dizer que sim, mas ainda precisava concluir dezenas de casos que estavam em abertos para que ela solucionasse.

- Bom dia, Srta. Ribeiro! Na verdade... - Anita começa dizer, mas uma terceira voz ecoa pela sala, a interrompendo.

- Bom dia, Olga. Atrapalha sim, meu assunto é urgente! - Verônica diz, entrando rápida feito um furacão na sala de Berlinger, com um copo de café fumegante.

- Podemos falar mais tarde, Olga? - Anita questiona a outra mulher, que continuava parada na porta, encarando com um olhar mortal a outra morena. Olga apenas consente, saindo em silêncio da sala.

- E então, escrivã? O que é tão importante? - Berlinger diz virando sua cadeira em direção a sua namorada.

- Apenas vim trazer seu café, doutora.

- Em cinco anos de relacionamento nunca vi tanta disposição e urgência apenas por um café. - Anita claramente debochava de Verônica, a loira sabia que era ciúmes.

- Sempre dizem que tem uma primeira vez para tudo. - A morena diz se levantando e caminhando até a porta, enquanto encara os olhos azuis que bebericavam do café.

- Ei Verônica! - A morena vira a cabeça sobre o ombro, parando próxima a porta. - Eu te amo.

- Eu também te amo, Anita.

Verônica havia voltado para sua mesa, o trabalho burocrático e meticuloso tomava para si toda a atenção da morena. Ela já havia perdido as contas de quantos copos de café havia ingerido.

O trabalho que fazia agora ocupava sua mente para não pensar na cena que acontecera mais cedo. A morena não se intitulava como ciumenta, mas agira como tal.

- Ei moça! - Verônica se assusta ao ter alguém a dirigindo a palavra e interrompendo seu trabalho. Um homem alto e magro segurava um buquê gigantesco de lírios e peônias. - Você sabe onde eu posso achar a Verônica Torres?

- Sou eu! - O homem a entrega o buquê e ela sorri de forma grata. - Quem mandou entregar?

- Desculpe, mas não podemos repassar essas informações. Tenha uma boa tarde, senhorita!

A delegacia toda parou para ver Verônica descobrir quem havia enviado o lindo presente. Burburinhos inconvenientes já se espalhavam pelo corredor do departamento, mas a morena estava concentrada demais em seu buquê. Um pequeno bilhete estava pregado ao lado.

Saia mais cedo, esteja pronta as 21:00

Vou fazer isso da forma certa, ou pelo menos tentar.

Eu te amo,

A.B

Um sorriso bobo escapa dos lábios rosados da morena, ao mesmo tempo que a silhueta elegante da loira saia do elevador, caminhando sobre os saltos caros até estar em frente a mesa de Verônica.

- Ouvi boatos que você tem compromisso hoje as 21:00. Procede?

- Procede sim, delegada. - Um sorriso de orelha a orelha aparecia nos lábios pintados de vermelho vivo da loira.

- Não gosto de atrasos.

- Eu sei que não, mas achei que você sabia que eu me atraso apenas para coisas que eu não quero fazer.

- Vou estar disposta a ouvir tudo que não sei sobre você e deveria saber.

Aos poucos o sol e a lua voltavam a se alinhar, mesmo estando visivelmente desalinhados. Depois que o coração alinha, o resto é resto.


Betrayed | Veronita FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora