29/03/2024 - sexta-feira
O banque da porta treme as janelas de vidro da sala após a sala, um silêncio paradoxal que envolvia as mulheres, misturando conforto e desconforto enquanto elas se perdiam em seus próprios pensamentos.
Anita Berlinger ainda aproveitava da massagem gostosa que recebia nos ombros, um suspiro profundo junto a um balançar de cabeça cortava a sua linha de raciocínio, e talvez fosse melhor assim.
- Você ouviu o que ela disse? – Verônica pergunta como quem não quer nada, um falso tom de inocência enquanto caminhava sob os saltos e dava a volta na cadeira de Anita, apoiando a bunda na mesa de madeira bruta a sua frente e cruzando os braços, encarava os orbes azuis.
- Ela mandando a gente se foder? – Anita pergunta no mesmo tom, arrastando sua cadeira até estar próxima o suficiente para puxar uma das pernas da morena, apoiando o salto caro que ela usava em uma das suas pernas, começando uma massagem perigosa na panturrilha.
- Odeio ter que admitir, mas talvez eu concorde. – A morena passa sua outra perna pela coxa da loira, se sentando no seu colo; as mãos da delegada rapidamente descendo para a bunda que estava muito bem delineada na calça do terno.
- Se você queria foder, era só ter falado. – A loira deleita beijos molhados pelo pescoço perfumado, se sentindo embriagada e nem era pelo pouco álcool que havia ingerido naquela noite.
- Você não entende, é difícil resistir aos perigos da maré dos seus olhos, porque eles sempre pedem que eu me perca, igual uma bússola ao contrário. – A morena agora dizia em um fio de voz, o tesão estava embriagando a sua mente.
-Se perca, porque eu já estou perdida na floresta negra que são os seus.
- Eu preciso de você, agora. – A boca de Verônica sendo coberta pela outra boca vermelha rapidamente, e pela segunda vez no dia elas borravam seus rostos de batom.
- Você não manda em mim, meu amor? – Anita continuava a instigá-la, mas dessa vez falando em sua boca.
- Acho que não...se eu mandasse, você teria me fodido contra ao espelho do banheiro do nosso quarto.
Um beijo é mais que a pressão de lábios encontrando lábios; é a fusão de almas que se manifesta fisicamente. Pode ser suave como um sussurro de vento num dia calmo, ou intenso como uma tempestade que arrebata tudo ao seu redor. E agora, os beijos delas pareciam mais um dilúvio do que uma tempestade.
O blazer preto de Verônica finalmente cumprindo seu destino ao encontrar o chão, os cabelos se tornavam levemente bagunçados ao serem puxados pelas mãos afoitas. Anita se levanta, ainda com a mulher em seu colo e as dirigindo ao banheiro social da sua sala, empurrando Verônica contra a porta e em seguida passando o tranco.
Os olhos fechados, como se testassem a temperatura do desejo mútuo. Os corpos se aproximam, se entrelaçam, como se o tempo parasse para dar espaço a esse momento, onde não existem mais dúvidas, apenas a certeza de estar exatamente onde se deveria estar. O beijo se aprofunda, os lábios se movem em um ritmo próprio, uma dança corporal de paixão e entrega, como se quisessem se comunicar através do toque, revelando emoções que as palavras não podem capturar completamente.
A mão fina e com unhas pintadas de cinza de Anita desbravando e redescobrindo o corpo que a pertencia, em uma habilidade impressionante o cinto da morena encontra o chão, assim como o seu blazer e a calça logo em seguida. A missão de se equilibrar sobre os saltos finos já começava a se tornar difícil para ambas mulheres.
A calcinha de renda vinho é ignorada enquanto a mão da delegada descia ainda mais até chegar no exato ponto que procurava. Dois dedos ameaçam adentrar o paraíso, mas o calor dos corpos faziam que fosse o inferno. Dois dedos ameaçavam adentrar o inferno.
- Eu quero ser refém do seu prazer, me diz o que você quer. – Os corpos estavam colados, os seios se roçavam e os lábios se tocavam, acabando com qualquer lucidez que poderia haver ali. Ainda bem que as paredes do banheiro não têm boca para explanar o que acontecia.
- Eu preciso que você me foda...amor! – O tom da morena era uma suplica, poderia parecer humilhante, mas aos ouvidos da loira, era como estar no céu e no inferno ao mesmo tempo.
Prontamente os dois dedos da mãos direita de Anita adentram a intimidade da outra mulher, movimentos ritmados e seguidos; fortes e rápidos. A boca de Verônica aberta deixava seus gemidos escapassem, talvez mais alto do que poderiam. Anita chupava a pele acima dos seios médios da mulher.
No sexo, cada respiração se torna uma promessa, cada roçar de pele um passo mais perto do êxtase. É a arte de se perder nos desejos mais profundos, de explorar as fronteiras do prazer com ousadia e entrega. É o encontro de almas que se reconhecem na volúpia, na busca incessante por alcançar o ápice da satisfação do prazer.
A mão direita da loira tampando a boca de Verônica, os gemidos abafados se tornavam mais eróticos ainda.
- Geme baixo, porra. – Anita ordena, ela odiaria ser interrompida agora.
Os olhos da morena chegam a lacrimejar ao sentir o polegar de Anita começar uma caricia em seu clitóris enquanto acrescentava mais um dedo em seu interior. A paredes do banheiro cochichavam entre si que aquele momento estaria sempre guardado ali.
- Eu tô mandando você gemer baixo, caralho! Eu odiaria ter que parar e te deixar desesperada para gozar. – Anita diz entredentes enquanto aumenta a velocidade dos seus dedos. Sua vontade era de bater na bunda da morena, mas se retirasse a mão da boca da mulher, o volume que ela iria fazer seria catastrófico e nada indicado para a ocasião.
Verônica começava a tremer, era quase impossível se manter equilibrada sob o salto agulha. Ela passa uma das suas pernas pela coxa da delegada, a puxando ainda mais para perto; se é que era possível. As mãos agarravam os cabelos loiros e arranhavam o ombro a mostra.
- Vai gozar, não é? Goza.
Suas paredes internas apertavam os dedos da sua mulher, que se dedicava ao máximo para fazer a morena a chegar ao ápice. As lágrimas escorriam pelo rosto, um sorriso vitorioso sendo exibido pela loira ao ver sua mulher se desmontar ao gozar.
O peito de Verônica se movia desesperado por ar, enquanto apoiava todo seu peso nos braços da sua mulher. Anita aproveitava do momento de distração da mulher para retirar a calcinha vinho que Verônica usava, deixando jogada pelo porcelanato do banheiro.
Elas aproveitavam do silencio pós-sexo, a única melodia sendo os batimentos acelerados dos corações. A loira beijava o rosto suado enquanto Verônica afundava seu rosto no pescoço perfumado pelo L'air de rien.
- Delegada? – Uma batida tímida na porta faz que os dois pares de olhos se arregalem. – Tá tudo bem com a senhora?
- Oi! Esta sim, avise que já estou indo. – Anita responde enquanto Verônica tentava se equilibrar sozinha sob os saltos.
- Okay! – A pessoa diz e logo em seguida o silencio volta ao local, dando a sensação que ele já havia ido embora.
Anita arrumava seu cabelo enquanto retocava o batom vermelho, Verônica procurava desesperada pela sua calcinha, nem se lembrava de a ter tirado.
- Amor, está vendo a minha calcinha?
- Você não vai usá-la. – Anita avisa encarando a mulher pelo reflexo com um sorriso debochado.
- Como não, Anita? Está louca mesmo. – Verônica ri incrédula da sentença que estava recebendo da delegada.
- É o preço por ter me feito perder a cabeça na minha própria festa...vamos! – Ela fala ao se olhar uma ultima vez no espelho.
Verônica aceita sua única opção, vestindo a calça sem a calcinha e torcendo para que ninguém reparasse. Elas saem juntas do banheiro, as mãos dadas enquanto Verônica recolhe o blazer que estava jogado no piso de madeira da sala. Anita chama o elevador enquanto a morena apaga a luz da sala ao sair.
As duas mulheres sorriem travessas uma para a outra, sabendo que aquilo que começaram estava bem longe de acabar, e já estariam ocupadas durante a madrugada que estava próxima.
Um pecadinho escondidinho, rapidinho, gostosinho no banheiro social. Impetuoso, indecoroso, mafioso.
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Betrayed | Veronita Fanfic
FanfictionNo agitado cenário da cidade grande, Verônica Torres e Anita Berlinger vivem em um relacionamento perfeito, mas uma noite pode destruir tudo. Quando Verônica descobre a traição de Anita, seu mundo desmorona, deixando-a perdida em um mar de desilusã...