Ciúmes

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12/08/2024 – segunda-feira

O sol radiante iluminava o céu azul da Espanha, espalhando seus raios dourados que se refletiam na superfície cristalina do copo de bebida colorida de Verônica Berlinger Torres. A morena apreciava o ambiente calmo, preenchido apenas pelo barulho das ondas do mar ao fundo.

Verônica se perde em seus pensamentos, lembrando de tudo que ela e Anita viveram até chegarem ali, oficialmente casadas e em paz. A morena observava sua mulher de longe, sob as lentes dos óculos escuros, vestida em um biquini colorido e curto demais para o gosto de Verônica e ela se arrepende imediatamente de ter deixado a loira sair vestida dessa forma do quarto do resort.

O gole do mojito que Verônica bebe em seguida desce queimando, o gosto dos ciúmes é amargo demais para que ela afogue apenas em um gole.

- Olá! Você parece estar aproveitando bem o dia. – Uma voz desconhecia soa atrás de Verônica, fazendo que ela se vire com uma expressão confusa para encarar quem falava com ela. – Eu sou a Ágatha, e você?

- Oh, olá! Sim, está tudo maravilhoso aqui. – Verônica responde gentilmente, observando a mulher se sentar na cadeira ao seu lado. – Prazer, eu sou a Verônica!

- Estou aqui com alguns amigos e pensei em me apresentar. Você está sozinha aqui?

- Não! Eu vim passar a minha lua de mel com a minha esposa. – Verônica exibe a aliança dourada em sua mão em direção da mulher ao seu lado.

- A lua de mel deve ser um momento incrível! – A ruiva comenta animada.

- É verdade, realmente está sendo incrível! – Verônica responde, tomando outro gole de sua bebida.

- A piscina aqui é fantástica, não é? – Ágatha comenta observando o local. - Se você precisar de alguma recomendação ou ajuda, estou por aqui.

As duas mulheres entram em uma conversa empolgante sobre o lugar em que estavam hospedadas. Verônica não percebe, mas agora quem sentia o gosto do ciúme ao engolir a seco a saliva era Anita.

Anita tem que se esforçar para voltar a prestar atenção no que Lima dizia do outro lado da ligação, mas não consegue impedir que seu olhar se desvie para as duas mulheres que conversavam animadas, talvez animadas até demais.

Quando Verônica sobe seu olhar para procurar pela loira, ela já não está mais onde estava, Verônica estranha, mas mal tem tempo para se preocupar com isso pois Ágatha engata outro assunto, roubando a atenção da morena mesmo sem intenção.

- Entrei na piscina mais cedo e a temperatura estava perfeita, vamos dar um mergulho? - Verônica abre a boca para concordar, mas é interrompida.

- Eu vou com ela, não precisa se preocupar. – Anita diz em um tom nenhum pouco gentil, retirando os óculos de sol que usava e arrumando os fios loiros que caiam em seu rosto.

- Oi, amor! – Verônica fala, tentando amenizar o clima estranho que havia se instalado entre elas. – Meu bem, essa é minha amiga, Ágatha.

A loira encara a mulher ruiva, descendo o olhar calmamente pelo corpo da mulher, sabendo que estava devolvendo na mesma moeda os ciúmes que estava sentindo.

- Prazer, Ágatha. – Anita cumprimenta, sem esconder o desdém em sua voz. – Vamos, Verônica! Você não queria nadar? – A loira pega suas coisas e sai andando sem nem mesmo se despedir da nova conhecida.

- Meu amor...a piscina não é para esse lado! – Verônica diz alto para que Berlinger conseguisse ouvir, já que a mulher estava alguns passos na sua frente. Anita não responde e continua andando na direção que estava, fazendo que Verônica a siga em silêncio e em total confusão do motivo do comportamento da mulher.

Anita destranca a porta da suíte, deixando a sua mulher adentrar para logo fechar a porta em um estrondo.

- Anita! O que caralhos está acontecendo com você? – Verônica pergunta com raiva, se apoiando no batente da porta do banheiro e observando a loira se sentar na cama do quarto. - Sou sua esposa e o mínimo que você faz, é me respeitar como tal.

- Não sei o que está acontecendo, então porque você não vai nadar com a sua amiga? Não pedi para você me seguir, Verônica. – Anita diz e desvia o olhar do olhar castanho fumegante de Verônica.

- Ah não, Anita! Não vai me dizer que está com ciúmes de Ágatha? – A morena pergunta se aproximando em passos lentos da sua esposa. - Ela é somente minha amiga, não seja infantil. 

- Se você colocar essa sua cabeça pra pensar, vai perceber que eu nem cheguei a dizer nada. – Anita cruza os braços desconfortável com o rumo da conversa, odiava assumir o que sentia.

- Eu não posso impedir as pessoas de serem amigáveis, Anita!

- Não é sobre ser amigável, e sim sobre a forma que você se comporta! Não gosto de te ver perto de outras mulheres. – Anita diz suavemente. – Se quiser ir nadar com ela, pode ir, eu não posso te impedir.

- Prefiro ficar aqui encarando essa sua cara de criança birrenta. – Verônica senta no colo de Anita, uma perna de cada lado das coxas malhadas da loira, passando as mãos sobre os ombros da mulher e começando um carinho suave na nuca dela.

- Eu não estou com cara de criança birrenta, só não sou obrigada a ver outras mulheres te rodando. – Anita diz com um bico de irritação nos lábios, fazendo Verônica ri e mordiscar levemente o lábio inferior da mulher.

- Está vendo? Uma criança birrenta.

- Vai se foder, Verônica!

- Você já foi mais confiante, delegada...achei que tivesse consciência do que te pertence. – Verônica sussurra no ouvido na mulher, sabendo exatamente o que estava fazendo.

- Eu tenho vontade de gritar para todo mundo que você é minha. - Anita cochicha enquanto distribui beijos molhados pelo pescoço da sua mulher. – Minha.

- Anita...

Verônica levanta a mão e toca suavemente o rosto de Anita, seus dedos deslizando delicadamente pela pele dela. Ela inclina a cabeça e a observa com intensidade, seus olhos azuis refletindo todas as emoções da loira.

Anita inclina a cabeça para o lado, e os lábios dela tocam suavemente os de Torres. O beijo começa suave e exploratório, um encontro de toques gentis e sussurros de calor.

Verônica sente o gosto doce e quente de Anita, e a intensidade do beijo aumenta gradualmente. Seus lábios se encontram mais profundamente, Anita começa a explorar o contorno da boca dela com mais intensidade. As mãos de Verônica deslizam para o pescoço da mulher, puxando-a para mais perto, enquanto a loira envolve os braços ao redor da cintura dela, puxando-a contra seu corpo.

- Vou te fazer minha.

- Eu já sou sua, Anita! É você que eu amo. – Verônica diz enquanto desabotoa o nó do biquini da sua mulher. – Você não sai daqui com esse biquini nunca mais, pode jogar fora.

- Olha só quem está com cara de criança birrenta agora. – Anita provoca prendendo uma risada.

- Eu te odeio, tanto.

- Eu também amo você, meu amor. – Anita volta a beijar a mulher, deixando sua língua escorrer sobre a da mulher.

- Cala essa sua boca, você fala demais quando não precisa. – Verônica fala puxando o corpo da mulher sobre o seu, caindo na cama juntas. 

 O melhor acerto de contas é feito na cama. 

Betrayed | Veronita FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora