𝖤𝗇𝗍𝗋𝖾 𝖣𝗈𝗂𝗌 𝖬𝗎𝗇𝖽𝗈𝗌 - 𝖣𝖺𝗁𝗆𝗈

8.

Boa leitura 📖!
Dahyun point of view 📍

Já tinha 1 semana que eu estava na casa da minha tia. Está tudo tão sem graça.

Eu nunca pensei que ficar tanto tempo longe da escola me deixaria com saudades, também nunca pensei na possibilidade de sentir saudades dos puxões de orelha da minha mãe.

Eu ainda mantenho contato com eles, porém, eu tenho um certo horário.

De segunda a sexta eu só converso com a minha mãe e meu irmão de 19:00 até 19:40, ou seja, tenho 40 minutos de conversa. Já nos feriados e finais de semana tenho 1 hora para conversar com eles e 30 minutos para mexer no celular.

Sim, eu sei que isso tá parecendo um inferno. Mas, quanto mais eu fizer o que minha tia pede, menos tempo eu fico aqui.

Em relação ao meu pai, ele apenas pergunta o necessário para mim e logo após diz que não falta muito para mim estar em casa de novo. Eu preferia mil vezes receber um castigo pior do que ficar aqui.

Não que seja ruim ficar aqui, minha prima é legal e meu tio também, o problema é minha tia.

Acaba que ela vive ridicularizando minha família e eu para todos que entram pela porta da sua casa.

Sempre soltando palavras como : “ — Se meu irmão tivesse se casado com uma mulher fina e elegante, a filha dele não estaria na minha casa”.

Ou até mesmo : “ — Essa menina aqui? É fruto de uma irresponsável do meu irmão, que agora eu estou tendo que assumir esse fardo.”

Eu sempre que escuto as tais palavras choro demais trancada no meu “quarto”. Que na verdade é um quarto totalmente minúsculo da ex-empregada deles.

Eu sinto saudades da minha vida. Saudades dos meus pais - do meu pai nem tanto -, do meu irmão. E até mesmo da irresponsável Sana.

Se eu tivesse simplesmente abaixado minha cabeça e aceitado as decisões do meu pai, eu estaria aqui agora? Provavelmente não, mas estaria totalmente infeliz.

— Dahyun? Posso entrar aqui? — Uma voz que eu logo reconheço é escutada através da porta.

As poucas lágrimas que caíram do meu olho eu faço questão de limpar rapidamente.

— Sim, pode entrar.

Nayeon entra fechando a porta atrás de si.

— Você está meio quieta durante esses dias, o que está acontecendo? — A menina entra e se senta do meu lado.

— Eu estou com saudades de casa, dos meus amigos. Eu queria tanto voltar — Murmuro para ela abaixando a cabeça.

— Eu sei disso, porém, daqui a pouco você volta pra casa. Não posso ficar de papinho, vamos almoçar? — Ela tenta me confortar me abraçando de lado.

Tento começar a colocar coisas positivas na minha cabeça, eu sei que vou voltar.

Eu sei que vou ver meus amigos e matar a saudade deles.

Eu vou voltar.

[★ . . . ]

Um mês havia se passado e eu ainda estava aqui.