Capítulo 35

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- ACHEM ELA PORRA!

- Hector o que houve!?

- Eu fui a porra de um babaca novamente com a Luna...

Sento na cama de seu quarto frustrado.

- Porra cara...

- EU SEI OK!? Eu sei que errei... Eu só preciso falar com ela agora!

- Don?

- Diz logo, acharam ela?

- Don, ela foi embora.

- COMO ASSIM ELA FOI EMBORA PORRA!? PRA ONDE!?

- Não sei senhor, a última informação que tivemos foi que ela entrou em um táxi e saiu.

- MAS QUE DROGA!!!! VOCÊS SÃO UNS INCOMPETENTES!

Tento ligar em seu celular, mas pra minha fúria ela deixou o celular na escrivaninha.

- Calma cara, talvez ela esteja voltando pra a casa de vocês.

Olho para Raúl puto, eu a perdi, senti isso, algo me dizia que minha merda a fez ir embora para sempre e esse sentimento estava me matando por dentro.

- Não cara, você não viu como ela me olhou... Eu a perdi Raúl... Eu sou o culpado por ela ter ido... Ela só queria que eu me abrisse... Que falasse o que houve comigo... Eu fui um merda com ela... Eu sou um merda! Eu perdi a única pessoa que eu amava na minha vida, perdi ela...

Eu chorava, chorava desesperado, a única vez que Raúl me viu chorar tanto foi quando perdi minha mãe, nesse mesmo momento meu amigo corre e me abraça.

- Vai ficar tudo bem cara... Ela vai voltar...

Ele aperta mais seu abraço me confortando, meu amigo era meu irmão, eu o amava muito mas nunca disse a ele, na verdade eu nunca disse eu te amo a ninguém que eu amava a não ser Luna.

- Vamos acha-la cara.

- Eu não sei mais Raúl... Meu mundo acabou naquele táxi...

Olho para meu amigo e ele me olha triste, saio do quarto de Luna indo até o meu e me tranco lá o dia todo, não tomo os remédios que o médico passou e nem tomo café, a dor no braço já havia voltado mas eu não ligava, eu mereço a dor, mereço tudo o que acontece comigo, eu sou um filho da puta, igual meu pai, no final eu sempre vou ser igual ao cara que fudeu minha vida e minha mãe deve sentir vergonha de mim lá de cima.

- Me desculpa mãe por não ser o filho que a senhora criou com tanto amor... Eu falhei...

- Choro em frustração e dor o dia todo, Raúl bate na porta e não abro, não quero ver ninguém, eu quero definhar até morrer dentro desse quarto.

Entre meu pensamentos obscuros, acabo pegando no sono profundo.

Acordo em um quarto branco, olho ao redor e escuto uma voz que não conheço, abro os olhos e vejo um homem de jaleco branco.

- Senhor Hector, sou o Dr. Mattias, o senhor desmaiou e seu amigo o trouxe ao hospital.

Permaneço em silêncio, olho ao redor e reconheci aquele lugar, eu estava no hospital da família, estava no México.

- Como me trouxeram?

- No avião senhor.

- Quero sair.

Tento me levantar mas meu corpo estava fraco.

- Não pode ir agora senhor, está fraco, seu braço inflamou e precisamos cuidar.

- Foda-se meu corpo, meu braço, foda-se tudo, eu disse que quero sair e eu vou sair porra!

- Senhor!

- ME DA A DROGA DA ALTA AGORA!

Ele me olha trêmulo e Raúl entra no quarto.

- O que está acontecendo aqui?

- Quem mandou me trazer aqui porra!?

- Hector, você precisa se cuidar.

- EU QUERO É MORRER PORRA! EU NÃO TENHO MAIS NADA AQUI! NADA PARA VIVER! QUE DROGA! EU JÁ DISSE QUE QUERO IR EMBORA E EU VOU CARALHO!

- Você não vai Hector! Por mais que queira morrer você não vai! Eu sou seu irmão além de amigo e me importo com você caralho! Você é tudo o que eu tenho nesse mundo porra!

Paro de falar com o que Raúl diz, ele perdeu os pais jovens como eu, só havia eu e ele, e crescemos juntos desde então.

- Raúl...

- Não Hector! Cala a porra da boca e vê se vive! Luna tá por aí! E se você a ama e se ela te ama vocês vão voltar! Lute porra! Você é forte!

Aceno concordando com Raúl em silêncio.

- Desculpa eu...

- Só se recupera irmão, e tudo vai ficar bem.

Ele sai do quarto me deixando com o médico e a enfermeira que tenta trocar meu curativo e impesso.

- Senhor.

- Chame um enfermeiro homem! A única mulher que toca em mim é a minha.

- Mas...

- SAI!

Ela sai correndo e minutos depois chega o enfermeiro para trocar o curativo, meu único pensamento é Luna, tudo o que vivemos juntos até hoje e o quão filho da puta fui com ela, eu tinha que mudar isso, eu tinha que mostrar que a amava mais que tudo na vida, ela precisava me ouvir.

- Minha Luna...


O Temido Mafioso do MéxicoOnde histórias criam vida. Descubra agora