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Sirius Black recebeu o nome de uma estrela, a Estrela do Cão, que surge no céu oriental durante os dias quentes e úmidos de julho e agosto. “Os dias caninos do verão”, são chamados, dias de tempestades e febre, azar e loucura. Sirius ficou furioso. Ele se sentia mais animal do que homem ultimamente. Ele passou muito tempo como cachorro, esqueceu como ser humano.

Ele sentou-se ao lado de Remus e observou Snape como um cachorro observa uma lebre. Ele ficou no meio do jardim dos fundos, uma mão segurando Rigel, as vestes pretas caindo sobre a grama coberta de orvalho, Regulus ao lado dele com a mão na parte inferior das costas. Eles sussurravam baixinho um para o outro enquanto olhavam para o céu noturno, onde as crianças pairavam acima deles.

Eram as meninas negras contra os meninos Weasley, com Harry treinando Lyra no básico do vôo.

"Não tão alto!" Severus gritou. Lyra inclinou-se um pouco para acenar em reconhecimento.

O ar da noite estava quente e pegajoso. Os olhos febris de Sirius seguiram a forma escura de Severus.

"Ele é diferente do que era na escola," Remus murmurou.

Ele estava certo e errado. Severus não era a criatura esquelética e selvagem de sua juventude. Ele havia preenchido. Seu cabelo era longo e sedoso, sua pele havia perdido aquele tom doentio e ictérico. Mas seus olhos eram os mesmos. Eles ainda ardiam com emoções indomáveis.

Uma das crianças gritou: "Vá!" e os gêmeos foram embora, Phoebe logo atrás, Ron atrás dela. Esther e Harry ficaram para trás, ambos de cada lado de Lyra, certificando-se de que ela estava confortável e segura em sua nova vassoura.

"Eu estava pensando sobre ele..." Remus parou.

"Regulus sempre foi um bastardo possessivo," Sirius respondeu.

" Linguagem, " Molly disse incisivamente, apontando a cabeça para Ginny e Hermione, que permaneceram sentadas na varanda, ouvindo com interesse descarado.

Arthur balançou a cabeça, "Pensar que aquele homem é seu irmão... aquelas pobres crianças, que nem sequer têm permissão para frequentar a escola."

"Bem, claro que não. Eles podem se misturar com o tipo errado, ter ideias na cabeça. E com todo esse tempo livre, Severus seria mais difícil de controlar. Ele poderia tentar seu domínio, ele poderia se tornar independente, e Regulus poderia não tenho isso." Sirius tomou um gole de sua bebida. "Nunca pensei que meu irmão fosse capaz disso, mas as histórias que ouvi em Azkaban..."

"Aparecendo como nós fizemos... ele não vai descontar no marido ou nos filhos, vai?" Molly perguntou preocupada.

"Eu não vou deixar," Sirius assegurou a ela. "Foi uma boa coisa que fizemos, apresentando-os a Harry e aos outros-" ele deu um tapinha no ombro de Hermione. "Deixá-los conhecer crianças que não são filhos de Comensais da Morte."

As crianças desceram da corrida improvisada, com Fred na liderança. Lyra caiu de joelhos bambos e jogou os braços em volta de Severus. "Você me viu? Você me viu?" Ela exigiu.

"Sim, sim, você se saiu muito bem."

"Onde está Draco? Quero que ele me ensine a jogar Seeker."

"Eles tiveram que ir para casa. Está ficando tarde." Ele disse isso com um olhar aguçado para os outros 'convidados'.

Lyra fez beicinho e saiu correndo atrás das irmãs, que invadiam a varanda em busca de limonada. Esther passou um copo para ela e, enquanto o engolia, espiou Sirius, seus olhos percorrendo suas tatuagens.

"Ah, mocinha, você está olhando para os meus dedos," Sirius disse com um sorriso, flexionando os dedos para ela. De um lado, as palavras ÓDIO estavam tatuadas nos nós dos dedos e, do outro, a palavra AMOR. "Você gostaria que eu lhe contasse a história da Mão Direita, Mão Esquerda? A história do bem e do mal?" Ele ergueu a mão esquerda que tinha a palavra ÓDIO. "Foi com esta mão esquerda que Caim desferiu o golpe que derrubou seu irmão." Ele ergueu a mão direita para mostrar a palavra AMOR. "Você vê esses dedos, querido? Esses dedos têm veias que correm direto para o coração de um homem, para sua alma. A mão direita, a mão do amor." Ele cruzou as mãos, os dedos entrelaçados. "Amor e Ódio, é a história da vida. Eles estão sempre brigando um com o outro. E parece que o Ódio está vencendo, e o Amor está perdido! Mas espere um minuto! O amor agora está vencendo! É o Amor que venceu, e o A Mão Esquerda está em baixa!"

A noite do caçador - TRADUÇÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora