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As crianças ficaram quietas enquanto eram conduzidas por uma trilha iluminada por lanternas pela floresta. Havia milhares de pessoas circulando ao redor deles, rindo, cantando, sua excitação era palpável. Severus sentiu os olhos de Esther se voltarem para ele, antes de se afastar. Ele deveria dizer alguma coisa. Ele era o pai, precisava agir como tal, mas ainda estava muito zangado e preocupado, preocupado que se falasse com ela agora não seria ele, mas as partes que eram Tobias.

Ele continuou repassando cada interação que teve com Sirius Black, imaginando se eles – seus professores, o diretor, Lily – estavam todos certos, se ele realmente de alguma forma havia convidado cada insulto cruel, cada comentário lascivo para sua cabeça. Severus poderia simplesmente ter rolado e aceitado o abuso, como Slughorn sugeriu quando disse: "Apenas ignore-os e eles pararão." Talvez eles tivessem. Talvez Sirius, Potter e todos os outros tivessem passado para alvos mais interessantes se ele tivesse feito isso.

Mas Severus não podia ignorá-los. Não era da natureza dele. Cada vez que ele via aquele sorriso largo e cheio de dentes no rosto de Sirius, algo dentro de Severus queimava. Ele sentiu a mão larga de Regulus pressionar suas costas e se inclinou, deixando o calor da palma da mão aquecê-lo.

Eles emergiram da floresta e se encontraram à sombra de um enorme estádio que brilhava com ouro. “Cem mil lugares sentados”, disse uma voz de algum lugar próximo à sua esquerda.

"Vamos, pessoal, quero que vocês se comportem da melhor maneira possível e, sim, isso significa vocês, Lyra."

Severus virou a cabeça na direção da voz de Regulus e o viu conduzindo os dois mais novos para fora da floresta. A mão em suas costas mudou ligeiramente, enrolando-se em seu quadril.

Severus saltou para longe, sua mão indo em direção à varinha. Ele iria amaldiçoar o rosto estúpido e sorridente de Sirius.

"Você realmente quer fazer uma cena para algo tão pequeno?" Sirius perguntou a ele. "E arruinar a diversão de todos?"

Severus cerrou os dentes e girou nos calcanhares. Seus olhos imediatamente pousaram em Esther, observando-os do outro lado da trilha.

"Os Weasleys e eu temos assentos no camarote. Onde você e os seus estão sentados?" Sirius perguntou com aquela voz falsa e amigável, a mesma voz que ele usou quando quis se aproximar e pregar alguma peça.

Regulus os avistou e correu. "Estamos na mesma seção", ele respondeu secamente. "Venha," ele disse a Severus, e Severus o seguiu.

"Por que não subimos todos juntos?" Sirius sugeriu, mas não obteve resposta.

Eles abriram caminho no meio da multidão, anúncios brilhando no ar atrás deles enquanto subiam. "Aqui," Lucius disse, apontando para um grupo de assentos. "Crianças na frente."

As crianças passaram por um elfo doméstico de aparência aterrorizada para chegar aos seus lugares. Severus estava entre seu marido e Narcissa, Esther estava na frente dele. Ele podia ver sua cabeça escura inclinada para Phoebe enquanto as duas garotas sussurravam furiosamente uma com a outra.

Sirius e Potter e todo o clã Weasley foram espremidos acima deles. Severus sentiu uma sombra se instalar atrás dele. Ele se inclinou para o lado de Régulo, sentiu seu marido pegar sua mão e entrelaçar os dedos. "Você está bem?" Reg murmurou.

Severus fez uma careta.

Reg inclinou a cabeça para sussurrar em seu ouvido: "Isso acabará em breve."

Severo estremeceu. Ele não achava que Regulus estava se referindo ao jogo.

Severus tentou manter o foco nos jogadores que passavam por ele, mas sua mente continuava vagando. Ele pensou em sua filha sentada quieta e submissa na frente dele, Sirius Black respirando em seu pescoço atrás dele, e seu marido apertando os dedos com as mãos trêmulas ao lado dele. Antes que ele percebesse, o apanhador búlgaro capturou o pomo e o jogo acabou.

A noite do caçador ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora