Pai e filho estavam sentados em poltronas lado a lado aproveitando o calor da lareira nas temperaturas congelantes que era ficar no subterrâneo no começo do inverno.
— Tem alguma coisa muito errada. — refletiu Tyler Nonen, estava inquieto.
— O quê, pai? — perguntou Taylor.
— O nosso roubo ao armazém foi mais fácil do que deveria.
— Mas já faz uma semana desde que aconteceu.
Tyler pensou por mais um instante.
— Você não viu a operação por completo, filho. Os batedores apenas tiraram do caminho meros guardas, e não soldados. E você sozinho conseguiu distrair um grupo deles.
— Er... Obrigado? — Taylor não sabia se isso era um elogio.
— Mas enfim, espero que minha desconfiança esteja errada no fim. Vamos curtir com os nossos parceiros, Taylor. Eu prometi uma semana de festas em sua homenagem e esse é o último dia.
Os dois saíram dos aposentos, era a sala mais luxuosa mas nada confortável pelo teto baixo, e desceram um lance de escadas sem corrimão que levavam até a fogueira onde um porco estava sendo assado. Taylor apenas observou fixamente a tatuagem no braço esquerdo que seu pai tinha enquanto descia as escadas seguindo atrás dele.
Não sabia sobre seu significado nem da inspiração de seu desenho, mas era interessante e muito chamativo as espirais e ondulações que constituem a tatuagem no braço descoberto de qualquer roupa. Tyler estava vestido com seu traje de operações até para esta ocasião, e somente retirava na hora de dormir ou quando precisava usar disfarces em missões de espionagem.
Ele tinha a idade adequada para ter ao menos algum filho na casa dos dezoito anos, mas não optou em ter filhos para não dar continuidade com o seu sangue de bastardo. Nonen foi um sobrenome que ele mesmo inventou e seu nome Tyler foi dado a ele pela sua mãe, uma meretriz que morreu durante uma invasão surpresa na vila em que morava.
A bastardia era rara porque era um tabu, mas acontecia. E quando acontecia, a notícia era alastrada por todos os Nove Reinos, ainda mais se for um bastardo de um rei. Tyler era um caso de bastardia que ficou mais infame por desafiar a lei de seu pai, praticamente, sendo uma celebridade e motivo de fofocas em manchetes de jornal a conversas de bares.
Tyler virou o rosto para conferir Taylor.
— Suas adagas estão bem guardadas?
O menino saiu da hipnose ao ouvir a pergunta.
— Que? Ah, estão bem aqui. — Bateu duas vezes no cinto para indicar.
— Ótimo. E andou treinando com elas? — Tyler tirou os olhos das escadas, mas continuou descendo.
— Sim, mas sei que o senhor deve conhecer técnicas de combate de adagas melhor do que eu. Poderia ensiná-las pra mim.
— Prometo te ensinar quando eu estiver desocupado, Taylor.
Ao descerem no patamar mais baixo, o cozinheiro os chama.
— Chefe! O porco tá bem suculento!
— Que bom, Jean! Taylor vai cortar o primeiro pedaço.
— Pode deixar! — concordou o cozinheiro Jean.
Grupos e mais grupos de mesas distantes da gangue ouviram o chamado e, gradualmente, se amontoaram em volta da fogueira. Uma turma de quarenta pessoas olhava fixamente o menino dos cabelos embaraçados brancos de costas. Taylor sentiu desconforto por ser o centro das atenções, mas chegou perto do imenso porco que se assemelhava com um javali de tão grande.
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O Prelúdio da Jornada
FantasyEm um mundo antigo e sombrio, onde a magia perdeu seu propósito e os tempos de paz estão prestes a cessar, surge uma dupla improvável destinada a mudar o destino. Enquanto lendas são apenas contos de fada e a violência humana domina a realidade, doi...