Boa leitura 🖤💙-💜

Pete


Estou a uma semana no complexo.

Nop nunca mais interagiu comigo, o que é um alívio. E é um alívio maior ainda que nenhum dos outros tenha sequer me dirigido uma palavra; isso graças a estarem todos fora daqui. E os que estão, ficam em uma parte separada de onde durmo. É o que está me salvando....ou estava, já que chegaram ontem a noite.

Eu sequer preguei o olho. 

Tomei banho de madrugada no frio para não trombar com nenhum deles. 

Estou exausto, mas não posso fazer nada quanto a isso. Então continuo limpando o ringue de boxe.

— Olha só quem temos aqui. — Ouço um alfa falar, e tento ignorá-lo, logo pegando o pano e o frasco com produto para sair. — Oh não. Ainda não brinquei com você. 

Quando levanto a cabeça para o olhar, um golpe me atinge e caio com tudo no chão. 

— Vamos!! Preciso treinar. Um saco de pancadas tem que ser mais resistente. 

Não consigo me levantar.

Minha cabeça gira pelo murro na têmpora.

Quando penso em me levantar, um chute me atinge, tirando todo  ar de meus pulmões.

— Inútil. — Ouço ele xingar e o vejo sair do ringue.

Com dificuldade devido a dor, me levanto lentamente e saio marcando até um dos bancos.

Passo alguns minutos ali, sentado recuperando o ar.

— Eu odeio isso. — Meu nariz arder e as lágrimas surgem em meus olhos, mas não posso chorar.

Respiro fundo e  me recompondo, para então voltar ao trabalho.

Durante o resto da tarde tento ao máximo fugir de cada um deles. Mas mesmo assim não escapo dos olhares e dos comentários mal intencionados.
Já imagino ter que passar mais uma noite em claro.

Quando chega a hora do jantar, vejo novamente o alfa que me bateu.

Finjo não o ver vindo em minha direção.

Pego duas bandejas e saio andando rápido, ouvindo de longe sua risada.

Chego até a porta de Nop.

Meus olhos lacrimejam ainda mais.

O cansaço me faz suspirar de exaustão.

Penso que terei que voltar para jantar.
Olha para trás, e pensando bem agora, a morte não me parece tão ruim.

Abro a porta quarto. E ao contrário do que tenho feito nos últimos dias, entro totalmente no quarto.

— Oi. — Digo e engoli em seco. Quase me arrependendo quando vejo apenas suas costas marcadas, antes de ele se virar para me olhar. — Posso jantar aqui?

Em meio ao quarto meio escuro, ainda posso ver a forma com que seu rosto parece confuso.

— Sim. — Ele me responde, e eu me permito respirar mais aliviado.

Sento no chão perto da cama e algum tempo depois ele senta na minha frente.

— Meu nome é Pete. — Digo enquanto como.

— Eu sou Nop, Pete. — Sorrio.

— É, eu sei.

— O que houve com seu rosto? — Meu sorriso some.

Coincidências da Vida - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora