17 - Anthony

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— Não, não, não pode mexer nisso aqui. O tio Nicollas vai ficar muito triste se quebrar. — Falei, tirando um quadro de Nicolly criança, ao lado de um pequeno Nicollas, do alcance do meu sobrinho Igor. Depois de Lavínia, era a criança mais curiosa que eu conhecia.

— Mamãe! — Ele dizia, animado, com seus olhinhos brilhando, ficando na ponta dos pés, tentando pegar o quadro.

Eu parei por um tempo. Não sabia se era certo dizer "Não é a sua mãe". Apenas respirei fundo.

— Pode admirar a "mamãe" de longe, não pode? É sério. É muito importante pro tio Nicollas. Ele vai ficar muito chateado. — Eu disse e peguei o moreno no colo, que já tinha seus quatro anos, e já era bem mais pesado do que antes. Admito que precisava de força pra o segurar, mas esquecia isso quando ele deitava a cabeça no meu ombro, abraçando minhas costas e deixando as pernas ao redor da minha barriga

— Cadê o tio Nico? — Ele disse, baixinho, ficando sonolento quando comecei a o balançar devagar.

— Ele foi comprar o refrigerante. Assim que ele chegar, a gente almoça, tá bom? Depois a gente vai buscar a Lala, e vamos pra casa da vovó. — Eu falei, e vi Nicollas abrindo a porta do apartamento um pouquinho depois, sorri bobo ao vê-lo. Podiam se passar décadas, milênios, mas nunca me cansaria de admirar o quão perfeito era o meu marido.

— Tio Nico! — Ele gritou, e pulou do meu colo, abraçando a perna de Nicollas, que apenas continuava andando, com o pequeno agarrado em sua perna. Eu ri baixinho. Ele colocou o refrigerante encima da mesa, e pegou Igor no colo, sem dificuldade alguma.

— Oi, meu amor. — Ele encheu o rosto do sobrinho de beijos, sobrinho qual ria, apertando o mais velho num abraço.

— Admite, Nicollas. Igor é nosso filho, e a Lucy foi a barriga de aluguel. — Eu disse, me encostando no balcão, tirando risadas dele. Ele se aproximou, e me roubou um selinho, o rosto de Igor foi impagável, vendo a gente se beijar. Ele gargalhou, e puxou minha cabeça, fazendo com que eu desse mais um selinho em Nicollas, e eu ri, bobo

— É, sim. Nosso filho. — Ele sorriu, também, me dando mais uns cinco selinhos e soltando Igor no chão, que logo correu novamente pra o quadro de Nicolly, eu corri na mesma hora, tomando o quadro de suas mãos e botando encima da geladeira

— Não, seu pestinha! — Eu disse, vendo Nicollas me olhar repreensivo, odiava que eu falasse essas coisas com o "filho" dele. — Amor, o Igor não quer largar o quadro da Nicolly. Ele deve ter algum problema com essa foto, sério. — Eu reclamei, e vi Nicollas revirar os olhos

— Você também tinha, meu bem. Não se lembra de nada que envolva uma foto da Nicolly? — Eu bufei, ele riu de novo. — Ele viu o brinquedo que eu comprei pra ele? Abre lá, talvez ele esqueça o quadro. — Eu acenei com a cabeça, indo até o quarto, com a criança mais bagunceira do mundo me seguindo quando ouviu a palavra "Brinquedo".

Após isso, nós três almoçamos, e fomos buscar Lavínia na casa de uma colega sua, Sarah, e depois fomos pra casa de Millie, onde o resto da família já estava.

Passamos um bom tempo lá, metade do tempo correndo atrás das crianças pra que não fizessem bagunça, mas nos divertimos muito, como é toda vez que vamos na casa da minha sogra. Voltamos pra casa após um tempo, e devolvemos Igor para os pais.

Assim que chegamos em casa, Lavínia foi trocar de roupa, e Nathan assistir TV. Quando perguntei o porquê de ela estar se trocando, recebi uma ligação de Kyle, e depois ouvi a campainha tocar. Eu abri a porta, e vi Kyle, com a roupa combinando com a de Lavínia, que havia ganho dele no dia dos pais, junto com um monte de pelúcias, que embora finja que não, Lavínia amava.

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