Padre Cameron - Renda-se ao Pecado...

Filosofia!

Padre Cameron, precisou suspirar algumas vezes antes de sair pela porta da igreja, tentando controlar seu coração frenético e o corpo que pulsava, pelo momento em que passou junto de Bianca. A garota não tinha limites quando se tratava em deixá-lo tentando a perder sua sanidade e subjuga-la embaixo dele!

Phillip, um dos moradores locais, o esperava sentado no banco do motorista do carro. O padre gostava dele, era um bom homem, apesar de nunca ter se confessado com o padre, ele frequentava a igreja aos domingos e o padre nunca o viu em nenhum tipo de situação violenta ou vergonhosa.

- Desculpe o atraso Phillip! - o padre sorriu para o homem, quando entrou no carro.

- Não tem problema padre, o senhor não demorou muito! - o homem sorriu de volta e ligou o carro, dirigindo rumo ao porto da ilha.

Vemuk era uma pequena ilha a quatro horas de Helsink capital da Finlândia, seus habitantes chegavam a pouco mais de três mil pessoas e as atividades principais da região era a pesca e agricultura. O único meio de chegar a ilha era através de barcos.

O padre desceu do carro, agradeceu ao homem e saiu rumo ao barco que já estava com algumas pessoas dentro. As pessoas ali, cumprimentaram o padre, pedindo sua benção e ele lhes sorriu de volta, os abençoando. O barco partiu e quatro horas depois, chegou ao porto de Helsinki.

Cameron pegou um taxi e deu seu endereço ao motorista que rapidamente chegou ao local. Pagou ao homem e entrou pelos portões altos da casa. Ali, as lembranças que ele tanto gostaria de esquecer o fizeram arfar e engolir em seco.

O padre andou devagar pelo gramado amarelo e alto por falta de cuidado. Tirou o molho de chaves do bolso e abriu a porta sentindo seu peito afundar. Entrar ali doía como o inferno, mas não podia se desfazer da casa, para ele, se a vendesse, estaria as esquecendo para sempre e ele não suportaria aquilo. Mas era covarde de mais para segui-las!

Entrou pela casa empoeirada e subiu as escadas em direção ao quarto. A cama estava do mesmo jeito que deixara a quatro anos atrás, suspirou algumas vezes e piscou para a fastar as lágrimas, que, teimosas insistiam em cair de seus olhos. Ele deitou na cama empoeirada e deixou que as lágrima rolassem soltas por horas, até a exaustão!

Acordou na manhã seguinte com a cabeça latejando e o nariz ardendo devido a poeira. Levantou e rumou em direção ao banheiro, tomou um banho demorado e pegou uma roupa que trouxe na bagagem de mão. Vestiu a cueca, uma calça jeans escura e uma camiseta branca. Penteou os cabelos para trás e calçou seus sapatos. Pegou uma jaqueta de couro dentro do closet e desceu novamente as escadas, indo em direção a garagem, onde sua moto estava estacionada.

Ali em Helsinki, poucas pessoas o conheciam como padre, por isso, ele podia andar sem a bata livremente, mostrando suas tatuagens dispersas pelo corpo. Cameron tirou o pano preto que cobria a moto o jogando no chão e a balançou para ver se ainda tinha gasolina. Depois de constatar que tinha, montou nela e ligou, fechando os olhos ao ouvir o motor potente da máquina. Acelerou e saiu pelo portão velho, rumo ao lugar que o fez sair de Vemuk.

Estacionou a moto e olhou para o lugar cinza e sem vida que fazia seu peito doer e as lágrimas voltarem ao seu rosto. Eram assim todos os anos, quando ele se obrigava a voltar ali, não podia esquecê-las, precisava ir até lá para mantê-las vivas dentro dele! Passou pelos portões cinzas e saiu serpenteando por entre as covas até chegar a delas. Sentou em cima da pedra fria e colocou o buquê de rosas coloridas em cima dos nomes escritos ali, eram as preferiadas das duas!

Deitou e olhou o céu cinzento de Helsinki, a neve já não caia mais, mas o chão ainda estava coberto por ela, o deixando escorregadio. Cameron não falou nada, apenas ficou ali deitado por horas olhando o céu e pensando nas duas, tentando lembrar cada momento em que passaram juntos!