Bianca
Acordei sentindo um peso absurdo sobre meu peito, meus olhos ardem como se estivessem cheios de areia e minha boca está seca, com um gosto metálico e amargo me fazendo ansiar lavá-la para tirar o gosto ruim. Tentei levantar minha mão, mas meus braços nem mexeram, então forcei meus olhos, que abriram devagar, pisquei para limpar minha visão embaçada e fitei o teto branco.
Suspirei tentando fazer meu corpo voltar a funcionar e consegui abrir e fechar minhas mãos, sentindo meus pulsos arderem com o movimento. Virei meu rosto e o vi com os olhos fechados e a cabeça tombada no encosto da cadeira confortável ao lado da minha cama. E mais uma vez ele cumpriu sua promessa, morrer não era uma opção pra mim, era capaz dele juntar meus miolos e me trazer de volta novamente, caso eu enfiasse uma bala em minha cabeça.
Ele abriu os olhos e me olhou intensamente, um v profundo tomou conta da sua testa quase juntando as sobrancelhas grossas, demonstrando o quanto ele estava com raiva! Quem sabe dessa vez ele me deixaria ir? Não! Era mais fácil ele mesmo me mandar para a morte, do que me libertar! Jhon sentou, esfregou o rosto, levantou e saiu do quarto, sem me olhar uma última vez.
Meu peito doeu e meus olhos marejaram, enquanto um turbilhão de pensamentos chicoteavam minha mente, me deixando tonta e confusa. Eu não sabia o porque queria tanto fugir dele, e não sabia também o porque queria ficar! Talvez seja alguma síndrome psicológica, estolcomo talvez, eu devo estar louca em querer ficar com alguém que me fez de brinquedo e que só quer me usar!
- Como você está? - olhei em direção a voz e meus olhos encheram de lágrimas ao ver minha amiga ali em minha frente. - Shiii querida, eu estou aqui, não vou deixá-lo machucar você nunca mais!
Eu deveria ter falado que não foi ele quem me machucou, não fisicamente pelo menos, mas não falei, só queria ficar ali no abraço dela até acordar desse pesadelo!
Uma semana foi o tempo que fiquei no hospital, Isabela passou todo o tempo ao meu lado e ele não voltou mais. Connor também apareceu algumas vezes e a doutora Giovanna, que vinha duas vezes ao meu quarto me examinar e trocar meu soro. Não vou mentir que me senti triste por não vê-lo mais, Jhon havia entrado em minha mente e coração de um jeito doloroso e irreversível, mas nem que fosse preciso arrancar meu coração fora, eu iria deixá-lo!
- Onde estamos? - olhei a casa bonita de dois andares, com os jardins bem cuidados e alguns homens ao redor, armados. Senti meu coração acelerar ao pensar ser a casa dele.
- Na casa do Connor! - isabela me respondeu com um sorriso, pelo visto ela e Connor estavam em um relacionamento e pela cara dela, estavam felizes.
Isabela me contou sobre quem Jhon era, na verdade, sobre quem Matteo Denaro era! Um homem poderoso, que tinha tudo o que queria e Connor agora era seu sócio. Ela não sabia muita coisa sobre os negócios deles, mas que ele era muito rico, "muito mesmo", como ela frisou e tinha inimigos por todo o mundo, por isso nós estávamos em uma ilha particular, que pertence a ele, onde só a familia e os funcionários moram!
Isabela me ajudou a entrar na casa, me levou até um quarto de hóspedes e me ajudou a deitar, já meu corpo estava fraco. Os cortes ardiam quando eu movia minha mão e a pele onde os pontos estavam esticava. Quando fiquei sozinha, olhei para meus pulsos enfaixados e deixei que as lágrimas caíssem, me lembrando do porque tinha feito aquilo, o porque tinha tentado me livrar daquela dor ao ponto de me machucar dessa forma!
Naquela tarde, a mesma mulher que eu vi ao lado de Jhon, tanto na ilha como em Helsinki, e que provavelmente era a da casa dele, entrou pela porta do quarto como se fosse a dona do lugar e quando sai do banheiro ela estava deitada sobre a cama, seminua. Se eu tinha alguma dúvida sobre o que eles eram, ali ela foi sanada!
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Padre Cameron - Renda-se ao Pecado...
Mistero / Thriller(Livro 1 série renda-se) Um padre sexy e nada ortodoxo é transferido para uma pequena ilha, onde conhece uma bela jovem ruiva, vinte e dois anos mais nova que ele. A garota vai fazê-lo passar pelo inferno, ao tentar se controlar para não subjuga-la...