A noite escura, quieta e sombria

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Enquanto continuo tentando dar um sentido para aquela chamada de vídeo com o Adam que me deixava completamente intrigada, vejo que havia me esquecido de responder o estranho, amigo dele.


+ 55 327 017: Bem, procurei em todos os lugares aqui

Nenhum sinal do Adam

O que fazemos agora? 😕

Você ainda está aí?

Alison: Desculpe, me distraí

Acabei de receber uma ligação

Espere, vou te enviar


Assim que eu envio a gravação da ligação, o estranho fica tão chocado quanto eu. Nenhum de nós dois sabe explicar sobre o que Adam estava falando, o que ele tinha visto e no que ele estaria me ajudando. Agora, ao menos sabíamos os motivos de Adam ter ido para lá. Era por minha causa. Ele esperava me encontrar na Greenside. Mas, por quê?

Tudo isso só me trazia um mau pressentimento, como se alguém me soprasse ao ouvido que algo ruim estava por vir. Acho que eu posso estar exagerando. Talvez sejam os traumas do passado falando mais alto que a razão. Eu respiro fundo e continuo a ler a mensagem que acabara de receber.


+ 55 327 017: Eu esqueci de algo

Alison: ?

+ 55 327 017: Eu não me apresentei

Alison: Acho que já está na hora então

+ 55 327 017: Eu sou o Eric

Alison: Eu sou a Alison

Eric: Olá, Alison

🙂

Alison: Olá, Eric 🙂

Eric: Você pode me ligar caso o Adam entre em

contato com você novamente?

Alison: Sim, claro

Eric: Volto logo então

Alison: Cuide-se 😕

Eric: Eu irei

Até mais


Agora meu novo amigo tinha um nome: Eric. Lembro-me vagamente que o delegado Alan havia me pedido para ligar para a delegacia de polícia de Duskwood e falar especificamente com um tal de Eric Biggs. Coincidência? Duskwood poderia ficar perto de Redlog Pines? Esse Eric poderia ser o mesmo que Alan Bloomgate havia me pedido para conversar? Isso seria possível?

Eu deixo o celular sobre a mesa de centro e me levanto balançando a cabeça tentando, de alguma forma, dissipar esse nevoeiro de pensamentos confusos. Acho que essas estranhas conexões eram apenas fruto da minha mente que queria, a todo custo, encontrar um caminho de volta para o passado. Entretanto, perguntar não ofende. Vou me lembrar de questioná-lo mais tarde.

Caminho até a mesa da cozinha, onde havia deixado meu notebook quando fui dormir e o trago até a sala. Sento-me ao chão, sobre o tapete, colocando o notebook na mesinha de centro e ligando-o. Começo a pesquisar sobre a cidade que acabei de saber da existência e, de fato, ela não fica longe de Duskwood. Existe até um site da prefeitura de Redlog Pines falando um pouco sobre suas famosas cachoeiras, a montanha Greenside, o clima quase sempre chuvoso e frio, os acampamentos que atraem turistas e, claro, as enormes florestas que rodeiam a pequena cidade. Cada segundo que passo pesquisando sobre esse lugar, mais penso no passado não tão distante e aquele velho aperto em meu coração fica mais forte. Mas não tenho tempo de pensar muito nisso quando ouço meu celular tocar sobre o sofá atrás de mim.

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