Reencontros

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Tanto Eric quanto Alan, me encaram completamente intrigados com a minha escolha de palavras. Eric parece um pouco chateado em saber, agora, a informação que eu não compartilhei com ele quando encontrei o pedaço de papel no mural investigativo do escritório de Adam.

— Eric, eu não sabia o que pensar. – Me esforço para explicar. — Eu ainda não sei. Fiquei com medo de perder a sua confiança.

— E esconder o que realmente sabe foi um ótimo jeito de manter a confiança. – Ele se levanta e anda de um lado para o outro da sala do delegado.

— Me desculpe, eu fiquei nervosa. Isso também me deixou confusa e agora eu preciso de ajuda para descobrir porque Adam tinha essa anotação e o que ele queria dizer com isso.

— Eu ainda preciso entender uma coisa. – Alan interrompe. — Por que acha que a criança desaparecida, se é que houve uma, é você?

— Porque a minha infância é um borrão enorme com algumas pequenas lembranças picotadas. Fui criada por uma mulher que sempre demonstrou ser a minha mãe biológica, embora nunca houvesse vestígios da minha infância na casa onde vivi. Então, se a informação desse papel for verdade, toda a minha vida pode ter sido uma mentira. Além de que, posso estar envolvida diretamente com o que Adam estava investigando, a razão pela qual ele desapareceu.

— Envolvida de qual forma? – Alan franze o cenho, parecendo concentrado nas minhas palavras.

— Acho que ele descobriu quem foi o responsável pelo desaparecimento da criança Frost e essa pessoa resolveu se livrar dele e da sua investigação.

— Está considerando que Adam esteja morto agora? – Eric se aproxima da cadeira ao meu lado e se senta, parecendo mais preocupado do que antes.

— Não quero perder as esperanças, Eric, mas não sabemos com quem estamos lidando. Precisamos estar preparados para tudo. Você mesmo viu, a polícia de Redlog e até uma pessoa do seu círculo de amigos parece estar por trás do que quer que houve com Adam. – Fito o chão, engolindo em seco antes de dizer as próximas palavras. — É uma possibilidade.

— Espere um pouco. – O delegado acena com a mão, para que eu olhe para ele. — O que querem dizer com polícia e amigo envolvidos?

— É o velho Bucket. – Eric toma a frente e sua breve fala sinaliza que Alan já sabia do que ele falava. — Ele chegou na casa quando estávamos saindo e ouvimos ele falar ao telefone com alguém.

— Ele disse que já havia cuidado do problema, se referindo ao Adam. – Enfatizo olhando fixamente para o Delegado.

— Por fim, ele disse que a Violet Smith tinha ajudado ele com isso. – O olhar perdido de Eric é bastante triste.

Obviamente ele acabara de se dar conta de que não podia confiar em alguém que achava que conhecia bem. Eu sabia o quanto isso doía, e levo minha mão até seu ombro, enquanto ele mantém os olhos baixos ao chão.

— Preciso reportar isso para o comissário de polícia da capital. – Alan pega o telefone para ligar.

Nesse momento, eu contorno a mesa com tamanha rapidez que chego ao seu lado antes que ele digite o segundo número no telefone. Tomando-o da mão do delegado, volto-o ao gancho e recebo um olhar fuzilante.

— Mas que merda, Alison!

— Alan, primeiro, nos deixe entender com quem estamos lidando. Timothy responde a alguém com mais poder que ele. Precisamos descobrir quem é e que alcance ele tem, se não, qualquer denúncia será um tiro no pé.

Alan pensa por um tempo, olha novamente para o telefone que continua abaixo da minha mão e percebe que tenho alguma razão.

— Tudo bem. Vamos investigar o caso. – O delegado cede, cruzando os braços e deixando evidente o quanto está contrariado. — Mas já aviso que temos 2 dias para conseguir alguma pista. Depois disso, entrarei em contato com o comissário e pedirei uma investigação do departamento de Redlog.

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