A Última Parada - Fic Enhypen (Sunoo)

Prólogo

Música tema dos protagonistas: Flicker - Enhypen

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"Estoicismo, a filosofia do estoicismo tem por objetivo libertar o homem das emoções negativas e propiciar o cultivo de um estado de alegria
interior que se irradie de seu ser independente das circunstâncias externas".

Assim como uma boa parte das pessoas que estudam sobre isso, eu costumava pensar que se algo não poderia ser solucionado por mim mesma, se não dependia de mim mesma, então eu não me preocupava mais com isso, afinal eu não podia fazer nada.
Na teoria tudo é bonito e parece muito simples, mas a realidade é que na prática nem sempre é um mar de rosas.

Ser uma pessoa compreensiva fazia parte da minha personalidade, assim como minha mãe me ensinou desde pequena. Mas a vida é cheia de camadas e com o tempo você vai se transformando em algo parecido com um gato, não faz muito sentido pras pessoas assim como a maioria das coisas que eu penso, mas na minha cabeça os gatos são a definição perfeita do que é praticar estoicismo, eles não ligam pra muitas coisas — principalmente se isso não for afetar suas vidinhas — e é isso que os torna animais tão incríveis ao meu ver. Mas um fato é que as vezes, gatos são até muito sentimentais, então acho que o ser humano se iguala melhor com uma pedra, frio, ignorante e sem amor ao próximo.

Minha característica mais admirada pelas pessoas sumiu quando meus pais foram embora pra sempre, minha mãe era o meu porto seguro e o meu pai era a garantia de que eu viveria feliz para sempre, ele era o meu herói e eu o admirava muito. Desde então, praticar estoicismo não era mais tão fácil, eu não conseguia mais ser compreensiva, não conseguia mais ser feliz, acho que eu estava virando uma pedra de fato.

Algo dentro de mim nunca mais voltaria a ser como era antes, eu me sentia imersa em um mar de tristeza, mas eu também tinha picos de felicidade e então parecia que tudo estava bem de novo, e assim esse ciclo vicioso se repetia várias vezes ao longo dos meses que iam se passando lentamente. Algumas vezes eu me pegava olhando pra um ponto específico por horas, é como se minha mente desse algum pane. Eu não pensava em nada, não queria nada, só travava.

Minha paz era estar ao lado da minha irmã, Emma era como um sol que irradiava felicidade por onde passava. Ela era o meu oposto em tudo, engraçada, extrovertida, popular e tinha uma coleção de amigos que acampavam na frente da nossa casa quando ela ficava doente ou sei lá, faltava um dia de aula. Eu sempre fui sozinha, raramente saia, raramente estava com outras pessoas que não fossem minha família, mas eu não ligava muito até porque minha mãe sempre estava comigo. Até o dia que isso mudou.

Procurei minha felicidade em diversos lugares, como no café quentinho que eu amava, ou nos diversos desenhos que eu passava horas fazendo porque me ajudavam a desestressar, também tinham as pilhas de livros que eu lia uma atrás da outra e os livros que arrisquei escrever, mas obviamente ninguém nunca iria ler. Mas nenhuma dessas felicidades se comparava a felicidade estranha que senti quando conheci ele, seus olhos castanhos me fizeram liberar serotonina quase que instantaneamente, o seu sorriso me deixava em transe e claro a sua voz me deixava arrepiada, louca eu arrisco dizer.

Em meio a todo o caos que minha vida começou a enfrentar, ele com certeza foi a minha salvação...