POV Esme

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Subimos para o escritório e eu não sabia se estava ansiosa ou feliz. Ver aquela garotinha na nossa casa tornou meu dia muito melhor. Carlisle sabia que eu estava radiante de alegria, podia ver em seus olhos. Ele me conhecia muito bem. Mas eu também o conhecia bem o suficiente para saber o quanto ele estava aflito com aquela conversa. Sophie era diferente de todos os nossos filhos. Não sabíamos se ela chegou a ter uma vida normal, nem mesmo quando humana. Sendo assim, será que ela concordaria com o estilo de vida que levávamos? Muita coisa mudaria na vida dela e talvez ela não fosse gostar e nem se habituar tão fácil. E aquela conversa seria justamente para expor tudo aquilo para ela. Não conseguia sequer imaginar sua reação. Ela era tão instável. No dia anterior, quando ela estava lutando, parecia forte, determinada e frívola. Mas quando foi abraçada por Carlisle, demonstrou-se completamente sensível e carente. Hoje, quando ela chegou parecia um gatinho assustado escondendo-se atrás de Carlisle. E quando eu a abracei senti-a tremendo em meus braços, nem sabia exatamente por que. Não conseguia definir quem era a verdadeira Sophie em meio a tantas reações diferentes. Talvez nem ela mesmo soubesse quem era realmente.

Entramos no escritório e eu comecei a ficar mais ansiosa. Apertei a mão de meu marido, meu porto seguro. Ele me olhou carinhosamente e me sorriu, como se quisesse dizer que tudo ficaria bem. Não tinha como não confiar nele. Sorri de volta e me senti invadida por uma calma fora do comum. Não importava o que ocorreria, juntos superaríamos tudo. E era justamente isso que queríamos passar para Sophie. Queríamos que ela entendesse que não importava o passado, agora ela tinha uma família que estaria ao seu lado em qualquer situação.

– Sente-se, pequena. – disse Carlisle à Sophie, apontando o sofá que ficava de frente para sua mesa.

Ela obedeceu e sentou-se. Segui meu marido até seu assento, atrás da mesa. Ele sentou-se e eu fiquei em pé ao seu lado. Vi que Sophie parecia indiferente a tudo. Perguntei-me se ela realmente estava disposta a fazer parte da família. Lembrei-me do que Carlisle havia dito sobre um acordo. Perguntei-me o que realmente estava acontecendo. Carlisle apoiou os cotovelos sobre a mesa e olhou firmemente para Sophie, mas foi a mim que ele direcionou a palavra.

– Esme, antes de começarmos essa conversa, gostaria de lhe colocar a par de tudo. – ele parecia entender minha confusão. – Sophie e eu fizemos um acordo. Ela passará uma semana aqui em casa e se não desistirmos dela, aceitará fazer parte da família definitivamente.

Achei aquele acordo completamente sem noção. Claro que não desistiríamos dela! Por que ela faria aquele acordo? Não parecia fazer sentido nenhum.

– Claro que nessa semana, mesmo sendo um acordo, não deixaremos que ela pense que não é da família. Por isso, antes de qualquer coisa, gostaria que você dissesse o que sente para ela. – Carlisle me lançou um olhar extremamente carinhoso. Com certeza queria que eu mostrasse o quanto já me sentia mãe de Sophie.

Olhei para aquela garotinha a minha frente. Ela não olhava para mim, parecia com medo. Achei estranho. Por isso fiz questão de me aproximar dela. Ela ainda olhava para os próprios pés, como se fosse mais interessante. Sorri. Ela parecia um gatinho assustado mesmo. Sentei no braço do sofá e ergui seus olhos para mim, segurando-lhe o queixo. Fiquei um tanto quanto chocada. Seus olhos brilhavam de uma forma tão viva. Ela parecia ter grandes expectativas sobre mim. Fiquei me perguntando por que. Mas achei melhor deixar as questões que surgissem para depois. Naquele momento eu só queria fazê-la entender o quanto eu já a amava.

– Florzinha, eu não sei muito bem porque você quis fazer esse acordo, mas já vou lhe dizendo que não vamos desistir de você. Desde a primeira vez que Carlisle me falou sobre você, um sentimento brotou dentro de mim. E mesmo antes de te conhecer eu já te sentia como minha filha. Não me peça para explicar porque, pois não saberei. Mas não importa os motivos, a questão é que agora você faz parte da nossa família. Eu serei sua mãe e Carlisle será seu pai. Não faremos distinção entre você e seus irmãos. Você é nossa filha tanto quanto eles. E tudo que fizermos será pensando no seu melhor. – passei suavemente minha mão sobre seu rosto. – Te daremos todo o amor e carinho que você precisa e estaremos sempre ao seu lado. Quando precisar não hesite em nos chamar, estamos aqui para isso. Não tenha medo, não tenha vergonha. Não estamos aqui para te julgar e sim para lhe guiar e apoiar. Entende?

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora