POV Carlisle

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Eu estava com minha princesa no colo. Ela dormia sorrindo. E eu não podia evitar sorrir também. Finalmente aquilo tinha acabado. Eu teria minha Rose de volta, eu teria meu Jacob comigo e uma nova filha surgiu em minha vida. Eu ficava pensando quanta coisa tinha acontecido em tão pouco tempo. Sophie apareceu como um furacão. Ela veio sem avisar, de repente, e saiu arrastando tudo. Mas tudo aquilo foi rápido e agora só tínhamos que juntar os restos e começar do zero. Agora ela não era mais um furacão, apenas pairava como a brisa do mar. Ela estava entrando em harmonia com a família, mesmo que ainda faltassem algumas coisas a se acertar. Mas isso só a convivência traria. Era uma questão de tempo até que ela e Rose se acertassem de vez. Já com Jake as coisas seriam bem mais fáceis. O grande desafio seria afastá-la daqueles pensamentos negativos e autodestrutivos, que ela ainda possuía. Claro que agora era algo bem mais disfarçado, mas ela não conseguia me enganar. Eu sabia que aquelas plantinhas do mal estavam enraizadas dentro daquele coração. E eu fazia questão de arrancar uma por uma. Ela que me aguardasse.

Continuei observando Rose. Quando ela acordasse eu queria ver minha princesa de volta. Tudo aquilo foi tão desgastante. Eu não queria vê-la sofrendo. Eu não queria mais tormento para ela. Sim, eu sabia o quanto ela precisava de paz. Ela tinha uma personalidade muito tempestuosa e sem a paz poderia causar uma destruição sem tamanho. Graças aos céus o fim foi agradável. Só esperava que ela tivesse entendido meu recado. Eu jamais pensei que puniria uma filha minha daquela forma. Já fiz parecido com Edward e Emmett, que normalmente me davam mais trabalho, mas nenhuma vez com alguma das meninas. E eu não gostava! Cada tapa e cada cintada doíam em mim também. Eu sentia que estava autoflagelando. Eu só o fazia por querer o melhor para meus filhos. O meu amor era maior que minha dor. Minha paternidade era maior que minha comodidade. E não importava quantas vezes eu teria que passar por isso, para manter meus filhos seguros e felizes eu faria qualquer coisa.

Não sabia quanto tempo havia passado desde que Rose dormiu. Eu não queria acordá-la. Ouvi batidas na porta e logo vi minha deusa surgindo. Ela veio em minha direção e lançou um olhar preocupado para sua filhinha em meus braços.

– Que bom que agora ela está dormindo feliz. Não foi fácil ouvir aquele choro. – ela continuou olhando para Rose.

– Já acabou, meu anjo. – eu disse em um tom cansado. Ela então ergueu os olhos para mim.

– Você é um pai tão dedicado, meu lindo. Sinto tanto orgulho de você. Sei o quanto dói ter que fazer isso, eu compartilho da sua sina, meu amor. – ela falava com carinho.

Eu lhe sorri docemente e ela me retribuiu com o suave beijo nos lábios. Aquela mulher sabia como me deixar nas nuvens, como mandar embora todas as minhas preocupações.

– Não é melhor você ir descansar um pouco também? Que horas você tem que ir para o hospital?

– Devo ir por volta de onze da noite.

– O dia foi puxado, meu bem. Você também precisa descansar. Dê-me ela aqui. Eu cuido da nossa princesinha.

Tentei entregar nossa filha nos braços de minha esposa, mas o mínimo movimento de meu corpo fez Rose acordar.

– Hã? Eu dormi? – ela disse esfregando os olhos.

– Dormiu, princesa. – eu disse colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha.

– Vem, filha. Deixe seu pai descansar um pouco. – disse Esme encorajando Rose a se levantar.

Minha filha remexeu-se em meu colo e logo gemeu. Eu bem sabia que ela ficaria com aquela parte de seu corpo dolorida por um tempinho. Ela levantou-se com um pouco de dificuldade e Esme a amparou. Eu me levantei logo em seguida.

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora