POV Jacob

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Cara, meu dia foi incrível. Não tinha sensação melhor do que correr pela floresta, livre, sem ninguém pra encher o saco. E eu precisava daquilo mais do que nunca, estava com a cabeça cheia. Aconteceu algo completamente inusitado comigo. Eu sofri um imprinting. Eu deveria estar super feliz por ter a oportunidade de, finalmente, me livrar dessa obsessão pela Bella. Ela estava casada com Edward agora e era uma vampira. Não tinha mais espaço em sua vida pra mim. Éramos de mundos diferentes. E mesmo que ainda tivesse certo carinho por ela, não podia ficar perto porque apenas doía mais. O máximo que eu conseguia fazer era rondar a casa dos Cullen de vez em quando para garantir sua proteção. Sim, eu não confiava muito nos Cullen, apesar deles sempre me provarem o contrário. Não era nada pessoal, mas eu ainda não conseguia me acostumar com a ideia de lobisomens se darem bem com vampiros. Se bem que eu meio que estava sendo obrigado a mudar de opinião. Por quê? É, o alvo do meu imprinting era uma vampira. E era justamente por isso que eu estava com os pensamentos a mil. Como se já não bastasse aquela garota ser uma vampira, ainda tinha cara de ser problemática. Mal a conheci e ela já me fez o favor de desaparecer. Mesmo tendo uma ligação muito forte com ela, parecia que algo bloqueava meus instintos e eu não conseguia encontrá-la. Era só o que me faltava! Já tinha me apaixonado por uma garota louca, que teve coragem de não só se casar com um vampiro como também de se tornar uma, agora me via “preso” por uma vampira totalmente desequilibrada. Devia ter alguma coisa errada comigo, só podia!

Já estava escurecendo, mas achei melhor dar uma olhada ao redor, só para garantir. Há alguns dias senti o cheiro de vampiros estranhos na área. Aquilo poderia ser perigoso. Talvez fosse melhor avisar aos Cullen, mas primeiro eu tinha que ter certeza. Direcionei-me para as montanhas, procurando por cheiros estranhos. Eu estava na minha forma humana, mas isso não importava. Eu até preferia, já que era mais discreto. Parei por um instante. Tive a impressão de ver um vulto se direcionando para a casa dos Cullen. Aquilo era estranho. Não poderia ser os Volturi, já que eles pararam de encher o saco depois que a Bella se transformou. Não acredito que seriam vampiros nômades, afinal a fama dos Cullen era bem grande. Quer dizer, nenhum vampiro seria idiota o suficiente para atacá-los depois deles terem batido de frente com os Volturi e terem saído por cima. O que poderia ser? Tentei sentir mais daquele cheiro e segui meu faro. Ele realmente estava se dirigindo para a casa dos Cullen. Segui para lá o mais rápido que pude. Tinha que dar um jeito de chegar antes dele, para avisar sobre o perigo.

Corri o mais rápido que pude. Nem sinal do vulto. Não conseguia nem sequer sentir mais seu cheiro. O que raios estava acontecendo? Aquilo estava ficando cada vez mais estranho. Achei melhor avisar, de qualquer jeito. Porém, me dei conta de que não parecia haver alguém em casa. Onde será que eles estavam? Será que o vulto percebeu e resolveu ir embora? Talvez, mas não estava disposta a arriscar. Sentei-me na entrada da casa, eu ia esperar. Era urgente, então não via problemas, afinal não estava com pressa. Desde que meu pai morreu eu não fico mais com a matilha. Eu gostava de me ser um lobo solitário. Esse negócio de andar em bando não era pra mim. Inclusive foi por isso que recusei a oferta de Carlisle de entrar para a família deles. Tá, não tinha sido em todo por conta disso. Afinal, um lobo filho de vampiros? Tinha coisa mais absurda? E Carlisle parecia ser um pai bem rigoroso, com certeza ia ficar me podando e eu detestava ter que seguir regras. Sei que ele também era um pai carinhoso e eu, às vezes, sentia falta daquele ambiente familiar. Mas eu não ia me sujeitar aquilo. De qualquer forma, mesmo que eu não morasse com eles, Carlisle e Esme me consideravam seu filho. Eu achava engraçado essa paranoia que eles tinham. Esme me tratava como um bebê. Ela era carinhosa e toda preocupada, eu até gostava de seus mimos de vez em quando. Carlisle era do tipo paizão, estava pronto para fazer qualquer coisa por seus filhos, mas era muito superprotetor e controlador. Ele até já tinha me dado uma surra. Só de pensar eu já ficava sem graça. E por mais vergonhoso que fosse eu tinha que admitir que doía como o inferno. E que, de certa forma, ele tinha razão.

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora