POV Jasper

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– Jake, espera! Seu pai disse que está tudo bem agora, fique calmo, por favor!! – dizia minha mãe aflita.

Ficar calmo? FICAR CALMO?! Você diz isso porque não tem ideia da força que a Sophie tem!! Se as coisas chegaram ao ponto do Carlisle se machucar, é claro que a Sophie não saiu ilesa!! EU NÃO VOU ME ACALMAR ATÉ QUE EU VEJA SE POSSO OU NÃO CONFIAR EM VOCÊS!!

Jacob falou bem nervoso, saiu batendo a porta e, claro, quebrou-a. Minha mãe suspirou. Era a única coisa que ela fazia desde que recebera o telefonema do meu pai avisando que já estavam no aeroporto, voltando para casa. Só nós sabemos a aflição que ela passou nos últimos dias. Ficamos sem notícias do papai durante vários dias. Todos estavam a ponto de explodir, cada um dentro de sua personalidade. Minha mãe só fazia chorar. Ela vivia pelos cantos chorando e rezando para que papai, Rose e Sophie voltassem bem. Era difícil vê-la sorrindo durante o dia. Nem mesmo quando estávamos todos juntos ela conseguia disfarçar sua tristeza. E claro que isso afetou todo mundo. Já não bastava aquele sofrimento de sequer sabermos se nosso pai e irmãs estavam vivos, ainda éramos obrigados a ver nossa mãe naquele estado de lamúrias. A gente percebia que ela tentava ser forte, provavelmente por causa da gente, mas ela não conseguia se segurar. É claro que ela não era a única que estava segurando as emoções. Bella, Emmett e eu tentávamos de todas as formas trazer um pouco de paz e animação para aquela casa. Emmett usava seu bom humor para tentar arrancar alguns sorrisos e, de vez em quando, ele conseguia, mas na maioria das vezes acabava chorando junto com todo mundo. Bella sempre foi mais introvertida, mas ela ajudava nas tarefas de casa para tirar um pouco da tensão dos ombros da nossa mãe. Eu, claro, tentava emanar um pouco de calma para todos, mas era tanto sentimento negativo em um lugar só que eu acabava sendo afetado, não obtendo nenhum resultado. E também tínhamos aqueles que não faziam a menor questão de esconder o que estavam sentindo, Alice, Edward e Jacob. Alice, minha linda boneca, chorava quase que o tempo todo. Ela estava aflita por não conseguir ver nada. Isso sempre a deixava ansiosa e insegura. Edward não chorava na frente de ninguém, mas a cara dele não escondia o quanto ele estava triste. Eu não sabia se era por conta de não termos nenhuma notícia do papai ou se era por causa de tantos pensamentos depressivos em um mesmo lugar. Com toda aquela instabilidade, Edward provavelmente não conseguia evitar usar seus poderes. E isso só piorava quando Jacob estava perto. Era sempre a mesma coisa, Edward lia o pensamento dele e retrucava para todo mundo ouvir. Então Jacob perdia sua pouca, quase inexistente, paciência e os dois começavam a brigar. Minha mãe perdeu a paciência uma vez e acabou dando umas palmadas nos dois. Depois disso, eles ficaram um pouco distantes um do outro, para evitar mais confusão. Mas não resolveu muito, porque o Jacob estava com os nervos tão à flor da pele que qualquer coisa era motivo para ele, literalmente, virar o cão. Todo mundo tentava acalmá-lo de alguma forma, mas nem mesmo a Bella, que é mais próxima dele, conseguiu amansar a fera.

E assim foram-se os nossos dias, que pareceram anos, até que ontem nossa mãe recebeu a ligação do papai. Ela colocou no “viva-voz” para que todos pudéssemos ouvir. Foi um alívio geral. Saber que nosso pai e irmãs estavam vivos foi como tirar um peso enorme de nossas costas. Melhor ainda quando ele disse que já estava voltando para casa. Porém, não foram somente boas notícias que recebemos. Quando minha mãe perguntou se estavam bem, nosso pai ficou calado por um tempo. Ele deu uma suspirada cansada no telefone e falou que tanto ele quanto Sophie estavam feridos. Claro que ele não deu detalhes sobre o que aconteceu, como aconteceu, porque aconteceu, o quanto eles estavam machucados e coisas do tipo, mas só pelo suspiro que ele deu já sabíamos que não era algo superficial. E por dedução nós podíamos concluir que eles se machucaram mais do que poderíamos imaginar, já que demorou tanto tempo para que ele nos desse alguma notícia. Por um lado ficamos felizes por saber que pelo menos eles estavam a salvo e por outro ficamos apreensivos por vê-los logo.

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora