POV Carlisle

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Eu estava borbulhando de raiva. Como Rose tinha a audácia de me desobedecer daquela forma, depois de tudo que ela já aprontara? Eu estava uma pilha de nervos. Já não bastava me preocupar com a Sophie, Rose tinha que fazer aquilo! Estávamos no castelo dos Volturi. Não são todos que são “controlados” como Aro. E se algum deles atacasse Rose? E se ela se perdesse no castelo? E se algum deles a fizesse de refém? Tantas coisas poderiam acontecer! Eu nem sei como consegui me controlar e não dar a surra que ela estava merecendo. Como ela pôde me deixar preocupado desse jeito? Ela estava completamente machucada, não teria a menor condição de se defender. Jamais me perdoaria se algo acontecesse a ela! E como se não bastasse ela ter sumido dessa forma, quando me aparece conta que estava sozinha no porão com aquele psicopata que raptara Sophie. Ele podia tê-la matado! Ele podia fazer milhares de coisas com ela! A nossa situação ali já não era favorável, se ele pegasse a Rose seria pior ainda. O que eu faria? Como reagiria? Eu podia ser o vampiro mais forte do mundo que não teria condições de lutar contra os Volturi em sua própria casa. Graças aos céus não aconteceu nada.

Agora que Rose estava segura novamente, debaixo da minha proteção, havia outro problema; Sophie. Eu ouvi tudo que Rose me disse e devo dizer que, mesmo mantendo a aparência de calma, estava a ponto de explodir por dentro. Eles estavam torturando a MINHA Sophie? Estavam usando a MNHA filha de cobaia? Eu sabia que Aro fazia tudo para alcançar um objetivo, mas dessa vez ele passou dos limites. O que eu podia fazer? Como ir contra a vontade do rei dos vampiros? Quando houve o problema com Bella, não foi como se estivéssemos indo contra os Volturi. Apenas pedimos um pouco de tempo para resolver a situação. Já com Sophie seria diferente. Eu realmente teria que bater de frente com Aro. Nossas vontades eram completamente opostas. Mas de uma coisa eu estava certo; não permitiria que ele continuasse com aqueles abusos! O que ele estava pensando? Torturar Sophie para que ele obtivesse os resultados que queria? Isso era tão errado que eu nem sabia dizer o quanto. Minha vontade era de ir até onde Sophie estava e resgatá-la à força. Não me importava se ela não me reconhecesse. Desde que eu a tirasse das garras dos Volturi, já estaria satisfeito. Eu sentia raiva e tristeza ao mesmo tempo. Minha pequena, minha florzinha, minha menina. Já sofrera tanto. Por que isso tinha que acontecer com ela? Por que eu não a protegi daquilo? Mesmo que eu não esperasse que Rose fizesse algo tão absurdo, eu me sentia culpado por não ter impedido. Eu tive tantas oportunidades de evitar tudo aquilo. Por que eu não o fiz? Por que esperei até que as coisas chegassem aquele extremo? Minha pequena agora estaria segura em meus braços. Se alguma coisa acontecesse com ela... Nem sei o que pensar. Não quero nem imaginar! O que será da família Cullen? Como contaria isso para Esme? Logo ela que já sofrera a dor de perder um filho! O que diria? O que eu faria? E Rose? Ela carregaria aquele peso para toda a eternidade! Logo ela que ainda sofria a dor de feridas ainda não cicatrizadas! Era algo completamente incabível! Não estávamos preparados para passar por algo assim. Nunca estaríamos, na verdade. Se acontecesse com qualquer um de nossos outros filhos, seria tão horrendo quanto.

Depois de me contar aquilo, pedi para que Rose tomasse um banho e fosse dormir. Eu sabia que o dia seguinte seria extremamente pesado. Ela me obedeceu e deitou-se logo após o banho. Dormiu rapidamente. Eu sabia que estava sendo difícil para ela. Sentei na cama e acariciei seus cabelos. Para o bem dela eu esperava que tudo acabasse bem. Era melhor receber uma surra do que ter que encarar mais uma ferida em sua alma. Eu preferia dar a surra! Por mais difícil que fosse, era melhor. Caso contrário eu não poderia fazer nada por ela. E não tinha nada mais agonizante para um pai do que não poder ajudar um filho.

– Mas eu vou te proteger, minha princesa. – sussurrei enquanto acariciava sua cabeça.

Levantei. Estava inquieto, ansioso. A noite parecia não querer passar. Eu queria ver minha pequena! Eu queria abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem. Eu queria poder dizer que eu estava aqui, que eu não a abandonei. Eu queria olhar naqueles olhinhos e passar a segurança que ela precisava. Eu já até podia imaginar o quanto ela estava pensando que eu a abandonaria. Sabia que ela já deveria ter aceitado sua situação, que provavelmente pensava que seria melhor ela se afastar de nós mesmo, que era isso que ela merecia. Eu sabia que ela estava sendo pessimista e me doía não poder fazer nada. Doía não poder lhe contar que ela estava errada, que o lugar dela era em meus braços. Eu queria afastar qualquer tipo de pensamento negativo daquela cabecinha. E seus machucados? Óh Céus! Ela devia estar completamente machucada. Choque elétrico? Pra ela chegar ao ponto de ter amnésia, não eram quaisquer choquinhos. Ainda mais sendo ela uma vampira. E ela já devia estar machucada da luta que travou com Anderson antes de ser raptada. Duvido que alguém tenha cuidado dela! Eu precisava manter a calma. Nervoso eu não conseguiria raciocinar direito. Eu teria que pensar em excelentes argumentos para convencer Aro. E ainda existia algo que não se encaixava naquela história. Se Aro não permitiria que eu levasse Sophie embora, por que me manteve aqui no castelo? Ele poderia simplesmente me expulsar, ele tinha poder pra isso. Alguma coisa ele estava tramando. Aquela bondade estava longe de ser algo sem propósito. Éramos amigos, eu o conhecia muito bem para saber que ele não fazia nada sem segundas intenções. O que será que ele estava planejando?

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora