POV Rose

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Eu acordei mal humorada. Ontem fiz questão de ir para meu quarto e fiquei ouvindo musica. Sabia que eles fariam o maior drama depois que aquela assassina acordasse. Eu estava muito revoltada com essa história toda. A garota passou um dia em nossa casa e foi tudo uma confusão. Ela quase quebrou a mão do filho de um dos melhores amigos do meu pai e, como se já não bastasse, trouxe aquele vampiro arrogante para nos atacar. Aquela batalha, o jeito que ela lutou, aquilo não era normal. Ela matou sem nenhuma piedade e ainda rindo da desgraça alheia. E ela ainda olhou para meu pai como se fosse matá-lo. Eu não conseguia entender por que meu pai se apegou tanto a ela. Cara, aquilo me irritava tanto! Eu amava Carlisle, mas às vezes ele era mais imprudente que todos juntos. Sempre arrumando essas confusões que poderiam chegar a níveis catastróficos. A gente tinha acabado de sair daquela encrenca com os Volturi. Por pouco eles não nos atacaram. Tudo porque meu irmãzinho era um idiota e meu pai caiu na lábia dele. Garoto mimado!

Achei melhor levantar e sair um pouco. Até porque depois que aquela garota acordasse, todos iam cercá-la de mimos como se ela fosse a salvadora da pátria. Eu que não ia ficar ali para ver. Dei um jeito de me arrumar rápido. Apenas vesti uma calça jeans clara, botas brancas e uma blusa nude. Apenas penteei meu cabelo e deixei solto. Peguei as chaves do meu carro e desci. Achei melhor deixar um bilhete pro meu pai, afinal ele já estava bem irritadinho comigo. Tudo por culpa daquela fedelha! Quanto mais eu pensava naquilo, mas irritada eu ficava. Aposto que ela estava se fazendo de coitada pro meu pai ter pena dela. E eu preferia nem pensar na Esme. Minha mãe se derretia por qualquer coisa. Nem era preciso fazer muito esforço para manipulá-la. Será que eu era a única que via problema na história daquela garota? Tinha alguma coisa errada. Não fazia o menor sentido uma pessoa ser tão frívola para matar e, ao mesmo tempo, ser toda vulnerável e sentimental. Eram dois extremos! Será que eu era a única que enxergava? Quando aquele vampiro falou com a gente, ele parecia bastante lúcido. Ele não estava blefando. Isso quer dizer que ela realmente não era a vítima. Era tão difícil assim de entender? Quantos vampiros precisariam nos atacar para que meus pais entendessem? Era absurdo!

Entrei no carro, abri a garagem e saí cantando pneus. Eu estava muito irritada! E quando eu estava assim só tinha um lugar que me acalmava. Ficava fora da cidade, mas não era muito longe. Não tinha nada demais, era apenas um penhasco que dava vista para uma lagoa e, ao fundo, montanhas. Era uma vista incrível, principalmente quando o sol se punha. Não sabia explicar por que, mas me acalmava. O vento balançava meus cabelos e eu sentia que não precisava fingir ser ninguém além de mim mesma. Não havia humanos por perto, por isso não precisava me preocupar com os raios de sol tocando minha pele. Era o meu cantinho, só meu. Ninguém poderia me incomodar ali.

Ouvi meu celular tocar. Provavelmente era meu pai. Saco! Eu estava dirigindo, mas não me importei de atender.

– Fala, pai. – disse seca.

– Rose, você está dirigindo?

– Estou.

– Encoste.

– Fala logo, pai. O que voc... – ele me interrompeu.

– Encoste! – ele falou mais firme. Revirei os olhos e encostei o carro.

– Pronto. Dá pra dizer agora o que você quer? – já estava perdendo a paciência.

– Posso saber quando foi que eu lhe dei liberdade para falar assim comigo?

– Ah pai! Eu... – ele me interrompeu novamente.

– Rose, Rose! Você já está me fazendo perder a paciência. Se eu fosse você tomaria cuidado com esse atrevimento. – ele estava falando sério. Achei melhor não arriscar.

Lágrimas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora