Minha lua - O Milagre da noite de luar

parte 19

Cíntia narrando.

A Lua parece se dar muito bem com minha mãe. Elas mal se conheceram, e parecem que a vida toda conviveram.

Achei que a adaptação da Lua seria difícil, mas está sendo é pra Ataíde. Sei o quanto é difícil pra ele. Ele esperava que quando tivesse filhos, o amor e o bom relacionamento cresceria junto. Não é tão simples assim com uma criança que já tem oito anos. Também sinto resistência por parte da Lua. Não é atoa que ela o chama " senhor Ataíde". Sei que a Lua nunca conviveu muito com homens, talvez por isso, não saiba como deve agir.

Pronto, querida! Agora é esperar assar. - minha mãe fala ao colocar os biscoitos no forno.

Mas olha só! Tem farinha até no seu cabelo menina! - minha mãe fala, sacudindo o cabelo da lua.

Precisa tomar banho, além do mais, Jajá a nanda e o Daniel chegam, o que eles vão achar se quando chegarem, você estiver nesse estado? - falo enquanto ela ri.

Filó, por favor leve a lua pra cima, depois que terminar de arrumar aqui, vou ajudá-la a tomar banho. - falei.

Tá bem, senhora Cintia. Vamos frozinha? - ela fala colocando Lua em sua cadeira.

Ta bom tia Filó. - Lua responde, e as duas saem.

Bom filha, já vou. - minha mãe fala. Secando as mãos num pano.

Ah, mais já mãe? - falei.

Sim, não quero me encontrar com você sabe quem. - ela franze a testa.

Queria poder evita - lá também. - respondi. - estou pedindo a Deus pra que ela não solte o veneno dela sobre minha filha.

Percebi que minha mãe me olhava e sorria.

O que foi mãe? - falei fazendo uma careta.

Nada , só que é bom ouvir você falando " minha filha ", posso ver o quanto a presença dessa menina te deixou feliz. - ela fala.

Sim mãe, a Lua é pra mim um sonho realizado. - falei. - é uma pena que ela ainda não me veja com mãe dela. Talvez um dia ela até me veja como mãe, mas não me chame de "mãe" afinal ela não é uma criança tão pequena.

Bom, não se pode virar mãe de um dia pro outro querida, você tem que ser paciente. - ela fala.

...

Depois de arrumar a cozinha fui ver como a Lua estava, e prepara lá para a visitar de mais tarde.

O que você quer fazer agora, luazinha? - perguntei

Eu quero desenhar, com os meus lápis novos.

Tudo bem, vou no escritório do Ataíde, ver se tem folhas limpas, pra você. - falei.

Enquanto a lua está sentada ao chão, encostando na mesinha que fica no centro da sala, Ataide chega com os irmãos e a tia dele.

Chegamos, aqui estão. - Ataíde fala.

Olá crianças, Lua - olho nos olhos dela - estes são Fernanda e Daniel. - falo com um sorriso.

Daniel ri para Lua, que está com as mãos ja sujas de tintas, e ela sorri de volta.
Mas Nanda, está com cara de poucos amigos, com os braços cruzados. E a dona Joana, com seu olhar julgador, pra variar.

Lua narrando.

O menino, chega perto de mim, se abaixa e se senta perto de mim.

O que está fazendo. - ele olha curioso para meu desenho.