parte 13

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Lua narrando.

Eu gostei da visita da Dona Edi, eu amo quando ela vem nos visitar. Também gostei da outra mulher que veio nos visitar, ela é tão bonita e carinhosa.

Ela trouxe alguns brinquedos pras crianças do orfanato, entre eles uma boneca muito bonita, como era só uma eu e minhas amigas estávamos dividindo e revezando a brincadeira.

Helena, é minha vez de brincar com a Madalena! - eu falo esticando os braços.

Ta bom lua. - ela fala e me entrega a boneca.

A tia Bel estava colocando o Levi, um bebê aqui do orfanato, pra dormir.

Meninas não façam tanto barulho se não o Levi não dorme mesmo! - ela fala.

Ta bom tia. - as meninas concordam.

Quando eu tiver um bebezinho, igual o Levi, eu nunca vou abandonar ele. - eu falo com a boneca em meus braços.

Nem eu. - a Júlia fala.

Eu também não vou - Rafaela diz. - quando eu for grande eu vou ter um monte de filhos.

E eu vou ter uma família, um marido e um monte de menino também. - a Júlia fala.

Mas vocês sabem o que precisa fazer pra ter um bebê? - a Helena fala e a tia Bel arregala os olhos e parece preocupada com o oq vai Sair da boca de Helena.

Não, oq? - Júlia pergunta.

Você precisa casar e..... DAR UM BEIJO NO MARIDO! - Helena fala.

ECAAAAAA, UEE - todas nós falamos com a língua pra fora.

Eu nunca vou beijar um menino, uhh. - eu falo com uma expressão de nojo em meu rosto.

E nem eu! - Helena fala.

Eu acho é que você está muito espertinha pro meu gosto heim Helena? - A tia Bel fala enquanto ri.

É sim, tia Bel, eu não sou mais criancinha. - Helena fala com cara de convencida.

É eu sei... - tia Bel fala.

Acho que esse Levi não dorme mais. - Rafa fala.

Tive uma ideia! E se a gente cantar uma música de ninar pra ele? - Eu falo com o indicador levantado.

Vamos cantar a musiquinha do Davi? - Júlia fala.

Tá mas vamos cantar bem baixinho pra ele dormir. - tia Bel fala e eu comecei a cantar.

Quando Davi tocava sua harpa,
Era tanto acorde tanto canto, tanta Aleluia.

Aleluia......

Quando Davi cantava se entregava,
Se derramava, no Altar
Deixava choro e riso,
tanta Aleluia, Aleluia.

Canta pequeno salmista,
Louva e exalta ao senhor,
Vence as lutas da vida,
Com lábios cheios de louvor.

E assim o pequeno Levi foi as poucos embalado com nosso canto.

Casa dos monteiros.

Cíntia narrando

Cheguei em casa um pouco cansada, mas grata pela experiência que Vivi hoje.

Subi as escadas e tomei banho, desci pra jantar.

  Ah Cíntia, Não sabia que já tinha chegado. - Ataíde fala ao me ver.

  Cheguei e fui direto para o banho querido. - eu falo me sentando à mesa.

  E como foi a visita? - ele pergunta.

Muito boa, me apaixonei por todas aquelas crianças fofas. - eu falo. - não entra em minha cabeça como uma pessoa pode abandonar por aí o próprio filho, e deixar a mercê da vida.

Bem, as vezes a família não tem escolha. - Ataíde responde.

Bem, talvez. Imagina que hoje eu conheci uma menininha tão linda, meiga e inteligente pra idade dela. - eu falo.

Ah, crianças assim costumam ser adotadas mais rápido. - Ele fala.

Nao no caso dela, ela sofreu um acidente quando pequena, e este a deixou sem os movimentos das pernas. Então por isso os pais dela a abandonaram. - eu falo revirando a comida com o garfo.

Que história mais triste. - ele fala olhando pra baixo.

Quando eu cheguei lá, as amiguinhas dela nos disseram que há tempos ela estava deprimida, porque ela acha que nunca será adotada. - eu completo.

Quantos anos ela tem? - ele pergunta.

Exatamente 8 anos. - respondi olhando em seus olhos.

8 anos... - ele fala com os braços apoiados na mesa e o queixo repousado sobre as mãos, e com um olhar vago.

Sim, a idade que o nosso Andrezinho teria. - falo e meus olhos ficam marejados.

Tudo bem, não vamos mas pensar sobre isso. - ela fala e muda de assunto.

Felipe já tem alguma novidade sobre a adoção? - ele pergunta.

Bem, não vai demorar muito pra termos uma visita da assistência social, se tudo correr bem seremos encaminhados para a fila de adoção. - respondi.

Ótimo - respondeu.

Assim que terminamos o jantar, subimos para nossos aposentos e nos preparamos pra dormir, mas nada tirava de mim aqueles olhos cinzas da Lua.



Minha lua - O Milagre da noite de luarOnde histórias criam vida. Descubra agora