parte 27

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Felipe narrando.

Então eu passo na sua casa às seis, ok? - Falei esperançoso.- tudo bem então, até! - desliguei o telefone. - Ah ela aceitou! - faço uma dancinha. - que bela tarde não é, Dona Eulália?! - pego em sua mão convidando-a a se juntar a minha dança.

Felipe, para com isso, tá me atrapalhando! - A senhora que conduzia a panela ao fogão diz. - Qual o motivo para toda essa alegria? - ela volta a atenção a panela.

Ela aceitou Mamãe, ela aceitou! - pareço uma criança abrindo seu presente de natal.

Que conversa é essa Lipe? Aceitou o que menino?? - ela se volta em minha direção.

Eliete, finalmente aceitou meu pedido para jantar. - me encosto na mesa.

Ela ri. - Bom, não é como se ela tivesse aceitando um pedido de casamento. - Experimenta o caldo.

Mas depois que tanto pedi, é como se fosse.  A senhora acredita que minha beleza natural e encantadora não foi o suficiente desta vez? - falo.

Isso significa que ela tem juízo! - Continua rindo.

Bom mainha, eu já vou la me arrumar. - Dei-lhe um beijo na testa.

Vai lá menino. E ó - ela me aponta a colher. - juízo heim?

Que isso mãe, Sr. Cícero de Souza criou um cavalheiro. - me retirei da cozinha.

Assim espero! - escuto sua voz de longe.
...

Não esperava que minha alegria repentina fosse cessada assim tão de repente por causa de uma caixa.

Fui bombardeado com infelizes lembranças ao reencontra-la.

Quem diria que um objeto tão pequeno me deixaria assim. - pego a aliança que antes tinha tanto significado para mim e para A...  - Não sei por que não joguei fora antes. - jogo-a no lixeiro.

Depois de ontem, tudo que menos queria era lembrar de Alessandra. Principalmente quando decidi me dar uma nova chance, e , novamente acreditar no amor.

Paixão adolescente, é assim que quero me lembrar dela daqui por diante. A alguns anos atrás, ainda na flor da juventude, Apaixonei me por ela — não me orgulho nada disso — Ignorei todos os sinais que a vida me deu, de que ela não era pra mim. Pois, enquanto meu plano era casar e construir uma família, ela só me queria como passa tempo. Queria mais era curtir a vida, dizia ser nova demais para se "amarrar" .

Meu pior erro foi ter me entregado de todo coração a ela. Eu realmente achei que ela mudaria algum dia. Como errei.

Sempre odiei o fato dela ser uma "metamorfose ambulante" e nunca conseguir sustentar nada a longo prazo. Foram inúmeras as vezes que eu lhe deu chance para mudar, coisa que ela sempre me garantia que faria, mas...

O que passou, fica no passado. - sacudi a cabeça, na tentativa de esquecer as lembranças. - vamos lá. - suspirei. Pego as chaves do carro, para seguir para o meu "talvez" novo futuro.

Por que todo esse atrasso? - olho o relógio pela 10ª vez. Seria melhor se ela tivesse aceitado que eu a fosse buscar. Mas ela insistiu em vir de táxi. - já estou aqui há quase 40 mim. - sussurro ao conferir o relógio enquanto me arrumo na cadeira.

De repente, alguém chega por trás e cobre meus olhos. Um alívio toma meu interior. - Que bom, ela não me deu bolo!

Adivinha quem é? - aquela voz faz meu alívio torna-se dor.

O que faz aqui? - me viro em sua direção. - ela me olha com um sorriso.  É incrível a capacidade que ela tem de agir como se nada tivesse acontecido, depois de fazer besteira.

Feliz em me ver, Lipe? - ela se senta na cadeira a minha frente.

Como me encontrou? Esta me seguindo? - refletia minha fúria nas palavras.

Não! Eu... Eu tava passando quando por coincidência te vi. Nós precisamos conversar. - coloca a sua mão sobre a minha.

Não temos nada para conversar. -Me levanto bruscamente.

Lipe! - ela vem correndo em minha direção. - preciso que me escute! - me tenta impedir de ir.  Não respondo, apenas continuei a caminhar para a saída, enquanto ela segue meus passos a fio.

Por favor, não vai... - o tom de sua voz me leva a concluir que ela está prestes a chorar.

Caminho até ela de volta. - O que você quer? - tento disfarçar a dor do meu interior.

Te pedir perdão...- ela fala quase sussurrando.

Desdenho.

Eu sei, sei que te causei muita dor, por todas as minhas escolhas. - ela começa a chorar. - mas? Me dá mais uma chance, eu prometo...

Me poupe dessas suas promessas vazias. Não sou mais um adolescente que está pronto a perdoar suas bobagens e correr atrás de você, como naquele dia no aeroporto. Te implorei pra não ir, e mesmo assim você foi. - uma lágrima tenta escapar, mas me recuso a dar esse luxo a ela. - prometi que nunca me humilharia assim de novo, não por você.

Dessa vez eu vou mudar de verdade, eu... - coloca as mãos sobre meus ombros e neste instante, percebo uma Jovem de cabelos lisos e negros, óculos redondos dando um brilho especial ao seu rosto. Que ótimo momento para ela chegar.  Ela saí correndo após contemplar aquela cena.

Tiro as mãos de Alessandra de mim. - Nunca mais me procure. -  vou correndo atrás de Eliete.

Procuro por ela, até avista la sentada num banco de praça.

Eliete, sei que o que você viu pode ser um pouco confuso, mas me deixa explicar. - falei com medo de sua reação.

Então diga. - ela fala num tom calmo, ainda que com dor no olhar, contrariando minhas expectativas.

Me dispus a contar toda minha história com relação a minha ex - futura esposa. Me pareceu um pouco estranho falar sobre isso logo no primeiro encontro, mas confesso, precisava tirar essa coisa de "dentro".

Ela também se dispôs a contar sobre seu relacionamento anterior, e, parece que temos muito em comum. Dois corações destroçados querendo se reconstruir.

Bom, podemos escolher outro restaurante, se quiser. - proponho.

Não. - ela olha ao redor. - podemos comer por aqui mesmo. Não preciso de um lugar chique pra ser uma boa companhia. - ela fala com um sorriso.

Meu Deus, é ela! - pensei comigo.






Capítulo está um pouco diferente hoje né?
Pra flr  verdade nem sei por que inclui a história deles aqui. (Ksksks)

Minha lua - O Milagre da noite de luarOnde histórias criam vida. Descubra agora