Adeus a você

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A luz da manhã fluía suavemente através das pesadas cortinas do quarto das crianças, lançando um brilho suave na cama pequena e vazia onde Aerion dormira uma vez. A sala, antes um santuário cheio de risos e alegria, agora parecia fria e árida.

YN estava parada na porta, seus olhos examinando o espaço que guardava tantas memórias preciosas. Ela deu um passo hesitante para dentro, seu coração doendo a cada batida.

Seu olhar caiu sobre a cama de Aerion, meticulosamente feita como se ele pudesse retornar a qualquer momento. Mas algo estava faltando. Sua respiração ficou presa na garganta quando ela percebeu o que era. O cobertor favorito de Aerion, aquele sem o qual ele nunca dormia, não estava em lugar nenhum.

O pânico tomou conta dela, apertando seu peito até parecer que ela mal conseguia respirar.

“Não, não, não, não-” ela sussurrou, com a voz trêmula. "Cadê?"

YN foi até a cama, as mãos puxando freneticamente as cobertas, vasculhando cada canto. O cobertor, macio e gasto por inúmeras noites confortando seu filho, havia sumido.

Ela vasculhou a pequena pilha de brinquedos ao lado da cama, espalhando dragões e cavaleiros de madeira pelo chão. Seu desespero crescia a cada segundo que passava.

“Tem que estar aqui!” ela gritou, sua voz ficando mais alta, mais frenética. “É a única coisa que me resta dele!”

Ela abriu gavetas, jogando fora roupas e pequenas lembranças em um frenesi. Suas mãos tremiam enquanto ela vasculhava as coisas de Aerion, com a visão turva pelas lágrimas.

A sala, que já foi um lugar de calor e segurança, agora parecia uma zombaria cruel do que ela havia perdido.

Seus gritos ecoaram nas paredes de pedra, uma sinfonia de tristeza e desespero de partir o coração. Ela caiu de joelhos, soluçando enquanto vasculhava a última gaveta.

Cada item que ela tocava trazia uma nova onda de tristeza, uma lembrança do garotinho que ela nunca mais abraçaria.

“Aerion,” ela sussurrou, segurando uma de suas camisas minúsculas contra o peito. “Por favor, onde está?”

A porta se abriu e Aemond entrou, com o rosto tenso e pálido. Ele ouviu os gritos dela e sentiu a mesma pontada de perda em suas entranhas.

Ele correu para o lado dela, ajoelhando-se ao lado dela e envolvendo os braços em torno de sua forma trêmula.

“YN, meu amor,” ele disse suavemente, sua voz cheia de emoção. "O que está errado?"

Ela olhou para ele, seus olhos cheios de um apelo desesperado e comovente. “Seu cobertor, Aemond. Foi-se. É a única coisa que me resta dele e desapareceu!”

O coração de Aemond quebrou novamente com suas palavras. Ele a abraçou com mais força, tentando oferecer o mínimo de conforto que podia. “Nós vamos encontrar”, ele prometeu, embora soubesse que era um pequeno consolo. “Vamos revistar cada centímetro deste castelo se for necessário.”

YN enterrou o rosto no ombro dele, seus soluços sacudindo todo o seu corpo. “Eu só quero ele de volta. Eu só quero meu bebê de volta.”

Os olhos de Aemond ardiam com lágrimas não derramadas enquanto ele segurava sua esposa, sua própria dor misturando-se com a dela. "Eu conheço meu amor. Eu sei."

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Aemond segurou YN com força, seu coração partido pela angústia dela. Enquanto ele tentava pensar onde o cobertor de Aerion poderia estar, então uma memória veio à tona – as empregadas ajudando a limpar o quarto após a noite trágica, enquanto ele insistia em remover ele mesmo a roupa de cama manchada de sangue de seu filho.

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