Queimando por você

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Os modos estóicos de Aemond quase sempre perturbavam sua jovem esposa. Não importa o quanto ela viu o fogo cruzar seus olhos, ele nunca queimou o que estava ao seu redor. Exceto no pátio de treinamento, ela nunca o via perder a compostura, e às vezes nem mesmo no pátio de treinamento ele perdia a compostura. Seu cabelo estava sempre bem cuidado, suas roupas bem ajustadas e seu olhar sempre calculado. Ela ficou cansada. Ela queria ver a fera que ela sabia que estava por baixo. Ela queria que o fogo que brilhava de vez em quando em seus olhos a consumisse. Ela queria ser queimada pelo dragão. Então ela fez o que podia fazer de melhor, provocou-o até a morte.

Ela sorriu em todos os lugares do jeito que ela sabia que Aemond não gostava que ela fizesse. Ela caminhava pelos pátios com seus vestidos considerados mais reveladores. Ela até concedia uma ou duas danças a algum Lorde fanfarrão, mas ele permanecia igualmente estóico. No dia em que ela deu uma dança ao Príncipe Jacaerys ela pensou ter visto os olhos dele brilharem, mas logo ele estava conversando com a irmã e ela perdeu os olhos dele.

S/n ela se cansou daquele jogo em que estava visivelmente perdendo. Ela estava resignada em saber que nunca veria o dragão sobre o qual havia sido avisada quando se casou. Ela caminhava calmamente pelos jardins enquanto pensava quando sentiu o salto da bota que usava cedendo. E com um suspiro ela quase caiu de cara na grama em frente, mas antes disso, uma mão áspera a pegou.

— Minha princesa está bem? — O jovem jardineiro perguntou solícito.

— Meu sapato quebrou. — Ela disse enquanto se apoiava no garoto que devia ser alguns anos mais velho que ela.

— Aqui, deixe-me ajudar. — A jardineira colocou a mão no ombro dele e se agachou rente ao chão enquanto tirava o sapato do pé de S/n, que nem percebeu a posição comprometedora em que se encontrava com o menino praticamente entre as pernas.

De repente veio a voz fria e ameaçadora de suas costas, fazendo com que todos os pelos de seu corpo se arrepiassem.

- Esposa. — Ela imediatamente se virou, pisando descalça na grama, enquanto o jardineiro a soltou e praticamente caiu sentada no gramado do jardim. Os olhos de Aemond estavam em chamas, sua mandíbula estava cerrada e seu corpo estava tenso como uma corda esticada até o limite.

— Marido, não aconteceu nada. — Ela tentou explicar rapidamente. — Meu sapato quebrou e ficou preso no gramado, ele só estava...

- Quieto. — Aemond sibilou duramente.

— Mas marido...

— Eu disse para ficar quieto. — Falou com voz firme ao se aproximar dos dois.

Ele guiou a mão até o pescoço dela e acariciou-o suavemente enquanto fechava uma das mãos e apertava, mas não o suficiente para machucar. S/n olhou nos olhos dele, assustada e sem mover um único músculo.

— Vá para nossos aposentos e espere por mim lá. — Ele praticamente cuspiu as palavras ao soltar o pescoço dela sem nenhuma delicadeza.

S/n não o questionou mais, apenas virou as costas e correu descalça em direção aos seus aposentos compartilhados sem sequer olhar para o jardineiro, que ainda estava deitado na grama.

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Ela andou pela sala sem nem conseguir respirar. O que aconteceria? O que seu marido estava pensando agora? Onde ele estava? Parecia que horas haviam se passado desde o jardim. E então, sem aviso, a porta se abriu e ela imediatamente se virou para ela, mas a visão que surgiu foi de algo completamente inédito.

Aemond entrou pela porta com as mãos, o rosto e as próprias roupas cobertas de sangue, um olhar assustador no rosto. Seus passos eram rígidos enquanto ele caminhava lentamente em direção a ela.

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