1- Do dever e do amor

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Aemond levantou-se da cama, ainda se sentindo cansado e dolorido do treino do dia anterior. Ele passou a mão pelos cabelos, sentindo alguns hematomas, mas como sempre, começou a se preparar para mais um dia de treino, prática e estudo. Aemond era fiel às rotinas, respeitava seus horários e compromissos, priorizando seus deveres acima de seus prazeres. Muitas coisas desagradáveis ​​poderiam ser ditas sobre ele, especialmente em relação ao seu temperamento e natureza vingativa; ele também não era muito bom em entreter a corte, mas não há como negar que era um príncipe sério e dedicado.

Como sempre, ele quebrou o jejum com a mãe e a irmã. Ele costumava ser frio e distante, mas era óbvio que sentia carinho por essas duas mulheres. O Príncipe Aemond, de um olho só, perdeu o olho em uma briga de infância com seus parentes, deixando uma cicatriz permanente em seu rosto e reduzindo significativamente sua visão. Sua mãe foi a única pessoa que o defendeu e tentou fazer justiça pelo ocorrido. Sua irmã ajudou a cuidar de seu ferimento nos dias seguintes ao terrível acidente. Ninguém mais tinha qualquer tipo de sentimento ou carinho pelo príncipe, ou pelo menos não demonstrava. O Príncipe Aegon talvez tivesse, mas ele estava frequentemente tão afastado de seus deveres e tinha sido tão cruel com Aemond no passado que o vínculo que os unia era puramente o vínculo de sangue. O que para Aemond bastava, mesmo desprezando o comportamento do irmão, certamente seria leal a ele, já que jamais trairia sua casa. Seu irmão mais velho raramente era visto estudando ou praticando alguma coisa. Ele gostava de montar Sunfyre e às vezes praticava luta de espadas com seu irmão e outras pessoas, mas suas atividades favoritas estavam relacionadas à devassidão e ao vinho. Ele poderia ser o culpado? Cabia ao leitor julgar que o jovem Príncipe Aegon não desejava ocupar o lugar de futuro herdeiro do Trono de Ferro. Ele desejava o prazer que acompanhava seu nascimento elevado, mas não as obrigações e deveres; ele sentiu profundamente a decepção que sentia por sua mãe e parentes, mas, independentemente disso, optou por se comportar mal por sua própria culpa.

Dentro de seus aposentos, Aemond nunca usou o tapa-olho; a ferida estava totalmente curada, não havia necessidade de cobri-la, mas em público ele sempre era visto com um tapa-olho cobrindo o olho perdido. Ele não queria assustar as pessoas ou mostrar uma cicatriz tão íntima a todos, mesmo aos mais próximos; ele era uma pessoa reservada e orgulhosa.

— Treinando de novo hoje irmão? Eu te vi ontem com Sir Criston Cole, foi um espetáculo e tanto, você foi magnífico. Todos no reino conhecem suas qualidades de guerreiro. Talvez seja bom descansar um pouco também”, aconselhou Helena.

- O descanso é definitivamente importante irmã, mas preciso praticar mais que os outros, principalmente para compensar o que me falta... mas garanto que hoje vou levar isso com leveza, se me dá licença, mãe, irmã, devo vá agora, vejo vocês dois mais tarde.

O que Aemond disse estava realmente certo. Quando perdeu o olho, perdeu também outras coisas; ele teve que suportar um tempo sem treinar até que sua ferida estivesse totalmente curada. Mas depois disso veio o verdadeiro problema. Com apenas um olho ele estava em desvantagem significativa contra seus oponentes em uma luta real. Era difícil medir a profundidade e ele não conseguia ver o quadro completo. No início as perspectivas eram tão ruins que Alicent pensou em treiná-lo como Meistre, solidificando seu amor pela história e tirando a espada de sua mão. Mas o núcleo de Aemond era muito caótico e ansioso para lutar, e ele agora também era cavaleiro de Vhagar; isso não era algo que ele pudesse aceitar. Ele nunca poderia permitir que Luke levasse consigo seu olho e seu futuro como lutador. Então Aemond teve que reaprender a lutar; ganhar uma nova consciência de sua nova visão e corpo; aprender novas estratégias; e tornar seus outros sentidos mais refinados para compensar a falta de visão. E ele conseguiu isso; tornando-se um mestre espadachim incrível e habilidoso, bem como um acadêmico habilidoso em história e filosofia.

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