imagines Aemond

A sua beleza nunca me assustou

Você nunca correu mais rápido do que agora. No momento em que uma de suas criadas disse que a Rainha Alicent havia mandado buscá-lo, você sabia que não era nada bom, isso só acontecia se algo estivesse errado.
Seu relacionamento com sua futura sogra não era ruim, mas você sabia que ela gosta de manter distância na maior parte do tempo.
Você virou a esquina do grande corredor, encontrando-se na frente dos aposentos de Aemond. Sua mãe estava lá fora, andando em frente às portas. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
"Sua Majestade, o que está acontecendo?" Você perguntou preocupado.
"Oh, Deuses, eles arruinaram meu menino, meu lindo menino." Ela soluçou sentada em uma cadeira, com as mãos cobrindo o rosto.
“Quem e o que eles fizeram? Aemond está bem?” Você perguntou mais uma vez, ajoelhando-se diante de sua forma trêmula.
"Esses bastardos, Jacaerys e Lucerys, atacaram Aemond no caminho de volta do Dragonpit. Ainda não o vi, tudo o que me disseram é que o Meistre foi chamado e ninguém tem permissão para entrar. Eu ouvi seus gritos, meu garoto estava rasgando os céus, sua voz estava cheia de muita dor." Ela disse.
Seu coração se apertou ao pensar em Aemond sendo atacado e ferido. A situação no tribunal não era das melhores, mas nunca se esperava que fosse tão ruim. Você só podia esperar que Aemond ficasse bem, isso era tudo que importava.
Você e o príncipe mais jovem estão prestes a se casar em menos de uma lua. Seu pai, Lorde Tyrell, havia notado há muito tempo que você gostava do Príncipe de cabelos brancos, e depois de uma longa discussão com o Rei e seu Conselho foi decidido que vocês dois se casariam. Aemond estava feliz, você também.
Depois de algumas horas agonizantes de espera em frente à porta, a Rainha Alicent finalmente foi autorizada a entrar. Você não conseguia ouvir muito do lado de dentro, mas um grito alto em particular assustou sua alma, fazendo seu coração bater ainda mais rápido do que antes. . O que eles fizeram com ele?
O tempo passou antes que as portas de madeira se abrissem novamente. Lentamente, a Rainha saiu da sala, fechando a porta atrás das costas.
"Ele está com muita dor? Ele vai ficar bem?" Você perguntou com uma expressão preocupada.

"Escute, S/N... o que você está prestes a ver... Ninguém iria te culpar se você decidisse anular o pedido de casamento." Ela disse fazendo seu coração parar, seu rosto ficou completamente pálido.

"O que... do que você está falando? Eu nunca faria isso! Eu amo Aemond, eu nunca faria uma coisa dessas!" Você exclamou. Você se sentiu ofendido por alguém pensar assim de você. Seus sinais de carinho não foram suficientes.
"Escute, querido..." Ela começou de novo, mas você não conseguia mais ouvi-la, você só queria ver seu noivo.
Passando por ela, você se dirigiu às portas, abrindo-as. Você se deparou com uma escuridão completa. As cortinas estavam fechadas, a porta da varanda também estava fechada. Parecia mais uma caverna do que um quarto.

"Quem está aí? S/N?" Uma voz rouca veio da escuridão. Você imediatamente o reconhece como sendo de Aemond.
Você deu alguns passos mais perto de uma das janelas, alcançando as persianas para separá-las.
"Não! Não se atreva!" Aemond sibilou.

"Aemond, meu amor, o que aconteceu?" Você perguntou com preocupação, indo para a cama dele enquanto se sentava na beirada. Na escuridão sua mão conseguiu encontrar a dele, dando um leve aperto.

"Eu acho que você deveria ir embora, S/N. Eu não consigo ver a expressão em seu rosto quando você perceber o que eu me tornei." Aemond disse, sua voz estava rouca por causa de todos os gritos que ele soltou não muito tempo atrás.

"Não... Aemond, eu não vou embora, nem agora, nem nunca. O que quer que tenha acontecido, estou pronto para suportar isso ao seu lado. Devo ser sua esposa, nunca vou deixar você. Por favor, meu amor, deixe eu vejo." Você sussurrou.
O desespero dele fez você se sentir ainda pior, ao pensar que o deixaria assim.

Você o sentiu se mover na cama. A única luz da sala vinha da porta aberta. Aemond levantou lentamente a parte superior do corpo, o solitário fluxo de luz caindo direto em seu rosto.

O que você viu fez seus olhos lacrimejarem como uma cachoeira, suas mãos cobriram sua boca enquanto as lágrimas começaram a cair pelo seu rosto.

Seu olho esquerdo havia sumido, toda a metade do rosto estava coberta por bandagens que iam do cabelo até o queixo.

"Eu não espero que você ainda queira se entregar a mim." Aemond disse, sua mão nunca soltando a sua, independentemente de suas palavras.

"Aemond, não, olhe para mim" você disse, quando a cabeça dele permaneceu abaixada você repetiu suas palavras "olhe para mim Aemond!" Você levantou sua voz.
Lentamente, o olhar dele encontrou o seu, seu olho saudável estava cheio de lágrimas, pronto para soltar as lágrimas.

"Eu te amo há tanto tempo, meu amor. Nada poderia me fazer detestar você, sua aparência é a menor das minhas preocupações. Você é quem eu quero chamar de meu marido, aquele cujos filhos eu quero carregar. e cuja vida eu quero compartilhar. Nós vamos superar isso juntos. Preciso que você fale comigo, sobre tudo, seja o que for que você esteja sentindo. Essa é a única maneira de podermos lidar com todos os desafios. o destino nos lança." Você disse.
Sua mão livre pousou lentamente em sua bochecha, sentindo a frieza de sua pele.
Vocês dois passaram horas em seus aposentos, a certa altura ele pediu que você deitasse na cama com ele. Você se aninhou em segurança em seu abraço, tomando cuidado para não tocar seu rosto. O dia inteiro foi passado na cama, conversando, você até conseguiu fazê-lo rir duas vezes, o que fez seu coração palpitar. Alguns beijos também foram trocados, quando a noite caiu Aemond já estava dormindo em seu peito enquanto você passava as mãos por seus lindos cabelos brancos. Ele parecia tão tranquilo enquanto dormia.
Uma batida silenciosa foi ouvida, seguida pela abertura das portas. O Meistre de antes estava na entrada da sala, com uma bolsa na mão.
"É hora de trocar as bandagens do Príncipe, minha senhora." O velho sussurrou.
Você assentiu lentamente. Com sua mão nas costas de Aemond, você o sacudiu suavemente para acordá-lo, um gemido silencioso escapando de sua boca. Ele nunca gostou de ser acordado.
"Meu amor, é hora de limpar suas feridas. O Meistre está aqui, você deve se levantar." Você sussurrou contra a testa dele.
O corpo dele ficou tenso quando suas palavras foram absorvidas. Não havia como ele fazer você ir embora, você veria o quão danificado ele estava.

"Está tudo bem, ei, eu te amo. Eu te amo muito." Você disse, segurando sua bochecha suavemente.

Ele assentiu, levantando-se lentamente da cama e sentando-se.
Você acompanhava cada movimento do Meistre, tentando memorizar o máximo possível o processo para que sempre que fosse necessário pudesse cuidar também do seu futuro marido.
Não foi nada complicado, depois de algumas tentativas você estava confiante em suas habilidades e conhecimentos.

Aemond não reclamou, pelo contrário, ele estava realmente feliz por ter sido você quem assumiu o cuidado dele. Ele sempre se sentiu mais confortável na sua presença e nada poderia mudar isso.

Os anos se passaram e seu amor por Aemond nunca desapareceu, ficou ainda mais forte a cada dia. Ele ainda tinha suas inseguranças, mas você passou todos os momentos possíveis lembrando-o do quanto você o amava, até que cada grama de dúvida desaparecesse de sua mente.

Você deu à luz recentemente seu primeiro filho, uma menina que foi o anjo mais precioso de todos os tempos. Quando Aemond a segurou pela primeira vez, você reconheceu a expressão em seu rosto daquele momento horrível, anos atrás. Ele estava preocupado com o fato de sua própria filha sentir repulsa por sua aparência.
No entanto, sua garotinha era toda sorrisos e risadinhas. Sempre que ela estava nos braços do pai ela sempre queria olhar para o rosto dele, ela era adorável e o tinha enrolado no dedo. Você sabia que sua família ficaria bem, desde que houvesse amor presente.