Incontrolável

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Aemond sabia que ele não deveria estar lá. Não depois do que aconteceu na biblioteca, ele sabia que estava brincando com a sorte, testando seu próprio autocontrole. Mas ele não pôde evitar. S/n estava tão perto, ele sabia como chegar até ela, não demoraria muito para que ela tivesse que voltar para Dragon Stone novamente, e então ele não sabia quando a veria novamente.

– Para o inferno com isso. — Ele suspirou antes de empurrar a parede e se encontrar dentro do guarda-roupa do quarto de S/n. Aemond respirou fundo e bateu duas vezes na porta do guarda-roupa por dentro.

— Amém? — Veio sua voz doce com expectativa e um leve medo lá fora.

- Sim, sou eu. — Ele respondeu nervoso e então a luz iluminou o guarda-roupa escuro enquanto S/n abria a porta sorrindo para ele. Aemond tentou, mas não pôde deixar de olhar de cima a baixo, ela estava usando apenas uma camisola de tecido bem fino e uma capa de seda e renda por cima.

- Ei. — Ela disse timidamente enquanto fechava a parte da frente da combinação, escondendo melhor o corpo dos olhos dele.

- Olá. — Aemond pigarreou um pouco nervoso — Pensei que iríamos ler um pouco, como antigamente.

Ele ergueu o livro “Contos da Antiga Valíria” que tinha em mãos, ainda dentro do guarda-roupa dela, seu livro favorito, e os olhos de S/n brilharam.

— Bem, primeiro você precisa sair do guarda-roupa. — Sua voz brincalhona fez o corpo de Aemond relaxar enquanto ele sorria e abaixava a cabeça para sair dos móveis sem bater no topo. Ele então viu os olhos de S/n olhando para ele com admiração.

- O que era? — Ele sorriu, já fora do guarda-roupa e encarando S/n no quarto.

— Você ficou tão alto. — Ela falou simplesmente.

— Você percebeu isso agora? — Aemond franziu a testa, provocando-a.

- Certamente não. - Ela riu. — Mas é estranho ver você saindo do guarda-roupa tão grande, quando da última vez que você fez isso estávamos praticamente da mesma altura.

Aemond sorriu e guiou-a pela mão até o tapete em frente à lareira, sentindo a pele de suas mãos formigar onde a palma encontrava a dela. Ele sentou-se no chão e assim como quando eles eram mais novos, S/n sentou-se ao lado dele, apoiando a cabeça no ombro de Aemond suavemente, e o príncipe teve que conter um suspiro.

Ele começou a ler em voz alta as palavras valirianas do livro que já sabia de cor de tantas vezes que o lera pensando nela. Aemond praticamente recitava as histórias, e mal perdia tempo olhando as páginas, concentrando-se demais em admirar a beleza da princesa deitada em seu ombro.

— Se skori janderys geptot, zȳhon ābrazȳrys ozmijiō zirȳla tolvie tubis, se ziry jumban syt zȳhon amazigon, gīda skori todos ivestretan zȳhon ziry istan. — Aemond recitou essa parte quase sussurrando, perdido em meio à beleza de S/n.

"E quando Janderys se foi, sua esposa sentiu falta dela todos os dias. Ela esperou pacientemente por seu retorno, mesmo quando todos lhe disseram que era impossível."

Depois dessa parte, S/n olhou para Aemond e ele não ousou olhar em outra direção, apenas se perdeu nos lindos olhos que ele tanto amava. O cheiro doce dela entrando em suas narinas o embriagou e ele sentiu todo o seu corpo estremecer de um momento para o outro com a proximidade dela. O descontrole quase tomou conta dele mais uma vez, como havia se tornado comum nos últimos dias, mas desta vez ele se levantou rapidamente, deixando o livro caído no tapete ao lado de S/n.

Aemond se afastou um pouco enquanto tentava recuperar os sentidos e conter a vontade de beijá-la novamente, assim como havia feito na biblioteca. Quando eram crianças tudo era muito mais simples. Por que agora que ele era um homem, ele não podia simplesmente sentar no tapete e ler um livro com ela sem sentir que iria entrar em combustão?

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