Engfa pov.
Era quinta a noite, bem tarde, por volta da meia noite. Eu e meus colegas estávamos colocando os materiais no caminhão, eram diversas coisas, quadros, estátuas, pinturas, muita coisa mesmo, eu tinha acabado de colocar uma pintura no fundo do caminhão quando as luzes dos postes se apagaram, como num filme de terror.
- Pessoal? - Eu chamei de dentro da carreta, mas ninguém respondeu. - Será que dá pra parar de agir como criança?! Não tem graça!
Logo em minha mente veio o que aconteceu um dia atrás, eu tinha falado sobre largar essa vida, pois não queria acabar sendo presa, mas também por outro lado eu precisava de dinheiro... para ajudar minha mãe e meu irmãozinho, poxa! Eu amava muito eles.
Quando falei aquilo eles me ameaçaram, disseram que iriam me entregar para a polícia, eles falaram brincando, mas no fundo eu sabia que eles poderiam fazer aquilo, levaria talvez uns meses na prisão e não era isso que eu queria.
Não pensei muito, em um pulo desci do caminhão, e corri para um corredor escuro, eu não conseguia ver nada e acabei esbarrando em alguém. - Porra! Sai da frente! - Eu disse irritada. Para minha surpresa eram duas pessoas, cada uma delas agarrou em meus braços e me puxaram de volta para o caminhão, eram muito fortes, não consegui me soltar.
Eu fui jogada, senti meu corpo colidir contra o material dentro do caminhão, e logo em seguida fecharam as portas, consegui discernir pelo alto barulho, apoiei minhas mãos no chão me levantando com uma certa dificuldade, senti minha mão molhar, eu não estava entendendo nada. A sacudi me levantando e adivinha? Minha camisa estava encharcada.
- Ei! - Eu gritei dando socos naquela lata velha. - Parem! Isso não tem graça.
Eu dei um passo para trás, meu intuito era olhar por uma brecha que tinha alí, porém senti meu pé bater em algo e pude ouvir o som de molhado quando o levantei, sacudi o pé e em seguida peguei o isqueiro que estava no bolso da minha calça e o acendi...
BOOM!
...
- O quê?! - Charlotte exclamou em alto tom! - Como? Como você está viva?! Você explodiu o caminhão?!
O tom na voz de Charlotte era de preocupação, desespero, era aflituoso.
- Ai caramba! - Ela disse entre gargalhadas! Tinha que ver sua cara! - Ela disse e riu novamente.
- Sua idiota! - Charlotte resmungou lançando um livro em Engfa.
- Ei! Estou machucada. - Ela disse ainda com um sorriso no rosto.
- Argh! Você me assustou.
- É divertido te assustar.
- Argh! Não tem graça. - Ela disse cruzando os braços com uma expressão irritada.
- Desculpe princesa, vou continuar. - Ela falou seriamente. - Então...
...
Peguei o isqueiro que estava no bolso da minha calça e o acendi.
- Caralho! - Eu disse e gritei, gritei tão alto que toda a vizinhança ouviu.
O local estava cheio de sangue, meu pé estava ao lado de um corpo todo ensanguentado, havia sangue nos materiais, em minha calça e blusa, havia sangue em todo lugar, eu estava assustada, aquela situação era assustadora, pelo desespero, pensei que havia mais alguém ali comigo, e que iria morrer.
Então comecei a gritar, bater e chutar as grandes portas do caminhão, tentando arromba-lás, em minha cabeça aquilo iria funcionar.
- Socorro! - Eu gritei desesperada. - Socorro, por favor me tirem daqui!
Eu bati várias vezes, até que decidi empurrar a porta de ombro, sentia meu braço doer de tanto colidir com o ferro, meu coração acelerou mais ainda quando ouvi o barulho de cirene, não era ambulância e sim a polícia, então comecei a gritar por socorro, eu dei passos para trás, não encostando no corpo, corri contra as portas fortemente, porém elas abriram magicamente e eu caí no chão com muita força.
- Droga! - Eu resmunguei me contorcendo no chão. Do chão mesmo pude ver as rodas dos veículos e três políciais me cercarem.
E o resto, você já sabe.
Porém quando estava sendo presa, não pude deixar de enxergar de longe, minhas amigas, olhando de longe o que acontecia, elas também pareciam não ter entendido, estavam assustadas, eram minhas garotas, Becky Armstrong e Freen Sarocha.
Quando adentrei no carro, quando ele já estava longe do local, pude ver pelo vidro de trás os filhas da puta! Os meus "fiéis amigos" rindo e caçoando, enquanto o carro se afastava, então tudo na minha cabeça se encaixou.
...
- Nossa... eu sinto muito Engfa. - Ela disse com a voz amargurada.
- Eu também, eu não deveria ter confiado neles, nem ter me metido naquela porcaria de vida, eu só queria ajudar minha mãe e meu irmãozinho. - Engfa deixou escapar tristemente.
As garotas ficaram em silêncio por alguns minutos, até Engfa quebrar o silêncio.
- Bom... - Amanhã é dia de visita, acho melhor irmos dormir.
- Ah, ok. - Charlotte afirmou e desceu da beliche num pulo. - Está esperando alguém.
- Puff! - Ela riu. - Não tenho ninguém fora daqui princesa.
- Um advogado?
- Eu não tenho também, mas acontece, não é? - Ela disse e riu disfarçando.
- Ah, claro. - Charlotte disse e logo se deitou em sua parte do beliche. As luzes se apagaram logo em seguida, o corredor antes cheio de vozes ficou em silêncio, mostrando que era mesmo a hora de dormir.
- Charlotte?
- Ai! O que foi? - Ela respondeu num espasmo.
- Te assustei? - Ela perguntou e riu baixinho.
- Sim. - Disse no mesmo tom.
- Posso te pedir uma coisa?
- Claro.
- Pode manter o que te contei em segredo?
- Ah, claro...
- Obrigada.
"Ela disse obrigada?". Charlotte pensou.
- Boa noite princesa.
- Ah, uh, boa noite Engfa...
A maior de aconchegou na coberta e se deitou para a parede, enquanto Charlotte estava na posição contraria, a morena estava pensativa, mas também muito cansada, então não demorou muito de pegar no sono.
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A CRIME FOR LOVE • Englot
De Todo╹ CONCLUÍDA ╹. ✓ • (Um Crime Por Amor) • Engfa : Presa por assassinato. Charlotte : Presa por furto. Existe amor atrás das grades? Entre elas? E fora delas? Engfa exportava produtos ilegalmente para benefício próprio, até ser acusada de assasin...