Capítulo 24 - Delay

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Lisa pov.

O som do despertador soou e eu acordei, num pulo me levantei da cama e desliguei o aparelho, mas antes verificando as horas.

- Caramba! - Exclamei ao ver que estava super atrasada. - Eu vou perder o ônibus.

No relógio marcava exatamente nove e quarenta e cinco, eu tinha cinco minutos para se vestir, tomar café e andar até o ponto de ônibus, ou melhor, correr...

Calcei minha sandália e com pressa corri para o banheiro, joguei água no meu rosto e peguei a pasta de dente a distribuindo pela escova o mais rápido possível, fiz um bochecho com a água que estava em minha boca e a cuspi, por azar molhei minha camisa. - Merda!

Saí do banheiro e rapidamente desci para o andar de baixo, verifiquei as horas e eram nove e quarenta e sete. - Que desgraça! Como posso ser tão azarada? - Eu me perguntei.

Coloquei o café na xícara, não sei como mas o café estava quente naquela manhã, serviu como ajuda, procurei algo para comer no armário mas tudo tinha que ser preparado, então peguei uma barrinha de cereal, teria que aguentar com aquilo no estômago até a hora que eu voltasse.

Comi a barrinha em duas mordidas e tomei o último gole de café, corri para o quarto, subi as escadas em pulos, escorreguei e quase caí, mas tudo bem...
Verifiquei e eram nove e quarenta e oito, abri as portas do meu guarda roupa com pressa, peguei uma camisa social branca e uma calça preta de um tecido qualquer, não tinha tempo para escolher.

Ao pegar a calça sem querer derrubei meu antigo uniforme, lembrei de Jennie no exato momento, o peguei e joguei em cima da cama, logo após me vesti com pressa.
Calcei os sapatos rapidamente e desci as escadas em pulos.

-Droga! - Exclamei ao olhar o relógio na parede da sala. - São nove e cinquenta! Vou perder o ônibus! Imediatamente peguei meus pertences e saí de casa. Pude dizer que corri uma maratona, estava ofegante e suando mas não podia parar, estava muito perto, quando virei a esquina o ônibus estava no ponto, parei por uns segundos recuperando meu fôlego porém isso me atrapalhou, quando me dei por conta o ônibus estava dando partida para sair.

Eu comecei a correr que nem louca e gritar também. - Espera! Eii, por favor! - Eu gritei acenando com a mão.

Eu continuava correndo mas o ônibus estava se afastando, então decidi desistir, parei em meio a rua ofegante, minha visão estava embaçada e eu nem ouvia mais os barulhos dos carros, eu estava atordoada.

Quando me virei cambaleando tentando voltar para a calçada eu só consegui ouvir um alto som de buzina e pneus queimando...

...

-Caramba! - Mon disse abrindo a porta do carro vermelho. - Moça... você está bem?

-Porra! - Ela disse ofegante com a mão em seu próprio peito. - Achei que você iria me matar!

-Me perdoe, eu estou com pressa e não a enxerguei. - Ela disse ajudando Lisa a se levantar.

-Não, eu que peço desculpas, eu não prestei atenção na pista. - Ela disse ao se levantar, tirando a poeira de sua roupa. - Espera... - Ela fitou a garota e logo em sua mente veio uma lembrança. - Você não é aquela garota que esbarrei em frente ao presídio?

-Ah... - Mon logo reconheceu o rosto da garota. - Aí caramba... seu nome é Lisa, estou certa?

-Sim, e você deve ser a Mon, correto?

-Sim, sou eu. - Ela disse e respirou profundamente. - Olha me desculpa mesmo, eu estou com pressa e não...

-Relaxa, eu não vou te processar se é com isso que está preocupada. - Ela disse e riu.

Aí muito obrigada. - Mon disse e gargalhou aliviada. - Então... você parecia estar meio "atordoada", está tudo bem?

-Sinceramente... - Ela iniciou. - Não! Estou atrasada e preciso chegar antes das onze horas ou então vou entrar numa baita enrascada.

-Do quê se trata?

-Bom, eu tenho uma reunião com a advogada da minha namorada.

-Ah, sim... aconteceu alguma coisa com ela?

-Com quem? - Lisa perguntou desentendida.

-Com sua namorada...

-Ah, sim. - Ela disse e riu. - Ela foi presa. - Lisa disse e Mon ficou surpresa.

-Ah, presa?

-Sim, isso é uma longa história, talvez um dia eu tenha a chance de te contar, mas... não agora, em meio a isso. - Lisa disse se referindo a situação que acabará de acontecer.

Logo os carros passavam pela pista, os barulhos de buzina soavam, eles estavam exigindo que Mon tirasse o carro do caminho para liberar a pista.

-A gente tem que parar de se encontrar assim. - Mon disse e ambas riram. - Vamos. - Ela disse voltando e abrindo a porta do carro.

-Para onde?

-Vou te levar até esse tal lugar.

-Está falando sério?! - Lisa exclamou com um sorriso no rosto.

-É o mínimo que posso fazer por quase ter lhe atropelado. - Ela disse brincalhona.

-Ah, então eu aceito. - Ela disse entre gargalhadas adentrando no carro.

...

Durante o percurso o silêncio pairava dentro do carro, o único som que ecoava era o da música que passava no rádio, até Mon resolver quebrar esse silêncio.

-Então... - Ela disse observando a pista e Lisa a fitou. - Qual o nome da sua namorada? - Mon perguntou curiosa.

-Ela se chama Jennie... - Lisa disse pensativa.

-Belo nome. - Mon afirmou.

-Você tem namorado? Ou... namorada?

-Sim, eu tenho.

-Qual é o nome?

-Ela se chama Sam, ela é policial.

-Uau, que controverso. - Lisa disse e riu, Mon fez o mesmo.

-É, tem razão.

-Para onde você estava indo? Parecia estar com pressa.

-Eu estou indo resolver o caso da minha cliente.

-Espera, você é advogada? - Lisa questionou desacreditada.

-Eu sou, está surpresa? - Mon perguntou entre risos.

-Caramba...

-Poisé, é cansativo as vezes sabe?

-Eu imagino...

-Qual é o nome da sua cliente? - Lisa perguntou mas Mon estava muito distraída com os carros que passavam.

Após passar os carros e entrar numa rua guiada pelo gps, Mon percebeu que Lisa a fitava. - Ah, desculpe eu estava concentrada na pista. - Ela disse e riu. - Perguntou alguma coisa?

-Ah, qual é o nome da sua cliente?

-O nome dela é C... - Mon tentou falar mas foi cortada pela voz de Lisa que disse "aqui!".

-É aqui! - Ela disse apontando para o grande prédio.

-Ah, ok.

-Muito obrigada Mon. - Ela disse fechando a porta do carro já do lado de fora. - Não sabe o quanto salvou meu dia.

-De nada. - Ela disse e sorriu.

-Boa sorte com sua cliente.

-Boa sorte com sua advogada.

Ambas riram e se despediram acenando, após Lisa adentrar no prédio Mon voltou a dar atenção para a pista e ligou o carro, voltando para o caminho que estava fazendo.

A CRIME FOR LOVE • EnglotOnde histórias criam vida. Descubra agora