17. Estranhos de novo

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Pov Hinata.

Então, todos esses meses em que eu estive correndo atrás do Kageyama, pensando que ele havia me abandonado, foi uma mentira?

Um sorriso doloroso se formou no meu rosto, eu não sabia mais no que acreditar, a culpa me tomou por completo. Todos os dias eu vim para ver ele, mas ele não estava. Eu imaginei que talvez ele persistisse nisso, mesmo que minha mãe proibisse ele de me ver, eu jurei por Deus que ele não ia desistir de mim.

─ Que merda. ─ respondi para ele, vendo que seu rosto esboçou uma reação quase que inabalável. Certo, eu acabei de dizer que foi uma merda ele ter ido atrás do irmão, que não morreu, estava vivo. Eu sou um idiota.

─ Quê? ─ ele diz me olhando, então ele se levanta e me oferece a mão.

Levanto e bato na sua mão recusando a mesma, não quero que ele encoste em mim. Não nessas circunstâncias, eu não estava mais com aquela mesma paixão de antes.

─ Eu disse que é uma merda ele está vivo, imagino que deve estar se sentindo bem mal, não é mesmo? ─ levantei sentindo meu pé latejar, era uma dor tão imensa que comecei a suar de tanto fazer esforço para aguentar.

─ No início doeu bastante... ─ ele abaixa a cabeça cabisbaixo. ─ Mas agora eu tenho você aqui, comigo. ─ ele sorri, mas eu não.

Me afastei dele, droga, porque ele sempre diz essas coisas. Ele ainda não percebeu? Eu e ele não estamos procurando afeto de cada um, eu imaginei que a gente iria correr, se abraçar e depois beijar um ao outro, mas veja só.

Ele me encara como se estivesse esperando alguma coisa, e eu retribuo com um olhar mortal. O mesmo olhar da minha mãe. Só de imaginar que eu estava olhando para ele assim, balancei a cabeça e me neguei.

─ Que bom que ainda te faço bem. ─ olhei para os pés dele, e pude perceber que ele levantava a mão. Iria me abraçar, finalmente? Não. Ele apenas abaixa a mão de novo.

Senti a dor no meu pé aumentar, então olhei para baixo me assustando. Meu pé estava lotado de sangue, especialmente na parte do calcanhar, um pouco acima, no pé esquerdo. Então seguro a dor, e vejo que era tarde demais. Kageyama viu a ferida.

O rosto preocupado dele aqueceu meu coração. Não estava como antes, com aquela tensão no rosto e um olhar frio, não, ele estava preocupado comigo, demonstrando o que ainda sente por mim, ou tenta.

Ele me segurou no colo no estilo noiva, e minha reação é apenas segurar no vão do seu pescoço, me assustei pela ação repentina.

─ K-kageyama, não precisa disso! ─ mas ele apenas me ignora. Acho que ele está como antes, fechado e ignorando tudo. Eu não o julgo, eu também estou diferente.

─ Por favor, precisamos de uma enfermeira, agora! ─ ele pediu para uma atendente da estação de trem. Então ela pediu para nós seguirmos até a sala de enfermaria.

Chegando lá ele me colocou deitado em uma das camas que havia na enfermaria, ele nem sequer olhava no meu rosto. E eu comecei a sentir meu coração bater mais devagar.

Isso estava me dando raiva.

A enfermeira começou a retirar meu tênis e minha meia, vendo que a meia estava lotada de sangue. Então ela dá uma olhada no meu pé, então eu começo a tremer.

Eu não posso me machucar, eu tenho eliminatórias para o nacional do Japão aqui a duas semanas, se eu não estiver bem até lá, serei um fracasso completo.

─ Bem, não está ferido, mas também não está torcido. ─ a enfermeira analisa, virando meu pé e então soltei um arfar de dor.

─ O que ele tem então? ─ Kageyama perguntou de forma tão fria que senti meu corpo todo tremer assim que ele terminou de falar.

Coração de gelo - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora