15. Oikawa

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Flashback on.

Pov Oikawa.

[Há cinco anos atrás]

Eu não quero continuar vivendo, mas eu também não quero morrer agora. Queria apenas poder usufruir da liberdade, pelo menos uma vez na vida, sentir todo esse peso dos meus ombros, sumindo pelos ventos frios e fortes da brisa do mar. Só por um momento.

Quanto mais eu desejava ser livre, mas eu ficava preso em minhas próprias grades, fazia do meu ego a minha própria prisão e no fim tentava escapar das grades usando minhas próprias mãos, me machucando e ficando cada vez mais preso dentro do que tanto temia.

─ Oikawa-san, você é incrível! ─ disse uma garota qualquer na frente da escola.

─ Sim, Oikawa-san. Você é perfeito! ─ outra garota chega perto dizendo isso.

─ Ah, parem com isso! ─ dou um sorriso forçado e vejo Iwaizumi sair do colégio. Ele vai surtar de ciúmes depois. Mas por enquanto ele só passou andando e me puxou pelo cabelo.

Ele era o garoto mais incrível que eu conheci na vida, mas eu acabei estragando a vida dele no momento em que decidi que deveríamos ser muito mais que amigos, eu o destruí. E à medida que passamos o tempo juntos, eu decidi que seria melhor para Iwaizumi se nunca soubesse do que aconteceu comigo, do que meu pai fez para ele, de nada.

É assim que começa a minha história, a história do rei do gelo em ascensão, o fim de um reinado de puro egoísmo, o fim de uma vida que eu nunca vou querer ter de volta. Uma vida que pode até ter o Iwaizumi e o Kageyama, mas que para mim. Continua sendo uma vida inútil.

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No dia do meu nascimento, coisas horríveis já começaram a acontecer, e olha que eu estava apenas nascendo. Minha mãe ficou doente pouco tempo depois que eu nasci, e ficou de cama no hospital por três meses.

Meu pai cuidou de mim durante os primeiros meses após meu nascimento, mas depois do segundo mês, ele simplesmente passou a me odiar, pensando que talvez era melhor eu ter ficado doente, e não minha mãe.

─ Eu odeio você... ─ ele disse enquanto encarava meu rosto ainda bebê.

Eu só tive dois meses de vida. Após o terceiro mês, minha mãe teve uma melhora graças ao tratamento, e isso fez com que a raiva de meu pai sumisse de vez. Mas isso não muda o fato de que ele disse para uma criança recém nascida de dois meses que odiava ela.

Um tempo depois que minha mãe melhorou, às coisas voltarão a ter um rumo. Até que meu pai decidiu me deixar de babá com uma mulher que conhecia, mas ele mal sabia que essa mulher gostava dele, e como ele havia se casado com minha mãe, ela tinha todos os motivos do mundo para me matar.

E ela tentou. Me jogou dentro da piscina de casa, mas minha mãe estava andando pela cozinha quando viu aquela cena.

─ Oikawa! Meu filho! ─ ela pulou na piscina e me pegou em seus braços. É incrível que ela também não sabia nadar, e mesmo assim se esforçou ao máximo para me salvar.

A mulher foi encontrada e levada a prisão, e desde então minha mãe havia ficado com medo de me deixar com qualquer babá. Ela parou para pensar que talvez meu pai tenha tido casos com outras mulheres.

E por conta desse pensamento, ela engravidou do Kageyama. Ele era fruto de uma traição da minha mãe, mas meu pai amava ela o suficiente para entender que não era culpa dela. Ele entendeu que ele teve culpa de ter ficado com tantas mulheres antes dela.

Coração de gelo - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora